A Pesquisa Anual de Serviços (PAS 2006) estima que atuavam no setor de serviços não-financeiros 958.290 empresas, que alcançaram R$ 278,2 bilhões em valor adicionado e R$ 501,1 bilhões em receita operacional líquida, empregaram cerca de 8,2 milhões de pessoas, cujos salários, retiradas e outras remunerações totalizaram R$ 95,1 bilhões. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio geraram a maior receita operacional líquida do setor (149,7 bilhões), enquanto o segmento de serviços prestados às empresas obteve a maior participação no valor adicionado (R$ 80,3 bilhões). Os serviços prestados às empresas foram o principal segmento, em termos de pessoal ocupado (3 milhões de ocupados) e salários, retiradas e outras remunerações (R$ 31,6 bilhões).
A PAS revela, também, que entre os anos de 2000/2006, a participação das grandes empresas1 no total do valor adicionado2 do setor de serviços não-financeiros aumentou, passando de 48,5% para 50,7%, impulsionadas pelo crescimento no segmento de serviços prestados às empresas. Dentro deste segmento, a atividade de seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra temporária apresentou as elevações mais expressivas dentre as grandes empresas. Por outro lado, as grandes empresas do segmento de serviços de informação e do segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio apresentaram queda de participação em quase todas as variáveis econômicas. Em relação ao tamanho médio das grandes empresas, na comparação 2000/2006, tiveram destaque as reduções nos segmentos de transporte aéreo (de 4.073 para 2.395 pessoas ocupadas em média por empresa) e correio e outras atividades de entrega (de 12.193 para 7.541 pessoas ocupadas em média por empresa).
A PAS representa a principal fonte de dados sobre a estrutura dos serviços empresariais não-financeiros no país, com detalhamento por unidade da federação, fornecendo informações sobre número de empresas, pessoal ocupado, salários, valor adicionado e receita operacional líquida de empresas que atuam em sete segmentos: serviços prestados às famílias; serviços de informação; serviços prestados às empresas; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; atividades imobiliárias e de aluguel de bens móveis e imóveis; serviços de manutenção e reparação e outras atividades de serviços. A PAS 2006 traz, ainda, uma análise específica sobre as empresas de serviços não-financeiros de grande porte, já que estas representavam naquele ano 54,7% da receita operacional líquida, 50,7% do valor adicionado e 39,3% do pessoal ocupado no setor de serviços, bem como as transformações estruturais dessas grandes empresas no período 2000/2006.
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio geraram a maior receita operacional líquida do setor de serviços não-financeiros: R$ 149,7 bilhões (29,9%), seguido por serviços de informação (28,7%) e serviços prestados às empresas (21,5%). O segmento de serviços prestados às empresas obteve a maior participação no valor adicionado: R$ 80,3 bilhões (28,9%). Os serviços de informação e transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio, com participações de 24,5% e 25,4% do total, respectivamente, também destacaram-se nesta variável econômica, em 2006. Os serviços prestados às empresas foram o principal segmento, em termos de pessoal ocupado e salários, retiradas e outras remunerações, totalizando aproximadamente 3 milhões de ocupados (36,2%), que receberam em salários, retiradas e outras remunerações R$ 31,6 bilhões (33,2%). Em relação ao número de empresas, o principal segmento era o de serviços prestados às famílias, com 308 mil empresas (32,2% do total), em 2006, seguido por serviços prestados às empresas (23,4%).
Serviços de alimentação geraram a maior parte da receita do segmento de serviços prestados às famílias
Os serviços prestados às famílias são atividades destinadas ao consumidor final, que incluem os serviços de alojamento, alimentação, serviços culturais e recreativos, serviços pessoais e atividades de ensino continuado. Neste segmento, serviços de alimentação (que inclui restaurantes, bares, lanchonetes e fornecimento de alimentação pronta) foi a atividade mais importante em geração de receita (R$ 29,3 bilhões ou 63,7% do total) salários, retiradas e outras remunerações (59,6%), pessoal ocupado (64,5%) e número de empresas (68,9%). Havia, em média, 6 pessoas ocupadas por empresas nos serviços prestados às famílias, em 2006. Neste segmento, as empresas de alojamento apresentaram um porte elevado, acima da média do total das atividades de serviços prestados às famílias, com 11 pessoas ocupadas por empresa. As atividades recreativas e culturais, por sua vez, apresentaram resultados acima da média para os indicadores de salários médio mensal (2,0 salários mínimos) e produtividade (R$ 21,8 mil).
No segmento de serviços de informação, as atividades de informática destacaram-se com a maior participação no número de empresas (81,7%), pessoal ocupado (63,3%) e salários, retiradas e outras remunerações (55,4%). Telecomunicações, com uma receita operacional líquida de R$ 88,8 bilhões, em 2006, foi a atividade com maior participação na receita do segmento (61,7%). O setor também se destacou com 38 pessoas ocupadas por empresa, contra 9 para o total das atividades de serviços de informação, produtividade (R$ 430,6 mil) e salário médio (9,8 salários mínimos), enquanto para o segmento estes indicadores foram R$ 125,3 mil e 6,3 salários mínimos.
No segmento de serviços prestados às empresas, obtiveram destaque os serviços técnico-profissionais, em 2006, na geração de receita operacional líquida (R$ 51,8 bilhões ou 48,2%) e no número de empresas (53,4%). Estes serviços ainda tiveram participação relevante nos salários, retiradas e outras remunerações (34,6%). Os serviços de limpeza em prédios e domicílios destacaram-se em pessoal ocupado (1,4 milhão de pessoas ou 47,1%), e em salários, retiradas e outras remunerações (R$ 11,2 bilhões ou 35,3%). Em 2006, atuavam no país cerca de 3.206 empresas do setor de serviços de investigação, segurança, vigilância e transporte de valores, que geraram receita operacional líquida de R$ 11,4 bilhões e empregaram cerca de 463 mil pessoas. Com uma média de 145 pessoas ocupadas por empresa, estas empresas eram as maiores do segmento de serviços prestados às empresas, seguidas por serviços de agenciamento e locação de mão-de-obra temporária (107 pessoas ocupadas por empresa). Os serviços técnico-profissionais (consultorias, agências de publicidade, escritórios de advocacia e contabilidade, serviços de engenharia e arquitetura) destacaram-se com o maior salário médio mensal, 4,6 salários mínimos, e com a maior produtividade, R$ 70,0 mil, embora fossem caracterizados por empresas de menor porte, média de 5 pessoas ocupadas por empresa.
No segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, cerca de 89,7 mil empresas(70,9%) que atuavam no transporte rodoviário - que engloba o transporte de passageiros urbano e interurbano e o transporte de cargas obtiveram a maior participação na receita operacional líquida (R$ 76,0 bilhões ou 50,8%), em salários, retiradas e outras remunerações (51,0%) e pessoal ocupado (65,8%). Em 2006, a média de pessoal ocupado por empresa no transporte ferroviário e metroviário foi de 1.661 o maior resultado tanto em relação ao segmento de transportes (15 pessoas por empresa) quanto para o total das empresas do setor de serviços (9 pessoas por empresa). Esta atividade também foi a mais produtiva, com cada trabalhador adicionando R$ 113, 4 mil de valor, enquanto para o total do segmento este indicador foi R$ 38,5 mil. Transporte aéreo pagou os maiores salários mensais do segmento de transportes (10,9 salários mínimos contra a média de 3,2 salários mínimos), bem como para o total do setor de serviços (2,7 salários mínimos).
Em 2006, no segmento imobiliário e de aluguel de bens, as empresas de aluguel de máquinas e veículos (23,8 mil) foram as que mais contribuíram na geração de receita (R$ 8,5 bilhões ou 38,6%), salários (46,6%) e pessoal ocupado (50,3%). As empresas de incorporação, compra e venda de imóveis por conta própria destacaram-se em termos de produtividade (R$ 96,6 mil) e salário médio (3,5 salários mínimos). A atividade de aluguel de veículos, máquinas e objetos pessoais e domésticos obteve a maior média de pessoal ocupado por empresa (6), acima da média do total do segmento, que foi de 5 pessoas.
No segmento de serviços de manutenção e reparação, destacaram-se, em 2006, as 57,6 mil empresas de manutenção e reparação de veículos (63,1%), com R$ 4,7 bilhões em receita operacional líquida (53,3%), 65,0% do pessoal ocupado e 60,6% nos salários, retiradas e outras remunerações. Manutenção e reparação de máquinas de escritório e informática (8,5% do número de empresas), participou com 25,4% da receita operacional líquida. Em 2006, a média de pessoal ocupado nos serviços de manutenção e reparação foi de 4 pessoas por empresa. Manutenção e reparação de objetos pessoais e domésticos ocupou 3 pessoas por empresa. As empresas de manutenção e reparação de máquinas de escritório e informática destacaram-se nos indicadores de salário médio mensal (2,7 salários mínimos) e produtividade (R$ 39,7 mil).
Estão enquadrados no segmento de outras atividades de serviços, as atividades de serviços auxiliares à agricultura, agentes de comércio e representação comercial, serviços auxiliares financeiros, dos seguros e previdência complementar e limpeza urbana e esgoto. Os serviços auxiliares financeiros, com uma receita operacional líquida de R$ 9,5 bilhões, tiveram a maior participação na receita (40,7%.), em 2006. Esta atividade pagou R$ 1,7 bilhão em salários, retiradas e outras remunerações (35,2%). Em termos de pessoal ocupado, o destaque foram as atividades de limpeza urbana e esgoto, com 137 mil pessoas ocupadas (32,4%) e agentes do comércio e representação comercial (31,3%). A principal atividade, em relação ao número de empresas, foi agentes de comércio e representação comercial, com um total de cerca de 69 mil empresas (73,9%). Em 2006, as empresas de limpeza urbana e esgoto foram as de maior porte, em relação ao pessoal ocupado, com uma média de 69 pessoas ocupadas por empresa, contra 5 do total. Serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar foi a atividade mais produtiva - cada trabalhador adicionou R$ 75,4 mil de valor - e com maior salário médio mensal, 4,5 salário mínimos.
Ricardo Bergamini
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