“Ecológico” até parece, mas não é: o engano do greenwashing

Greenwashing: especialistas alertam para falsos rótulos sustentáveis no consumo diário

Nos últimos anos, palavras como “ecofriendly”, “sustentável”, “verde” ou “natural” invadiram rótulos de produtos, campanhas publicitárias e vitrines de grandes marcas. Mas será que tudo o que se apresenta como ecológico realmente é? A resposta, infelizmente, é não. O fenômeno é conhecido como greenwashing — ou lavagem verde — e consiste em práticas de marketing que fingem compromisso ambiental, sem que exista de fato uma ação coerente por trás.

Segundo a ONG britânica Earthwatch, o greenwashing é uma das maiores ameaças à verdadeira sustentabilidade. Empresas utilizam termos vagos e embalagens com tons de verde para transmitir uma imagem “limpa” ao consumidor, mesmo quando continuam utilizando práticas poluentes, mão de obra exploratória ou materiais não recicláveis.

Um exemplo comum está em produtos de limpeza que estampam selos como “natural” ou “biodegradável”, mas que não foram testados nem certificados por órgãos sérios. Também é comum ver roupas vendidas como “ecológicas” enquanto a marca mantém cadeias produtivas intensivas em carbono ou com uso excessivo de água.

De acordo com um estudo citado pela New York Times, mais de 60% dos consumidores globais já compraram algum produto por acreditar em seus benefícios sustentáveis — e posteriormente descobriram que a informação era enganosa ou sem respaldo técnico.

O problema vai além da ética comercial: ele desacredita o consumo consciente e atrasa o avanço de práticas verdadeiramente sustentáveis. Quando todos se dizem “verdes”, ninguém é responsabilizado de verdade. O consumidor, por sua vez, sente-se perdido e acaba desmotivando suas escolhas mais responsáveis.

Para evitar cair nessa armadilha, especialistas recomendam verificar se o produto possui certificações reais como FSC (para madeira e papel), selo Eu Reciclo (para embalagens), ou ISO 14001 (gestão ambiental). Desconfie de slogans vagos e de promessas exageradas. Busque marcas que publicam seus dados de impacto ambiental e que mantenham coerência entre discurso e prática.

A boa notícia é que a vigilância está aumentando. Órgãos como o Procon e agências ambientais já começaram a notificar empresas que praticam publicidade enganosa em relação à sustentabilidade. Mas a primeira linha de defesa segue sendo o consumidor bem informado.

Nem tudo que brilha é verde — e nem tudo que é verde está limpando o planeta. Às vezes, só está limpando a imagem da marca.

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Author`s name Aleksandr Shtorm