Bombardeamentos sauditas no Iémen provocam duas dezenas de vítimas
Um ataque aéreo saudita tirou a vida a 20 pessoas na província de Ta'izz. Também na sexta-feira, o movimento Ansarullah lançou um míssil balístico contra um aeroporto no Sudoeste da Arábia Saudita.
Um estudante olha para as ruínas da sua escola, bombardeada em Junho de 2015, em Sa'ada, no Iémen (imagem de arquivo)Créditos/ UNOCHA
O ataque levado a cabo esta sexta-feira à tarde pela aviação saudita no distrito de Mawza, na província de Ta'izz (Sudoeste do país), provocou 20 mortos, segundo refere a cadeia de TV iemenita Al-Masirah, citada pela PressTV. Outras fontes apontam para 18 vítimas mortais, sublinhando ainda a existência de vários feridos.
Como represália pela campanha militar saudita contra o Iémen, que conta com o apoio de Washington e Londres, as forças do movimento Ansarullah dispararam um míssil balístico de fabrico doméstico contra o Aeroporto Regional de Jizan, localizado no Sudoeste da Arábia Saudita, junto à fronteira com Iémen.
Fontes militares iemenitas revelaram à Al-Masirah que o míssil Badr-1, um modelo recente, estreado pelo movimento popular iemenita em Março, «atingiu o alvo com grande precisão».
O disparo do míssil foi confirmado pelas autoridades sauditas, mas garantindo que as suas defesas anti-aéreas interceptaram o projéctil lançado em direcção a Jizan, informa a HispanTV.
Situação «catastrófica»
A Arábia Saudita lidera uma campanha militar com altos custos económicos contra o seu vizinho do sul na Península Arábica há mais de três anos (desde Março de 2015), sem ter atingido as metas que declarou querer alcançar: esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.
A campanha militar já provocou mais de 10 mil mortos no Iémen, destruiu uma parte significativa das suas infra-estruturas e está na origem de uma situação humanitária que as Nações Unidas classificam como «catastrófica».
Numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) que teve lugar a 27 de Fevereiro, responsáveis do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) alertaram para a situação que se vive no país árabe ao cabo de três anos de conflito, nomeadamente para «a ameaça crescente da fome e da cólera».
Os responsáveis da organização precisaram que 22,2 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar e que 8,4 milhões são severamente afectadas pela fome. Desde Abril do ano passado, acrescentaram, uma epidemia de cólera infectou 1,1 milhões de pessoas e matou mais de 2200, num país também afectado por um surto de difteria.
Foto: Por Ibrahem Qasim - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=26099010
Fonte: https://www.abrilabril.pt/internacional/bombardeamentos-sauditas-no-iemen-provocam-duas-dezenas-de-vitimas
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