Impossível andar pela cidade de Buenos Aires sem galgar as grandes avenidas como a 9 de Julho indo pelas paralelas Cerrito e Carlos Pelegrini, Corrientes, Santa Fe, Córdoba, a ruas Florida e Lavalle, nesse ponto mágico do micro centro portenho que é imã dos turistas que no mínimo no primeiro roteiro pela cidade fazem pouso lá. Deixar fora deste circuito a Avenida de Mayo (Maio) é ruim mesmo!! Ela nasce na Casa Rosada, sede do Governo Argentino e muda de nome após a Praça do Congresso, tendo ganho placas de Avenida Rivadavia além da praça. Nesse berço de grandes prédios históricos como o Hotel Castelar e o Palácio Barolo, na outra beira e antes do cruzamento da 9 de Julho, localiza-se o maravilhoso Café Tortoni portenho (www.cafetortoni.com.ar) que nesta quarta 27 de Novembro de 2008 lança e abre seu livro oficial comemorando o primeiro século e meio de vida, na Rua Esmeralda primeiro, Rua Rivadavia depois e compartilhando a Avenida de Mayo e Rua Rivadavia logo, mas sempre no mesmo prédio.
Foi monsieur Jean Touan quem fundou o TORTONI portenho, na rua Esmeralda com a travessa Rivadavia, perto do Hotel Francês, e quase com certeza querendo lembrar aquele estilo do barzinho parisiense do Boulevard des Italiens. O segundo proprietário, Dom Celestino Curutchet acabou «carimbando» o perfil do TORTONI e mudando-o da Rua Esmeralda para a Rua Rivadavia 174, que assim que a Avenida de Mayo foi desenhada, ia ser a «porta de serviço» do famoso CAFÉ. O dia 12 de Novembro de 1918, comemorando o fim da Primeira Guerra Mundial, ouviu-se «A Marselhesa»!!. Na opinião de muitos, o TORTONI assemelha-se ao do Gijón de Madri, San Marco de Trieste, o Café de la Parroquia em Veracruz.
O TORTONI ia mudar os proprietários no futuro após o Curutchet falecer em 1925. Mais um ano depois, o filho mais velho do Celestino, também falece dando uma de caixa, do outro lado do balcão. A família decide então vender o TORTONI para a empresa Rey Irmãos e Pego. Acabaram sendo muitas a mudanças em um trecho de tempo muito pequeno provocando crises na estrutura empresarial do CAFÉ.
O progredir do TORTONI ia começar mais uma vez na hora que a razão social Gran Café Tortoni S.R.L. segurou essa barra para sempre á partir do 1° de Novembro de 1956. A empresa estava formada pelos garçons da velha-guarda e empresários com ampla experiência nos outros barzinhos do estilo de Buenos Aires.
Yaco Alboher, Benjamín Rodríguez, Raúl Cardozo e Joaquín Arias, foi a primeira turma de proprietários que em alguns casos continuaram com as tarefas de garçons mesmo tendo investido como donos. Um cara com apenas 23 anos, também foi parte, tratava-se do atual Gerente Geral, Dom Roberto Fanego.
O TORTONI, mudou até de estilo de música nas noitadas pois mesmo tendo TANGO sempre, a época de ouro do folclore argentino, fez como que o CAFÉ recebesse música que poderíamos chamar «sertaneja». Música de rodeio...talvez. Atahualpa Yupanqui e os Irmãos Ábalos foram alguns dos destaques dessas noitadas sertanejas portenhas.
O PRAVDA visitou o famoso TORTONI na sexta 14 de Novembro no eixo do meio-dia e foi recebido pelo Gerente Geral, o Sr. Roberto Fanego e o Sr. Ruben Landolfi, fundador da revista Buenos Aires Cultural (www.buenosairescultural.com) que poderíamos confirmar vá de mãos dadas com os Cadernos do Café Tortoni, nosso destaque de hoje.
Assim que a Avenida de Mayo acabou de farol aberto para o tráfego da época o dia 9 de Julho de 1894, o TORTONI não poderia deixar passar sua oportunidade de mostrar-se na grande vitrine dessa maravilhosa avenida, porém o 26 de Outubro desse ano o TORTONI começa mexer com o olhar da multidão portenha que tinha a Avenida com um dos roteiros requintados no fim do século XIX.
Andando pela Avenida e na hora que se alcança o atual número de placa 829, é tanto luxo assim que reflete esse ícone arquitetônico portenho que ás vezes alguém poderia imaginar que os preços do cardápio do TORTONI, ia ficar fora do alcance do bolso da grande maioria. Acho que esse sentimento foi o meu sendo ainda moleque nas primeiras viagens deste correspondente montevideano rumo a Buenos Aires.
A surpresa foi grande na hora que lendo o livro oficial do TORTONI, presenteado com antecedência ao lançamento pelo Roberto Fanego, íamos descobrir que a boêmia dos séculos XIX e XX chateava as mesinhas do TORTONI enterrando apenas um cafezinho no decorrer da noite toda, pois boêmio foi o ambiente que o CAFÉ recebeu desde o início.
Este correspondente PRAVDA é uruguaio da gema, e foi um grande privilégio ter descoberto faz alguns meses que houve mais um Café TORTONI no antigo 388 da Avenida 18 de Julio (18 de Julho) de Montevidéu.
Nesse ida e volta constante de povos irmãos que houve desde sempre entre uruguaios e argentinos, mas concorrendo pelo futebol, o basquete, o berço do doce de leite, o asadão mais terno e gostoso do mundo, além da nacionalidade do Carlos Gardel como ícone do TANGO, nossa pesquisa e descobrimento é apenas uma contribuição cultural para o Café TORTONI de Buenos Aires, que hoje é o único TORTONI que existe no mundo todo.
Em uma conversa fiada com os senhores Fanego e Landolfi, tentamos refletir este o nosso sentimento e eles acreditaram, até confirmando que só tinham certeza que houve um Café TORTONI na França no século XIX que nãoexiste hoje mas nãosabiam que o TORTONI portenho teve um irmão gêmeo na principal avenida montevideana até o segunda 23 de Outubro de 1899 dia no qual o leiloeiro uruguaio Alfredo Bocage ia distribuir as pertences do Café entre as melhores propostas econômicas.
O Jornal uruguaio da época, La Razón (A Razão) refletia esse leilão ao sábado 14 de Outubro de 1899 confirmando que o proprietário até essa data foi o senhor José Oliva.
Quanto ao TORTONI montevideano, é bom salientar que as placas da cidade mudaram no início do século XX para ficar até agora com os números atuais. Segundo nossas pesquisas o TORTONI uruguaio ficava na Avenida 18 de Julho 388 tendo como travessas mais próximas as ruas Yi e Yaguarón debruçando para o Este.
Nesse trecho da 18 de Julho, só existem dois prédios antigos que contornam-no. O primeiro foi sede de um ícone da imprensa uruguaia como o Jornal El Día (O Dia) e na outra beira, um que até hoje achamos foi o Café Brasileiro, por volta de 1912. O resto, do trecho, são prédios novos escritórios e lojas formam parte do dia-a-dia.
Voltando ao TORTONI portenho, uma placa localizada no chão na própria Av. de Mayo, descobre que o arquiteto responsável dessa obra ímpar foi o norueguês Alejandro Christophersen. Sem verificar ainda poderia ter alguma coisa a ver com o famoso empresário montevideano na área marítima dessa época, também norueguês, nascido na cidade de Brevig, Alejandro Thorwald Christophersen, quem tinha o cargo de Cônsul Geral dinamarquês que faleceu o dia 04 de Dezembro de 1896 na Rua Canelones 191 A da capital uruguaia tendo completado 68 anos e deixando viúva a Dona Fanny Younger, com cinco filhos conhecidos com Mary, Carlos, Alejandro, Guillermo e Juan Christophersen.
Foram inúmeras as histórias compartilhadas no decorrer da história entre uruguaios e argentinos, por enquanto, esta última poderia ser mais uma dessas que ainda não foram descobertas mas começam ganhar seu espaço á partir de agora sendo plataforma para pesquisadores argentinos verificar o relacionamento deste(s) Alejandro Christophersen.
O que é verdade mesmo que o Alejandro Christophersen uruguaio foi dono da agência marítima Christophesen Hnos (Christophersen Irmãos) tendo os escritórios localizados na Rua Piedras 132 da Cidade Velha de Montevidéu mas com filiais em Buenos Aires na Rua San Martín 151, na Rua do Porto 35 em Rosario na Província de Santa Fe e na Rua do Porto em San Nicolás.
Um dos navios mais famosos que uniam as duas beiras do Rio da Prata foi o «Nicolás Mihanovich», que foi propriedade da empresa «Christophersen Irmãos». No decênio de 1890 e pelo grande relacionamento que houve entre as famílias mais requintadas portenhas e montevideanas a «Christophersen Irmãos» oferecia nos jornais tabela de preços para mudanças feitas nos seus navios.
Da para imaginar que no mínimo caso não for a mesma pessoa, o Alejandro Christophersen uruguaio e argentino, alguma «semelhança» poderiam ter e vai dar para continuar pesquisando já no século XXI á partir destes dados montevideanos que viajam para Buenos Aires no navio das «lembranças».
Falando em navios, voltamos pegar um, rumo a Buenos Aires e ancoramos mais uma vez no 829 da Avenida de Mayo pois o livro dos 150 anos do TORTONI mostra, reflete e gera sentimentos que vão envolvendo cada um dos leitores que gostem desse estilo de barzinho requintado, elegante e boêmio num piscar de olhos e sem sair dessa mesa que foi escolha inicial.
Alguém no livro fala das «luas» do TORTONI, e poderíamos acrescentar que trata-se de «luas-cheias», querendo mostrar o desenho arredondado dessas mesas de ontem e hoje que agüentaram bate-papos chatos, lotados de cultura, rascunhos em processo de inúmeras poesias, talvez sem final certo, cafezinhos quentinhos, aliás fumantes e cruzamentos de olhares cúmplices quem nem sempre atingiram naquele alvo.
O que também é verdade absoluta que o TORTONI foi um dos berços da gíria portenha, que da mão do TANGO logo ia invadir a beira uruguaia como acontece até hoje, agora bem mais rápido pois a tevê a cabo anda acima das ondas da tecnologia e já não da maré como os antigos navios.
Uma sugestão agora...feche as pálpebras um instantes e veja se não da para imaginar o Bastos Tigre recitando de mesa em mesa e vendendo alguns daqueles versos que fizeram-no famoso nos barzinhos da boêmia fluminense no final do século XIX e inícios do XX. O mais famoso de todos, ia ter sucesso internacional...esqueceu?
Se é Bayer, é bom!!! Ainda hoje o mundo reconhece aquele cara, mesmo pelo fato da Bayer.
Uma mesa de bar...não da para imaginar «os cornos» que o Reginaldo Rossi quis lembrar chamando o «garçom» ficar junto dele querendo compartilhar seu insucesso romântico com sua mulher após ter levado o primeiro grande chifre da sua vida com o Ronaldinho?
Do jeito que ele fala na música, seu caso ia ser mais um nessa multidão de mesas lotadas de histórias mas o garçom ia ser fundamental para ele fazer explodir as orelhas do coitado. Também ia ser extremamente importante pois foi esse tal garçom quem resolveu aquele assunto banal do chifre do Rossi pedindo que aproveitasse essa «experiência» e escrevesse uma música que ia ser sucesso pois ele não ia ser o único corno do Brasil.
E na Argentina, quantos cornos terão levado um chifre desses jogando seu pranto acima duma «lua-cheia» do TORTONI? Situações que mudam apenas de bar, acontecendo a cada dia nos barzinhos do mundo inteiro.
O «cunho social» também ocorreu nessas mesas do TORTONI pois o escritor polonês Witold Gombrowicz tentava traduzir seus poemas para o castelhano mas com extrema dificuldade. Foi aí que seus amigos da boêmia portenha contornando aquele imãzinho arredondado de mármore iam aprimorando essa obra que tinha se lançando na Polônia no fim do decênio de 1930. Com gíria e tudo virou uma peça portenha da gema.
Foram muitos os que hoje acreditamos foram destaques da época que acabaram participando daqueles encontros da boêmia portenha no TORTONI. A poetisa Alfonsina Storni, a uruguaia Juana de Ibarbourou, além do Florencio Molina Campos, que antes de ser famoso, o Walt Disney confiou nos desenhos dele para os filmes que começavam marcar nos cartazes internacionais.
E o PRAVDA vai ter sua vaga nestas lembranças pois os russos-portenhos também pousaram suas nádegas naquelas cadeiras de madeiras do TORTONI. Foi o caso do escultor Stephan Erzia, amigo do escritor Máximo Gorki que trabalhou sempre em madeiras de boa qualidade tentando que suas obras perdurassem no decorrer do tempo. O barítono russo, Gregorio Scetloff, cantou músicas populares eslavas nesse palco do TORTONI.
Vindos de Uruguai, um bocado...o escritor Fernán Silva Valdés e o Horacio Quiroga, Roberto Tálice, Alberto Zum Felde, Juan Carlos Onetti, Santiago Gómez Cou, Alberto Closas, Concepción «chinesa» Zorrilla, Juan Manuel Tenuta, Villanueva Cosse, o escritor Eduardo Galeano, Dom Alfredo Zitarrosa, Hermenegildo Sábat, Mario Benedetti, Sergio Renán, Enrique Rodríguez Larreta, Alberto Restuccia e Luis «Bebe» Cerminara, Juan Carlos Mareco «Pinóquio» os políticos Wilson Ferreira Aldunate, Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz, Enrique Erro, o narrador de futebol Víctor Hugo Morales, os membros da Comédia Nacional uruguaia, Alberto Candeau, Estela Castro e Enrique Guarnero.
Argentinos bem mais, Jorge Luis Borges, Ernesto Sábato, Arturo Jauretche e Scalabrini Ortiz, Alberto Mosquera Montaña, Julio de Caro, o artista do bairro La Boca , Benito Quinquela Martin, Juan de Dios Filiberto, os presidentes da República como foram o caso do Marcelo Torcuato de Alvear, Juan Domingo Perón sendo ainda Ministro de Trabalho e Raúl Ricardo Alfonsín.
O chileno, Pablo Neruda, curtia sua vida fora da divisa chilena entre o TORTONI e o balneário uruguaio de Atlántica apenas 45 km de Montevidéu.
Da Espanha, Federico García Lorca, o galego, Ramón del Valle Inclán, o cantante Miguel de Molina, o catalão, Joan Manuel Serrat e até o próprio Rei de Espanha, Dom Juan Carlos de Borbon.
Vinda dos EUA, a Hillary Clinton, na hora que era Primeira Dama do Bill foi o maior destaque gringo nesse berço do tango.
Da Itália, o Luigi Pirandello foi talvez o maior destaque visitante do TORTONI, em junho de 1927.
A tecnologia de ponta da época também teve seu representante naquele TORTONI pois o Guillermo Marconi, com certeza terá montado «palestras» e cativado os presentes falando daquele assunto da radiotelefonia.
No ano 1925, o Albert Einstein, discursou nos centros universitários da capital argentina, em Córdoba e Rosario mas também curtiu o sossego das mesas do TORTONI, sozinho ou acompanhado por colegas argentinos, num bate-papo descontraído.
Carlos Gardel, sem dúvida o ícone internacional do TANGO, homem das duas beiras do Rio da Prata, cantou e foi parte dessa maravilhosa história do TORTONI, que como o Gardel, é único no mundo inteiro!!!
Quer mais argentinos...um monte, é claro!!! Homero Manzi, Enrique Cadícamo que foi quem mostrou para o Enrique Estrázulas qual foi a mesa do TORTONI que o «Carlitos» escolhia para ficar. Perto do ingresso da Rua Rivadavia, tentando que ninguém percebesse que ele estava sentado lá, pois não era tão movimentada quanto a principal da Avenida de Mayo. O Jorge Luz, Hugo del Carril, Nelly Omar, Charlo, Enrique Dumas, María Graña e Susana «Tana» Rinaldi.Julio de Caro, Osvaldo Pugliese e o pianista Marianito Mores. Héctor Stamponi e Horacio Salgán. Homero Expósito, Cátulo Castillo e Horacio Arturo Ferrer.Floreal «Tata» Ruiz, Rossana Falasca, Ruben Juárez Roberto «polonês» Goyeneche e a sanfona ímpar do Osvaldo Piro.
O dia 03 de Dezembro de 1979 foi a estréia do TANGO «Velho Tortoni» com música da Eladia Blázquez e letra de Héctor Negro.
E agora fico em pé como se estivesse ouvindo e cantando o meu hino uruguaio...minha pele arrepia-se na hora que dentro dos destaques mais «novinhos» que passaram pelo TORTONI aparece no palco, o Grande Alejandro Dolina, ícone da rádio argentina, que faz muitos anos, fez como que na hora que a net não tinha chegue neste mundo, pegasse o dial da minha SPICA em Montevidéu até apontar na Radio Continental de Buenos Aires (www.continental.com.ar) nas madrugadas de terças á sextas desde o estúdio da rádio e aos sábados desde a «adega» do TORTONI junto com mais quatro grandalhões das comunicações como o Lic. Gabriel Rolón, o Alejandro Stronatti e Elizabeth Vernazzi montando um time enxuto a cada noitada portenha que com jeito fino e duplo sentido provocavam os bate-palmas e risadas constantes do auditório do CAFÉ.
Foi naqueles anos que a rádio Nacional de Montevidéu (www.radionacional.com.uy) ainda não re-transmitia as emissões do programa e só os noctívagos que tínhamos interesse procurávamos burilar a recepção dessa onda média mesmo com sobe e desces.
O nome do programa....«A vingança será terrível», agora na rádio DEL PLATA de Buenos Aires (www.amdelplata.com) com Dolina sempre na vanguarda e mais dois parceiros artilheiros que acabam fazendo o lance perfeito para o Dolina furar a rede.
O livro intitulado «VELHO CAFÉ TORTONI HISTÓRIA DAS HORAS» - Um século e meio na batida cultural de Buenos Aires, foi obra do jornalista uruguaio, Alejandro Michelena, com prólogo do Alejandro Dolina, produto da Editora Corregidor de Buenos Aires (www.corregidor.com).
Na segunda capa fala do conteúdo do livro mais um uruguaio, o Enrique Estrázulas.
Nas fotos: de esquerda á direita: Roberto Fanego Rubén Landolfi
O PRAVDA parabeniza o CAFÉ TORTONI PORTENHO pelo século e meio de vida desejando sucesso no futuro e portas abertas para os leitores desta matéria.
Correspondente PRAVDA.ru
Gustavo Espiñeira
Montevidéu Uruguai
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