O brasileiro está estudando mais, a diferença entre o número de brancos e negros que concluem o ensino fundamental diminuiu e as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho. Essa constatação é resultado da pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
De acordo com o levantamento, a taxa de escolaridade no ensino fundamental passou de 86,5%, em 1996, para 94,8%, em 2006. Em relação aos homens brancos, o crescimento foi de 92% para 95,8%; já entre os negros, de 81% para 93,9%. Entre as mulheres brancas, a taxa foi de 90,8% para 95,6% e, no caso das negras, de 83,8% para 94,4%. A taxa de escolaridade mede a proporção da população matriculada no nível de ensino adequado a sua idade. No ensino médio, por exemplo, houve um crescimento da taxa nacional de escolaridade que saltou de 24,1% para 47,1%. A designação branco ou negro foi estabelecida segundo autodeclaração dos pesquisados.
Mercado de trabalho - As mulheres vêm aumentando sua participação no mercado de trabalho nos últimos anos. Em 1996, 46% da população feminina estava ocupada ou à procura de emprego. Em 2006, a proporção foi de 52,6%. Apesar disso, o índice ainda é inferior ao dos homens, de 72,9% no mesmo ano. A pesquisa aponta que entre as causas para o aumento da participação feminina está o aumento da escolaridade, a queda da fecundidade, novas oportunidades oferecidas pelo mercado e mudanças nos padrões culturais. Os dados não consideram os afazeres domésticos, que não são contabilizados do ponto de vista econômico quando não realizados de forma remunerada. A maior média é a das mulheres brancas da Região Sudeste, com 9,8 anos de estudo, e a menor, dos negros do Nordeste, com apenas 5,1 anos de estudo.
Chefia de família - De acordo com a pesquisa, aumentou na última década o número de famílias chefiadas por mulheres, que passou de 19,7%, em 1993, para 28,8%, em 2006. Na zona rural, as mulheres chefiam 14,6% dos lares enquanto nas áreas urbanas esse percentual é de 31,3%. Outro dado que chama a atenção é crescimento do número de famílias monoparentais masculinas (de 2,1% em 1993 para 2,7% em 2006) e a redução das femininas (de 63,9% em 1993 para 52,9% em 2006). Famílias monoparentais são aquelas chefiadas somente pelo homem ou pela mulher.
De acordo com a pesquisadora do Ipea, Natália Fontoura, as mulheres têm se colocado de forma mais igualitária. Os homens dentro de casa estão assumindo funções que não assumiam antes e as mulheres estão se apoderando, estão se colocando de forma mais forte perante o marido e os filhos, afirma.
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