PRAVDA.Ru Raquel, aos 12 anos venceu a Grande Noite do Fado. O Fado nasceu consigo?
Eu creio que sim. Até costumo dizer, em tom de brincadeira, que não fui eu que escolhi o Fado, foi o Fado que me escolheu a mim. Ser-se fadista, na minha opinião, é algo inato, e eu tive essa sorte. Não é mérito meu o facto de o ser.
PRAVDA.Ru Em poucas palavras, o que é Fado para si?
Fado, para mim, é alquimia, não se explica. É a minha forma de estar na vida.
PRAVDA.Ru O que é que a inspira quando canta?
Na maioria das vezes, canto consoante o meu estado de espírito. Só assim pode existir verdade, só assim se consegue passar a mensagem a quem nos ouve. Agora, há coisas que me inspiram como, por exemplo, e talvez a minha maior inspiração, a minha cidade, Lisboa.
PRAVDA.Ru Os amadores do Fado tentam rotulá-la com etiquetas do tipo tradicionalista, novo Fado, purista. Como é que a Raquel se rotularia a si própria?
Eu diria que sou tradicionalista. Não sou purista porque aceito que o fado, enquanto música, tem que crescer, e muito menos faço parte do novo fado, porque nem tão pouco acredito nessa expressão. Para mim, não existe novo fado, existem sim, novas formas de o abordar, mas o fado é o mesmo.
PRAVDA.Ru Quais são os seus planos no futuro?
Não gosto muito de criar grandes planos em relação à minha carreira, porque o mundo da música é muito instável e, se hoje podemos estar no topo, amanhã podemos não estar. Para já, espero poder continuar a levar o meu novo álbum, Bairro, aos ouvidos daqueles que me quiserem ouvir.
PRAVDA.Ru Já cantou em algum país da CPLP?
Ainda não cantei em nenhum dos países que fazem parte da CPLP mas, se tudo correr bem, em breve levarei o meu fado a Cabo-Verde. Já tive a oportunidade de partilhar o palco com um dos maiores nomes da música cabo-verdiana, Tito Paris, e, efectivamente, a união do fado com a morna, a coladeira e o funaná, é um casamento muito feliz.
PRAVDA.Ru E quanto à Rússia?
A Rússia será outro destino que terei, certamente, todo o prazer em conhecer, e onde tenho a certeza que o fado será muito bem recebido.
Entrevista entre Raquel Tavares
e Timothy Bancroft-Hinchey,
PRAVDA.Ru
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