O desempregado, Gilmar Leandro da Silva Filho, de 23 anos invadiu ontem (19) a farmácia onde trabalhava sua ex-noiva Evellyn Ferreira Amorim, de 18 anos, e após mantê-la como refém durante 11 horas a matou e se suicidou, com um revólver calibre 38. O acidente aconteceu em Praia Grande, na Baixada Santista (77 km de SP) , segundo O Estado de São Paulo. Os dois ainda foram retirados com vida da Drogaria Nova Farma, onde ela trabalhava. Ambos morreram na tarde de ontem na Santa Casa.
Foi a segunda vez que Silva ameaçou a vida da ex-namorada. Inconformado com o término do relacionamento de cinco anos, o homem já a havia feito como refém durante cinco horas no dia 13 de junho, na residência da vítima, na Vila Mirim. Na ocasião, ele se entregou à polícia e foi indiciado por cárcere privado e porte ilegal de arma. Silva ficou preso durante um mês, até conseguir liberdade provisória, com a ajuda da ex-noiva (veja na pág. C4).
À meia-noite de domingo, a caixa Evellyn e o balconista Almir Antonio Guimarães, de 42 anos, preparavam-se para fechar o estabelecimento. Um casal de clientes, que ainda estava na farmácia, relatou que naquele momento Silva entrou no local, alegando que havia ido lá para ajudar a ex-noiva a fechar a drogaria. Eu escutei o barulho da uma algema que ele estava segurando e falei para os clientes saírem tranqüilamente - sem nem precisar pagar, explicou Guimarães, que foi tomado como refém - o assassino só o liberou às 5 horas.
Segundo o balconista, Silva já chegou ao local um pouco alcoolizado, segurando duas latinhas de cerveja, e se mostrava decidido a se matar. Ele deixou ela (Evellyn) fazer tudo que precisava, incluindo fechar o caixa, e depois algemou a mão esquerda dele à direita dela e me disse: não precisa se preocupar, não vai acontecer nada contigo, nada com ela, só eu que vou sair daqui para o cemitério.
Por volta da 0h20, o motoboy atirou contra a parede. Ela estava tentando discutir, daí ele começou a apontar a arma para mim e para ela e disse que não estava de brincadeira, comenta Guimarães.
De acordo com o atendente, Silva mostrava-se ciumento e dizia que a jovem havia prometido reatar o relacionamento e havia, inclusive, lhe feito visitas íntimas no período em que ele permaneceu preso. Falou que tinha visto o Orkut dela e começou a brigar. Daí, a Evellyn disse que nem tinha mais Orkut e entrou na internet para mostrar para ele.
Na seqüência, o local foi cercado pela polícia. Um pouco antes do meio-dia, o desempregado avisou que iria se entregar em dez minutos e foi orientado a jogar os projéteis por debaixo da porta e, em seguida, o revólver. No entanto, cerca de dois minutos depois, foram ouvidos dois tiros. A polícia ainda tentou contatar Silva pelo rádio e, como não conseguiu, invadiu a farmácia. Os investigadores encontraram os dois feridos, o corpo dela sobre o do ex-noivo. A caixa morreu no hospital às 14h20 e ele, às 17h40.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter