Ser vencedora já é constante para a Beja-Flor. Desde que a escola foi fundada, em 1948, foram nove os campeonatos. Nos últimos dez anos, a agremiação da Baixada Fluminense ganhou cinco vezes: além deste ano, levou o título em 1998, 2003, 2004 e 2005.
Esta vez com uma homenagem à África, a Beija-Flor conquistou o título do carnaval carioca, o décimo de sua história, retomando a hegemonia que havia perdido para a Unidos de Vila Isabel em 2006, quando terminou na 5ª colocação após vencer por três anos consecutivos (de 2003 a 2005).
A escola terminou a apuração com 399,3 pontos. O segundo lugar do carnaval carioca ficou com a Grande Rio, que somou 397,9. A vice-campeã foi a grande surpresa dos desfiles, com o enredo "Caxias - O Caminho do progresso, Um retrato do Brasil". A Mangueira foi a terceira colocada, com 397,4 pontos.
As seis primeiras escolas colocadas voltam à Sapucaí neste sábado para o desfile das campeãs .
Com o samba-enredo Áfricas: do berço real à corte brasiliana, a Beija-Flor foi a última escola a desfilar na Marquês de Sapucaí. Antes dela, Porto da Pedra e Salgueiro já haviam usado a África como referência para o samba, mas foi o enfoque dado pela escola de Nilópolis que se destacou. A Mangueira saiu na frente na apuração do carnaval do Rio, com quatro notas 10 na avaliação da comissão de frente e quatro no enredo, mas perdeu a liderança na apuração para a Beija-Flor na avaliação da harmonia.
Após a apuração desse quesito, a Mangueira caiu para a quarta posição, a Beija-Flor passou para 119,7 pontos e não deixou mais a liderança da disputa.
Com metade da apuração em curso, a Beija-Flor liderava a apuração, seguida por Mangueira e Viradouro. Na apuração do quesito alegoria e adereços, a Mangueira voltou a perder o segundo lugar.
Cada décimo que a Mangueira perdia na apuração era bastante comemorado pela diretoria da Beija-Flor e os demais adversários. A diretoria da Imperatriz demonstrou muita irritação com a nota 9 dada no quesito harmonia.
A Beija-Flor abriu vantagem de um ponto sobre a Grande Rio no término da apuração do sétimo quesito (279,5 contra 278,5 pontos).
Na Sapucaí
O desfile campeão da Beija-Flor na Marquês de Sapucaí chamou a atenção por suas alegorias enormes e cheias de detalhes e fantasias repletas de plumas e adereços luxuosos.
O beija-flor, símbolo da agremiação, voltou ao desfile da escola depois de 10 anos. No carro abre-alas, o pássaro foi representado com 10 metros de envergadura e fazia movimentos de pescoço para poder beijar a flor à sua frente, promovendo a vida na savana afriacana.
A figura de Olorum, rei do infinito, acompanhou o beija-flor. A cor predominante do carro foi o marrom, simbolizando o surgimento do homem a partir do barro.
A comissão de frente retratou a riqueza das dinastias africanas e a soberania de rainhas e reis africanos que foram escravizados no Brasil veio representada nas fantasias do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selmynha SorrisoZ. Outro destaque de carro alegórico tem genealogia curiosa: era Cláudia, cuja estréia foi há pouco mais de 15 anos, ainda na barriga da mãe.
Ela é filha da legendária porta-bandeira Pinah Ayoub. A belíssima passista Clara Paixão era destaque no sétimo carro, uma homenagem ao maracatu mais antigo de Pernambuco que tinha um elefante de 15 metros de comprimento. O último carro homenageava Tia Ciata, negra baiana que se mudou para o Rio e é considerada uma das mães estimuladoras dos primeiros compositores do samba, no início do século 20.
Destacou-se ainda o quarto carro, A Luz que Vem de Daomé, apoiado sobre uma serpente iluminada com pretas-velhas defumando a Sapucaí nas laterais traseiras.
Mocidade volta a desfilar na amanhã em São Paulo
Campeã do Carnaval paulista, a Mocidade Alegre volta ao sambódromo do Anhembi amanhã. A escola estará presente no Desfile das Campeãs, ao lado das escolas Unidos de Vila Maria, Vai-Vai, Águia de Ouro e Império de Casa, segunda a quinta colocadas respectivamente.
Ainda participarão do desfile as escolas Mancha Verde, campeã do Grupo de Escolas de Samba Esportivas, e a Gaviões da Fiel, que conquistou o título do Grupo de Acesso neste ano.
As tradicionais baianas estavam majestosas. As 110 intregrantes da alas vestiram uma fantasia luxuosa confeccionada em tecido que imita pele de zebra e leão e levaram na cabeça uma coroa de marfim.
Personagens como Chico Rei e Zumbi dos Palmares, símbolos da força do povo negro, vieram representados nos carros alegóricos.
Zumbi teve um carro todo feito em bambu em que 70 componentes fizeram uma coreografia teatralizada. Já Chico Rei, veio em uma alegoria predominantemente dourada, cheia de anjos e chafarizes.
Com G-1
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