O dia 20 de Abril de 2010 decerto marcará o maior desastre ecológico de todos os tempos, quando a plataforma de extraçao de petróleo Deepwater Horizon, da empresa BP, explodiu no Golfo do México, matando 11 trabalhadores, e ferindo 17.
A plataforma de águas profundas operava a 1.500 metros baixo do nível do mar, cerca de três vezes menos que a profundidade do nosso pré-sal, e a apenas 60 quilômetros da costa do Estado de Louisianna.
A Guarda Nacional do Estados Unidos estima o vazamento em 5.000 barris (159 litros) diários de petróleo, embora vozes discordantes, baseadas no vídeo do local, divulgado somente em 13 de maio, ceriam queb possa ser até 12 vezes maior.
A enorme mancha de óleo segue na direção do Delta do Rio Mississippi, e pequenas quantidades de óleo haviam alcançado a costa dos Estados de Louisiana, Alabama e Mississippi em 3 de maio.
Imagens de satélite permitem avaliar com precisão a extensão da calamidade. O satélite ASTER, da Nasa, captou imagens noturnas do crescente derramamento, em 7 de maio. Suas fotografias térmicas cobrem uma área medindo 60 por 240 quilômetros, a maior parte sobre o Golfo do México.
Uma nova foto de satélite da NASA mostra a extensão da crescente mancha de óleo no Golfo; a imagem do ASTER cobre uma área medindo 79,1 por 103,9 quilômetros, a cerca de 32 quilômetros do Delta do Mississippi.
Helicópteros da Guarda Nacional dos Estados Unidos jogam sacos de areia sobre uma praia a oeste da Grand Isle, Louisiana, numa tentativa de proteger os delicados pantanais da mancha de petróleo que se aproxima.
Há 13 mil funcionários da BP, governo e outras empresas envolvidos nos trabalhos de contenção e nas tentativas de fazer cessar o vazamento. Desde o começo da resposta ao incidente, 120 voos para despejar dispersantes foram realizados até agora, e 97 mil barris, segundo a BP, foram recuperados. Apenas dois dias após o acidente, a empresa dizia havermais de 530 embarcações nas operações, e aviões Hércules c-130 despejando dispersantes sobre as áreas atingidas.
O comprimento total de bóias de barreira jogadas ao mar para tentar impedir o óleo de chegar à costa é, até agora, de 1,2 milhão de pés, mais 400.000 pés de reserva para uso imediato.
O custo das operações,até 13 maio, atingiu US $450 milhões, e dado o tempo estimado para a resolução do problema até 80 dias -, irá muito além dessa cifra, especialmente contado-se os danos ambientais.
Imagine-se o pré-sal, aqui, em profundidade muito maior, a 300 km da costa, e o custo de um eventual acidente semelhante.Aí, cabe a pergunta, na hora de pôr a mão no bolso: os royalties servem para compensar as perdas, mas os Estados iriam arcar com as inestimáveis despesas? Seria muito prudente o governo criar um substancioso fundo de contingência para uma eventualidade semelhante .
Na verdade, a tamanha distância da costa, não se pode falar em Estados, mas em águas territoriais brasileiras, e ponto.
Luiz Leitão é jornalista Drt 57952/SP [email protected]
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