Sismo em Portugal: Será que vão surgir réplicas?

Os especialistas em Sismologia são unânimes: a falha da «Planície da Ferradura», responsável pelo abalo desta segunda-feira, é muito activa e altamente susceptível. No espaço de uma semana é «normal que haja vários sismos de pequena dimensão», pelo que por vezes aparece «um maior». Este já é «apreciável, com magnitude de 6.1 na escala de Richter», disse ao PortugalDiário Inês Rio, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, baseando-se nos registos retirados pelas estações do Instituto Geofísico do Infante D. Luiz.

«O abalo ocorreu na "Planície da Ferradura", uma zona de fronteira de placas onde é normal ocorrer actividade sísmica. Foi aliás neste local que ocorreu o sismo de 1969, o maior registado em Portugal nos últimos anos, de magnitude 7,3, esse sim, de magnitude elevada», frisou também ao PD José Borges, do Centro de Geofísico de Évora, lembrando que «mais recentemente, em 2003, ocorreu no mesmo local, um abalo de 5,4».

Subsiste a dúvida: será que vão surgir réplicas? Inês Rio diz que «é natural que tal aconteça, mas sempre de magnitude inferior». «Depois de um abalo destes é normal que haja réplicas pequeninas, mas é pouco provável que venha a acontecer algo de magnitude superior», acrescenta José Borges.

A existência de sismos mais fortes é uma exigência da natureza, como apontam os especialistas. «O terramoto de 1755, esse sim, foi muito forte, enquanto estes são mais normais, sendo coisas de que estamos à espera. De vez em quando há um destrutor, mas felizmente não aconteceu desta vez. De qualquer forma, um não implica o outro e o que se registou nesta segunda-feira não é nada comum. Já é grandinho», frisou Ana Rio.

O facto de o sismo se ter registado a 32km de profundidade impediu que se sentisse de forma mais intensa no continente, pois «quanto mais à superfície e próximo de terra pior», salientou a especialista em sismologia da Universidade de Lisboa.

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Author`s name Lulko Luba