A Rússia foi acusada de entregar equipamento militar ao Sudão violando a Resolução 1591 das Nações Unidas, que proíbe quaisquer embarques de armas ao governo daquele país e aos insurgentes de Darfur.
O jornal Tribuna do Sudão noticiou que o governo do Sudão recebeu um lote de jatos de combate russos MIG-29. Uma fonte de referido jornal no exército do Sudão disse que 12 caças foram secretamente entregues pela Bielorrússia ao Sudão. Os aviões, escreveu o jornal, foram entregues à base aérea de Wadi Seidna no Sudão.
A Bielorrússia é um dos países que forneceram equipamentos militares ao Sudão, escreveu o jornal. De acordo com a Tribuna do Sudão, a Bielorrúsia assinou um acordo de cooperação de defesa com o Sudão em 2006.
Porta-vozes oficiais do Ministério da Defesa da Bielorrússia disseram que a informação do jornal Tribuna do Sudão era infundada.
"Não vejo sentido em comentar estupidez," disse o secretário de imprensa do Ministério de Defesa da Bielorrússia, Vyacheslav Remenchik.
É digno de nota que a Rússia mandou outro grupo de pacificadores ao Sudão em fevereiro do ano corrente. Foi o quarto grupo de pacificadores que a Rússia mandou àquele país depois de haver-se integrado à missão de paz das Nações Unidas no Sudão.
A presença de especialistas russos e de armas fabricadas na Rússia no Sudão tornaram-se, repetidamente, tema de discussões internacionais. Não há informação digna de fé provando a existência de jatos de combate russos em Darfur. Moscou rejeita a idéia oficialmente, embora tenha havido diversos escândalos a respeito do assunto anteriormente.
Rússia e China foram considerados os maiores fornecedores de armas para a zona do conflito. Um sério escândalo eclodiu em 2004, um ano depois do início da guerra civil em Darfur. A Anistia Internacional publicou um relatório no qual foi dito que a Rússia havia assinado um contrato para embarcar 12 jatos de combate MIG-29, helicóptrros de batalha Mi-24 e outros armamentos para o Sudão, totalizando o montante de $200 milhões.
O documento declarou que o acordo para venda dos jatos de combate havia sido firmado a pedido do goveno sudanês. A Anistia Internacional declarou que dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia e China - estavam, na prática, exacerbando o conflito armado.
Moscou rejeitou de imediato tais alegações. O Minstério de Assuntos Exteriores da Rússia disse que a Rússia estava promovendo a regulamentação pacífica do conflito e nunca forneceu quaisquer armamentos ao Sudão.
Autor do post : Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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