Onze partidos disputam as eleições legislativas de domingo na Rússia. Esta é a primeira eleição para a Duma sob o novo sistema de representação proporcional, que estabelece um maior limite mínimo de votos para um partido poder conquistar cadeiras na casa. Antes, os partidos precisavam obter no mínimo 5% dos votos --agora, o piso é de 7%.
O Duma tem 450 parlamentares. A casa pode criar e aprovar legislações. O Parlamento pode impedir a indicação de primeiros-ministros, aprovar votos de desconfiança e iniciar processos de impeachment.
- RÚSSIA UNIDA: Criado antes das legislativas de 1999 para apoiar o jovem primeiro-ministro e futuro presidente Vladimir Putin, dispõe de dois terços na atual Duma (299 dos 450 deputados). Seu emblema é um urso polar.
O partido apóia o "Plano Putin", de desenvolvimento econômico, em que há forte papel do Estado e política externa independente.
Além de Putin, os principais nomes ligados ao partido são o parlamentar Boris Gryzlov e o ministro Sergei Shoigu.Os deputados do Rússia Unida pregam uma política nacionalista e um capitalismo de Estado.
Rússia Unida conta com 67% das intenções de voto, segundo uma recente pesquisa do centro independente Levada.
- PARTIDO COMUNISTA RUSSO: Com 47 deputados, o PC pode chegar em segundo lugar. Liderados por Guennadi Ziuganov, os comunistas contam com uma rede militante ainda poderosa em certas regiões e com a simpatia de parte dos aposentados, mas seu eleitorado diminuiu por causa dos partidos favoráveis ao Kremlin que se apropriaram de seu discurso populista e nostálgico da URSS.
O PC conta conta 14% das intenções de voto.
- LDPR (Partido Liberal Democrático): O LDPR, do agitador ultranacionalista Vladimir Jirinovski, dispõe de 29 cadeiras na Duma. Sumamente direitista no espectro político, sempre acaba seguindo as ordens de voto do Kremlin e aparece mais como um fantoche do que como uma força política.
O LDPR obteria apenas 7%, o mínimo requerido para entrar na Duma.
- RÚSSIA JUSTA: Com 33 deputados, este partido de "oposição de esquerda", dirigido pelo presidente do Senado, Serguei Mironov, visa a atrair parte do eleitorado comunista para as fileiras favoráveis ao Kremlin e se autodefine "integrado ao poder" do presidente Putin.
Conta com 4% das intenções de voto.
- IABLOKO: Partido reformista e democrático de centro-esquerda, liderado por Grigori Iavlinski, durante um tempo considerado um dos políticos mais brilhantes do país, não se recuperou da chegada ao poder de Putin.
Assimilados com freqüência pelos russos aos reformistas dos anos 90 que levaram o país ao caos, os líderes de Iabloko também sofrem dos efeitos do desprestígio da idéia democrátia.
Ausente na atual Duma, com 2% das intenções de voto, Iabloko tem poucas chances de eleger um representante.
- SPS: a União de Forças de Direita. Sucessivamente aliado e adversário de Iabloko, o SPS desapareceu também da Duma. Mais liberal, a SPS apoiou durante um tempo Vladimir Putin, antes de passar para a oposição.
SPS tem 1% das intenções de voto.
- PARTIDO DEMOCRÁTICO DA RÚSSIA: Depois de cair no esquecimento, anunciou, em maio, sua volta ao cenário político, pregando a adesão da Rússia à UE, uma iniciativa inspirada pelo Kremlin, segundo alguns analistas.
Menos de 1% das intenções de voto.
- PARTIDO AGRÁRIO DA RÚSSIA: Popular no início dos anos 90, este partido com retórica socialista não tem representantes na Duma há uma década e não conseguirá mais de 3% dos votos.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter