Alexander Litvinenko, o ex-agente do Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB) morreu na noite desta quinta-feira num hospital em Londres. A causa da morte é o envenenamento pela uma substáncia desconhecida, a origem da qual até hoje não está determinada. A saúde do ex-coronel russo tinha piorado esta quinta-feira, mas havia sido reanimado depois de uma paragem cardíaca.
Apesar de termos realizado inúmeros testes, ainda não conseguimos determinar a origem da doença do sr. Litvinenko, esclareceu Geoff Bellingham, um dos médicos, poucas horas antes de a morte ter sido declarada. Uma outra fonte do hospital adiantou que os raios X efectuados ao ex-espião revelaram três objectos nos intestinos, o que muitos interpretaram como sendo um antídoto engolido pela vítima. Mas Bellingham rejeita esta interpretação, afirmando que o que os raios X acusam é um agente não tóxico usado no tratamento do doente.
Atualmente a Scotland Yard investiga o incidente com Litvinenko, por isso não comenteremos mais esse caso, declarou Bellingham.
No primeiro dia em que se sentiu mal, Litvinenko disse ter participado em duas reuniões. De manhã, ele se encontrou com um russo desconhecido e com Andrei Lugovoy, ex-colega da KGB e segurança do premier russo Yegor Gaidar, em um hotel. Mais tarde, ele jantou com o italiano Mario Scaramella.
Os amigos de Litvinenko acreditam ele ser matado pelos serviços secretos russos.
Os amigos de Litvinenko acreditam ele ser matado pelos serviços secretos da Rússia, por causa de ele começado um inquérito da morte da jornalista russa Anna Politkovskaya, conhecida pela sua crítica da política das autoridades russas em Chechênia. No Kremlin a estes acusamentos chamam uma pura bobagem.
Segundo disse Litvinenko ao seu amigo, o cineasta, Andrey Nekrasov, o fato de ele ser envenenado prova gue havia seguido a um caminho correto e que o Kremlin faz pontaria às pessoas a defender a verdade. Isto testemunha que a pessoa diz a verdade, concliiu Litvinenko.
Entretanto a imprensa ocidental cita um representante da delegação russa que se encontra em Helsinki na cúpula UE-Rússia.
O homem foi envenenado, mas as acusações contra o Kremlin são incríveis e estúpidos demais para serem comentadas por qualqurer representante da parte russa.
Lugovoi: Litvinenko não bebeu o chá connosco
O ex- oficial do KGB, Andrey Lugovoy, na entrevista a The Times desmentiu ser culpado no envenenamento de Litvinenko e apresentou sua versão do estranho encontro com Litvinenko, após o qual ex-agente se sentiu mal. Esta versão tem divergências em comparação à versão do próprio Litvinenko, contada por seus amigos.
Na entrevista a The Times Lugovoy disse, que chegou a Londres para assistir a pardida entre CSKA e Arsenal da Liga dos Campeões. O encontro aconteceu pelo pedido do próprio Litvinenko, sendo que se encontraram já depois do encontro de Litvinenko com Mario Skaramella.
O fato essencial sobre que informou Lugovoy, é que não havia no encontro nenhum Vladimir, que a Scotland Yard o considera o suspeito principal envolvido no envenenamento do ex-coronel. A terceira pessoa a ter estado naquele dia com Litvinenko e Lugovoy foi o amigo da infância de Lugovoy, Dmitri Kovron.
E nenhum chá, o Liivinenko, no apartamento de hotel, não bebia, disse Lugovoy.
Curriculum vitae e a história da fuga de Alexander Litvinenko
No dia 1 de 2000 o ex-agente de FSB, o coronel Alexander Litvinenko no aeroporto Heathrow, numa conferência de imprensa improvisada, pediu o refúgio político na Grã-Bretanha.
Curriculum Vitae: Alexandr Volterovitch Litvinenko nasceu em 1962 na cidade russa de Voronej . Em 1980 após terminar o ensino primário, havia servido nas Forças Armadas russas. Desde 1988 é o agente do Serviço de Contrainteligência do Comité da Segurança Estatal da União Soviética( Segundo Departamento do KGB). De 1991 é funcionário da Administração Central do KGB. Em 1997 Litvinenko foi posto a uma divisão mais secreta do FSB (ex- Segundo Departamento do KGB) ao Departamento de Estudo das Organizações Criminais .
Em Londres, a onde Litvinenko chegou com sua família, ele declarou ter feito este passo por uma perseguição constante pelos serviços secretos russos . Na Russia contra ele foi aberto um processo por quatro artigos do Código Penal . São: abuso da posição do serviço com uso das armas, fraude em serviço, ruptura ou extorsão das armas, substâncias explosivas e equipamento de explosão e adquisição e guarda ilegal das armas, substâncias explosivas e equipamamento de explosão.
O essencial do caso é o seguinte. Em 1977 o coronel Litvinenko e os seus subordinados receberam uma tarefa de investigar uma série de atos de terrorismo na cidade russa de Kostroma causando a morte de uns empressários influentes locais. O inquérito revela que Litvinenko encontrou um grupo das pessoas envolvidas nos crimes o qual , provavelmente, haveria adquirido e vendido o material explosivo. Porém Litvinenko, segundo inquérito, jogou este material aos suspeitos antes de os ter detido. Os suspeitos foram levados fora da cidade , foram torturados para receber os depoimentos necessários.
Mas antes disso, Litvinenko ficou envolvido num escándalo grandioso em torno do magnata russo Boris Berezovsy. Litvinenko declarou ter recebido de seus superiores a ordem de matar Berezovsky. Litvinenko negou fazer isso e comunicou a Berezovsky sobre alegados planos do FSB.
Litvinenko descartou esses planos numa conferência de imprensa bombástica em 17 de novembro de 1988.
Depois de ser despedido do FSB, Litvinenko era o funcionário do Secretariado Executivo da Organização dos Paises Independentes ( ex-soviéticos) e nessa altura foi detido por fraude em serviço. Aguardado o julgamento na liberdade, ele fugiu com um passaporte falso ao estrangeiro com ajuda de um americano, Alexandr Goldfarb, o dissidente russo, o tradutor de Andrey Sakharov, hoje o cidadão dos EUA.
Em 15 de maio de 2002 recebeu o refúgio político na Grã-Bretanha.
Em maio de 2002 foi condenado à revelia na Rússia a três anos e seis meses da prisão condicional.
Em junho de 2002 o FSB enviou um pedido a MI5 para Litvinenko ser interrogado sobre o caso de explosões de bloques de apartamentos nas cidades russas em 1999, efetuadas por um grupo de guerrileiros chechenos de Achimez Gochiyaev. O ex-coronel tinha negado depôr.
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