O Fim do Terrorista Basaev

No dia 10 de Julho, forças especiais do FSB (a agência de inteligência e segurança da Rússia) mataram Shamil Basayev, o mais famoso, importante e sanguinário terrorista que já atuou na Rússia. As condições em que morreu Basayev ainda não estão claras, nem foram oficialmente explicadas pelas autoridades russas; mas sua morte já foi confirmada, e seu cadáver reconhecido. Não há dúvida: o homem mais procurado pelas autoridades russas, pelo qual se oferecia uma recompensa de 10 milhões de dólares, está finalmente morto.

O currículo de Basayev (ou seja, a lista de seus atos sanguinários, em geral dirigidos contra civis inocentes e desarmados) é longo. Além de resistir militarmente contra forças federais russas na primeira e na segunda guerra da Tchetchênia, em 1995 Basayev seqüestrou um hospital na cidade de Budionnovski com mais de 1600 pessoas (matando 129 delas), atacou a república vizinha do Daguestão em 1999, no mesmo ano colocou bombas em vários edifícios residenciais em Moscou e São Petersburgo (matando 293 pessoas), seqüestrou o teatro Nord-Ost em Moscou em 2002 (matando 130 reféns), em 2004 colocou bombas em dois aviões de passageiros (matando 89 pessoas) e numa estação de metrô de Moscou (10 vítimas), e seu ato mais sanguinário foi o seqüestro da escola em Beslan em setembro de 2004, com mais de 350 mortos, a maioria crianças. Basayev nunca teve a menor vergonha de admitir a autoria material ou intelectual dessas barbáries, e sempre os considerou como uma “guerra santa”.

Sua morte foi um grande sucesso para a Rússia, para a estabilidade e a paz no Cáucaso, e para o combate ao terrorismo global. Na verdade, nos últimos 6 anos a Federação Russa, depois do desastre da primeira guerra da Tchetchênia (de durou de 1994 a 1996), tem conseguido combater o crime organizado e o terrorismo nesta região, sem dúvida a mais conturbada da antiga União Soviética.

Primeiro, conseguiram controlar todo o território tchetcheno, inclusive as montanhas (a imprensa ocidental, antes, dizia que os guerrilheiros poderiam resistir lá por décadas). Depois, conseguiram realizar um plebiscito pacífico, onde a maioria da população decidiu manter seu território dentro da federação. Em março de 2005, tropas especiais russas mataram o auto proclamado presidente separatista tchetcheno, Aslan Maskhadov, e no mês passado mataram seu auto proclamado sucessor, Abdul Khalim Saydulayev. Encurralados, sem apoio interno da população e nenhuma possibilidade de resistir às bem equipadas e bem preparadas tropas russas, os radiciais tchetchenos só podiam lançar mão do terrorismo contra civis desarmados. Os ataques de 2004, que culminaram com o seqüestro da escola em Beslan, levaram a Rússia a dar mais ênfase nos serviços de inteligência, e desde então conseguiram evitar inúmeros ataques ainda por realizar, prendendo e matando diversos terroristas – e agora temos a culminação deste excelente trabalho, com a morte de Basayev.

Além das ações militares, policiais e de inteligência, a Federação Russa investe muito na Tchetchênia, para reconstruir a devastação (causada principalmente na primeira guerra) e melhorar o nível de vida, garante o império da lei (julgando e punindo também os militares e agentes federais que porventura cometam excessos e ataquem pessoas inocentes) e estimula o fortalecimento da democracia (como comprovou o plebiscito que decidiu sobre a independência da Tchetchênia). Se continuar assim, é perfeitamente possível que em poucos anos a Tchetchênia e todo o Cáucaso russo seja uma região estável, pacífica e totalmente livre de terrorismo. A imprensa ocidental, porém, tenta difamar a Rússia e se recuse a ver o óbvio, usando eufemismos para designar pessoas e grupos que são inegavelmente terroristas, e chamando as tropas federais de “invasoras”. Mas a verdade é que a Rússia tem tido muito mais sucesso pacificando o Cáucaso do que a pretensa “guerra global contra o terror” brandida por outros países.

Carlo Moiana

Pravda.ru

Buenos Aires

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey