Um caso inédito chamou a atenção da comunidade científica: macacos-prego foram flagrados adotando um filhote de bugio-vermelho (Alouatta spp.) após a morte da mãe do animal. A adoção entre espécies diferentes de primatas na natureza é algo extremamente raro — e nunca havia sido documentado em detalhe até agora.
Segundo os pesquisadores responsáveis pela descoberta, o evento foi registrado em uma floresta da América do Sul, onde grupos de macacos-prego (Sapajus libidinosus) convivem parcialmente com bugios, apesar de não interagirem com frequência.
Após a fêmea de bugio morrer, um filhote órfão permaneceu na copa das árvores emitindo sons de angústia. Curiosamente, uma fêmea adulta de macaco-prego se aproximou, recolheu o filhote e passou a carregá-lo nos braços como faria com um filhote próprio.
Outros membros do grupo toleraram sua presença e até o protegeram, permitindo que ele se integrasse ao grupo temporariamente.
A adoção entre espécies diferentes é considerada uma forma rara e complexa de empatia animal. Ela desafia teorias que afirmam que o cuidado parental em primatas está ligado apenas à genética ou aos interesses do grupo.
Esse tipo de comportamento sugere que emoções como compaixão e altruísmo podem ser mais comuns e espontâneas do que se imaginava entre animais sociais.
Embora a adoção tenha durado semanas, não há evidências de que o filhote tenha sido amamentado — o que limita sua sobrevivência a longo prazo. Ainda assim, o gesto é um marco no estudo de primatas e levanta novas questões sobre cognição social.
Casos como este ajudam a ampliar o entendimento sobre comportamento interestamental e abrem caminho para debates sobre o que define empatia, instinto e cooperação entre espécies selvagens.
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