Agradecemos nestas páginas a calorosa bem vinda do povo venezuelano e expressamos nosso orgulho por compartilhar estes dias com os valentes lutadores e lutadoras desta nação, que de forma corajosa enfrentaram e derrotaram várias vezes os golpistas da burocracia, da oligarquia e do imperialismo.
Este Fórum tem uma importância fundamental precisamente no momento em que cresce a rejeição ao imperialismo em nosso continente, e onde insurreições e rebeliões operárias e populares derrotaram numerosos governos agentes do sistema financeiro e das multinacionais.
Os povos da América Latina defendem seu direito ao pão, a terra, ao trabalho, à liberdade, a um salário justo; e procuram também decidir os destinos da sua nação, do seu dinheiro, do seu petróleo, da sua água e da sua floresta, acabando com a brutal exploração a que estão submetidos pelas multinacionais imperialistas, sejam ianques ou européias.
Foi esta necessidade de mudanças de fundo e esta disposição à luta que fez possível eleger, reeleger e restituir no poder o Presidente Hugo Chávez no país de vocês; foi o que fez possível eleger pela primeira vez um indígena como presidente da Bolívia; e foi também por esta procura de mudanças, rejeitando os ajustes neoliberais, que o povo brasileiro elegeu Lula presidente do Brasil em 2002.
Infelizmente, Lula traiu seus compromissos com o povo brasileiro e seguiu o caminho inverso ao de Bolívar e o Che, dando continuidade à velha república neoliberal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lula tem o menor salário mínimo do continente; no seu governo permanecem o desemprego e o subemprego; os orçamentos para educação e saúde pública sofrem cortes constantes e a reforma agrária jamais saiu do papel. Isto porque Lula decidiu aplicar um brutal plano de ajuste para pagar os interesses da injusta, imoral e criminal dívida externa ao sistema financeiro. Ao governar para os fazendeiros, os banqueiros, o negócio do agro e as multinacionais, Lula se converteu no melhor agente da política imperialista no continente, por isso é o político predileto de Bush, que o elogia sem descanso. Conseguiu passar os projetos que o imperialismo queria: libertou os transgênicos, aumentou o superávit primário, pagou antecipadamente a dívida ao FMI; paga aos banqueiros os juros mais altos do planeta e reprime os movimentos sociais, perseguindo os lutadores e enviando a polícia para reprimir as greves. Seu vergonhoso papel inclui o envio de soldados para Haiti e o comando das tropas que ocupam esse país em "nome da paz", mas fazendo o trabalho sujo de defender os interesses dos Estados Unidos e violando o direito a autodeterminação do povo haitiano.
A pesar de tudo isto, a voz dos povos do continente fala mais alto e os anseios de unidade para enfrentarmos e nos libertar da opressão imperialista percorre como um fogo a América Latina.
O presidente Chávez tem defendido a necessidade de uma outra integração para se contrapor ao projeto imperialista da ALCA, projeto este que todos rechaçamos. Apoiando a necessidade dessa integração diferente de nossos povos, queremos falar claro e falar para vocês que nenhuma integraço será capaz de nos libertar do jugo imperialista enquanto não enfrente de forma conseqüente o imperialismo e rompa com este, conquistando nossa segunda e definitiva independência.
Isto é o que todos queremos, mas será impossível de ser conquistado com um "aliado" como Lula, que joga no time de Bush e que viaja pelo continente se fazendo passar por combativo enquanto o povo passa fome e paga aos banqueiros, e faz todos os esforços possíveis para convencer Chávez e os povos da América Latina para não lutarem, suavizar as críticas aos Estados Unidos e não se rebelarem.
Queremos a unidade dos povos e de todos os antiimperialistas conseqüentes do continente, para enfrentar e derrotar de uma vez e para sempre a dominação de Bush, os banqueiros e as multinacionais!
Por esta razão, consideramos como uma das tarefas mais importantes deste Fórum Social Mundial, a construção de uma agenda de mobilização unitária dos povos da América Latina, unificando e recolhendo as bandeiras pelas quais estamos lutando em cada país, para, desta forma, juntos e mobilizados, conseguirmos fazer realidade o grito que parte de nossas gargantas:
FORA A ALCA E O IMPERIALISMO DA AMERICA LATINA!
Uma outra integração é possível:
Pelo livre trânsito dos trabalhadores nas fronteiras de nossos países!
Todo o apoio à luta do povo boliviano pela nacionalização do petróleo e do gás!
Fora às tropas da coalizão liderada pelo Brasil em Haiti!
Fora o Plano Colômbia e as bases militares ianques da América Latina!
Por um bloco de países devedores para não pagarmos mais a dívida externa!
Dinheiro para as necessidades do povo trabalhador e não para as oligarquias e o imperialismo!
Apoio incondicional às lutas dos trabalhadores e os povos do continente!
Deputado Babá
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