VIAGEM PELO MUNDO (No 3)

Mas, primeiro chegaram dois policiais de motocicletas, os celebres policias rodoviários, que telefonaram para o SOS e me pediram que esperasse (como se fosse possível fazer outra coisa) que seria socorrido.

Finalmente o reboque chegou! O chofer, depois de ver o que acontecia, mudou o pneu e entrou em contacto com a minha seguradora Allianz, e pouco depois estava novamente viajando.

O meu primeiro dia de viagem, com poucas paragens, como o de procurar socorro na primeira cidade, o estouro e mudança de pneu, me levou 17 horas.

Como estava com muita pressa, a primeira noite dormimos no carro, pois os acentos eram bastante reclináveis, proporcionando um relativo conforto e eu queria também saber, como se portaria o meu corpo, com 75 anos quase feitos.

A auto-estrada até a Espanha custou 12,00 euros, a troca de pneu novo me custou 45,00 euros, e foi resolvida, graças à boa vontade dos espanhóis.

Foi assim: chegamos à cidade de Talavena de La Reina, onde tentei encontrar um posto de gasolina que vendesse pneus, mas isso não é possível na maioria dos postos, e por isso procurei uma vendedora, que por sinal estava fechada, o que não me surpreendeu, pois, era domingo. Fiquei estacionado ao lado da vendedora e prometi a Renata, que só sairíamos da cidade com pneu novo sobressalente.

Pouco depois, desceu do sobrado onde naturalmente moravam os donos da oficina, uma senhora, que foi passar um pano no carro estacionado em frente. Dirigi-me a ela, apresentando o meu problema e dizendo que permaneceria no local, dormindo dentro do carro, até que a loja abrisse no dia seguinte. Depois de limpar o carro, a senhora subiu para o sobrado, trazendo com ela, passados alguns minutos, um senhor, que deveria ser o dono.

Ele olhou para o meu carro, gritou para cima, e na janela apareceu um rapaz com cara de sono (creio que era o seu filho), e fez sinal para mim, depois de abrir a porta de aço da loja, para entrar. Menos de meia hora, já tinha tudo a postos e pude continuar a viagem.

Paramos em Toledo para comprar a chave de rodas, que custou 5,00 euros e depois pegamos a auto-estrada para Madrid.

De Madrid, (milhões de carros circulando e me deixando louco), seguimos em direção,( pela auto-estrada paga -umas são pagas e outras não), de Barcelona.

No meio do caminho, paramos em um grande posto (refeições, banheiros ,parking, etc...) e novamente, depois de 12 horas de direção, resolvi dormir outra vez no carro.

Acordamos para irmos ao banheiro e prepararmos para seguir viagem, quando, ao bater a porta do carro, descobri que tinha deixado a chave na ignição e a Renata na sua bolsa, dentro do carro! Catástrofe!

Comunicamos o ocorrido aos responsáveis pela administração de posto, e eles acharam que só quebrando o vidro da janela do carro seria possível readquirir as chaves.

Nem eu e nem a Renata queríamos isso, e eu fiquei protelando a decisão, até que uma turma de rapazes parou para tomar café, e eu contei o fato a eles. Um dos rapazes disse que iria resolver o caso, e eu, imediatamente, batendo em seus ombros disse: “Eu sei que você conseguirá!”

Com uma faca, e uma habilidade de um profissional em roubos de carros, em 5 minutos ele tirou a parte da janela de traz, abrindo a porta, me deixou o mais feliz dos homens.

Agradeci e meti a mão no bolso, para pagar; e ele, sem vacilar declarou, que não aceitaria dinheiro. Satisfeitos, continuamos a viagem, em direção de Barcelona.

Em Guadalajara, furou outro pneu, que, felizmente não causou grandes problemas, apesar de ter explodido como o primeiro, pois viajávamos a menos de 90 km por hora.

Dessa vez, já com a chave de parafusos (de roda), realizamos a mudança do pneu em 15 minutos, tendo em vista o nosso guarda mala estar abarrotado.

Na cidade seguinte consegui que me colocassem o pequeno vidro de traz do carro. Em Leida, com a ajuda de uma brasileira, que trabalhava em um posto de gasolina, compramos e trocamos o outro pneu. A viagem agora parecia normal, graças aos dois pneus novos.

Torno a falar sobre o afogamento do transito europeu, pois o fluxo constante dos carros é permanente, e não depende das horas de ponta. Prevejo graves problemas futuros por causa dsso, caso tenhamos futuro! Entramos na França, e resolvemos sair das grandes auto-estradas e percorrer as estradas do interior, que sempre são mais fáceis de se andar e estão sempre se conectando com as auto-estradas.

Depois de 17 horas dirigindo, no primeiro dia, e 12 horas no segundo, resolvi dormir em um hotel; mais pela Renata, que apesar de jovem, não tem um espírito igual à idade.

Na cidade de Bollene em Provance, resolvemos conhecer os novos tipos de hotel, como os das organizações: “ Formula l “, e o escolhido onde ficamos, pertence a Sociedade hoteleira FATIGA, que como o “Formula 1”, já construiu dezenas de hotéis em toda a Europa, e já começou a construir em vários paises do mundo, inclusive (para a nossa sorte) no Brasil. Esses hotéis fazem parte do desenvolvimento turístico do primeiro mundo. Hotéis, aparentemente iguais a qualquer outro, são simples, super modernos e eletrônicos ao máximo; por exemplo:se no momento de entrada (pois o turista pode ser atendido também por maquina eletrônica) tiver algum funcionário, você comunica os dias de permanência, paga, e recebe, em código, um cartão. Depois de teclar o código, a porta de seu apartamento se abre automaticamente.

O cartão serve também para entrar no parking do hotel, depois das 22,00 horas. As refeições também podem ser adquiridas nas maquinas eletrônicas, com dinheiro vivo ou com cartão de credito.

O preço do Hotel “Formula 1”fica em torno de 21,00 euros e o Fadiga cobra 30,00 euros. Acontece que outras organizações já estão entrando nessa nova ordem, criada por paises do primeiro mundo, para o já monstruoso mercado, que é o turístico. Infelizmente, no Brasil, ainda não entramos na etapa da metade do século passado, com campings municipais em todos os estados, e milhares particulares, muitas fabricas de trailers e moto-homes, e os indispensáveis ferry-boats.

O nosso atraso já ultrapassou mais de meio século, relativo a Europa, e NINGUEM providenciou NADA, pois os que se formaram em turismo, não admitem, terem que começar a aprender o que é o turismo moderno. No Brasil, ensina-se como funciona turismo nos mais atrasados paises do mundo! Continuamos a viagem, acordamos descansados, para mais um grande trajeto.

Resolvemos passar pela Suíça, em direção da Alemanha, pelo Vale d’ Isere, onde existe uma espécie de micro clima, pois ao passarmos, sentimos um calor agradável, e já se viam muitas arvores frutíferas com frutas em adiantado estado de amadurecimento.

Pela Suíça, só fizemos uma rápida passagem de transito, pois já visitamos este pais várias vezes nos anos anteriores. Depois da Suíça foi a vez da Alemanha. De novo uma passagem rápida em direção de Frankfurt e depois de Dresden. Mais uma vez não foi necessário fazer nenhuma paragem para conhecer os lugares e as cidades, porque conhecíamos essa parte da Alemanha particularmente bem. Dormimos em um grande parking, continuando no dia seguinte para a Polônia. O tempo estava surpreendentemente bom e achávamos que ia continuar assim durante os meses seguintes.

Armando Costa Rocha PRAVDA.Ru BRASIL

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