ILGA Portugal elege nova Direção

Prioridade: Muito mais igualdade

Lisboa, 9 de Novembro de 2016 - Foi ontem eleita a nova Direção da Associação ILGA Portugal para os próximos 4 anos, constituída por Nuno Pinto, Ana Aresta, Hélder Inês, Joana Cadete Pires e Daniela Bento (membros efetivos); e João Valério, Rita Oliveira, Nuno Gonçalves, Teresa Amor e Pedro Carreira (membros suplentes). 

No ano em que a ILGA Portugal comemora 20 anos de existência, a nova direção está comprometida em continuar o extenso trabalho que a Associação tem vindo a realizar na promoção da igualdade e da não-discriminação das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans (LGBT), destacando-se pela continuidade - das 5 pessoas que ocupam cargos efetivos, 4 transitam da direção anterior -, mas também pelo equilíbrio de género e pela diversidade de experiências e identidades, sendo esta a segunda vez que é eleita uma mulher trans para os seus órgãos sociais.

Nuno Pinto lembra "o papel fundamental que, nas últimas décadas, a ILGA Portugal teve na transformação do país, assim como o muito trabalho levado a cabo, que resultou na igualdade na Lei e no fim da discriminação formal exercida pelo Estado".

O novo presidente da ILGA Portugal alerta, contudo, para o facto de que "só agora podemos afirmar, enquanto cidadãs e cidadãos em igualdade perante a Lei, que está quase tudo por fazer: a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género continua forte, e é particularmente violenta quando acontece em esferas-chave da sociedade, nomeadamente na família, no trabalho, na escola, no acesso à saúde ou à segurança". Nuno Pinto explica que "precisamos de muito mais igualdade: é fundamental o reforço de políticas públicas de combate ativo à discriminação e ao estigma que ainda marcam as vidas das pessoas LGBT, nomeadamente sensibilização alargada e formação sistemática para profissionais de áreas-chave", afirmando também que "será prioridade desta Direção a aprovação de uma lei-quadro contra todos os tipos de discriminação, incluindo a com base na orientação sexual e identidade de género, e que abranja a discriminação múltipla - medida que consta, aliás, do programa do atual Governo". 

Ana Aresta, vice-presidente da direção, assinala o muito trabalho de apoio à comunidade que a ILGA Portugal tem desenvolvido, destacando como uma das prioridades do mandato que agora se inicia "a aposta nos serviços de apoio à população disponibilizados pela Associação, como a Linha LGBT, o Serviço de Aconselhamento Psicológico ou o Serviço Jurídico, que são cada vez mais um recurso fundamental para muitas pessoas por todo o país, e que precisam de ser alargados, reforçados e continuamente profissionalizados".

A Associação considera que é também um dever do Estado garantir a existência destes recursos que têm um impacto direto na vida e felicidade de tantas pessoas, no cumprimento do princípio constitucional da igualdade. "Será ainda prioritário o empoderamento da população LGBT por todo o país, com destaque imediato para a zona norte, onde iniciaremos muito em breve um projeto dirigido a jovens em contexto escolar", reforça Ana Aresta.

Daniela Bento, a segunda mulher trans membro de uma direção da ILGA Portugal, lembra o muito trabalho que há por fazer no combate à discriminação em função da identidade e expressão de género, destacando duas áreas prioritárias: "por um lado, é fundamental garantir a autonomia e a autodeterminação das pessoas trans no acesso ao reconhecimento legal das suas identidades; por outro, é preciso que finalmente haja vontade política para acabar com as sérias dificuldades que as pessoas trans enfrentam no acesso à saúde, nomeadamente no acesso a tratamentos que são muitas vezes absolutamente fundamentais para o bem-estar físico e psicológico".
 

 

 

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