Os Verdes visitaram o Sudoeste Alentejano com as estufas na mira

Os Verdes visitaram o Sudoeste Alentejano com as estufas na mira

Os dirigentes do Partido Ecologista Os Verdes, Joaquim Correia e Victor Cavaco, visitaram, na passada sexta-feira, dia 23 de setembro, várias áreas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e reuniram com a Direção deste Parque.

Esta visita vem no seguimento do programa de visitas e encontros em Áreas Protegidas que o PEV tem estado a realizar, para se inteirar sobre o estado da conservação da Natureza em Portugal e conhecer in loco, os sucessos e problemas que atingem este setor. Os Verdes relembram que só este ano já visitámos, reunimos ou promovemos iniciativas no Douro Internacional, na Serra da Malcata, no Parque Nacional da Peneda Gerês e na Berlenga, entre outros.

Os Verdes visitaram as zonas de Odemira, Vilanova de Milfontes, São Teotóneo e Zambujeira do Mar, onde constataram as grandes manchas de eucalipto e plantas exóticas, como as acácias e chorão, grandes extensões de estufas com forte impacte visual, que nalguns casos constituem não só verdadeiras barreiras físicas à passagem da fauna bravia mas aos próprios visitantes do parque ou habitantes da região.

Estas acabaram também por ser algumas das preocupações que os Verdes levaram para a reunião com o Parque Natural, em Odemira.

As estufas presentes na área do parque, de produção intensiva de frutos e hortícolas, pertencentes maioritariamente a empresas estrangeiras, ocupam neste momento cerca de 650 hectares, prevendo-se a sua duplicação nos próximos 3 anos, numa área (Perímetro de Rega do Mira) que poderá eventualmente chegar aos 8 mil hectares de área coberta, como prevê o regime de exceção no Plano de Ordenamento do Parque Natural. Esta é uma preocupação acrescida, não só pelo impacte visual que já tem e que aumentará substancialmente como pelas barreiras físicas que constitui, pela possibilidade de contaminação de solos e águas, pelo uso de fitofármacos, pela grande produção de resíduos e pelo aumento de tráfego dos transportes de matérias-primas e das produções.

A tudo isto acrescem problemas sociais dos trabalhadores destas infraestruturas, a maioria temporários e estrangeiros, cujas condições de trabalho e alojamento são muitas vezes muito deficitárias e que nos levantam grandes preocupações. A direção do Parque relatou aos dirigentes d'Os Verdes que estão a haver conversações com a Câmara Municipal de Odemira e com as Associações de Horticulturas no sentido de melhorar as condições destes trabalhadores.

Outra grande preocupação transmitida na reunião prende-se com a grande carência de vigilantes da natureza no Parque, atualmente com apenas 6 no ativo para toda a área, quando o ideal seria o dobro, assim como uma carência em técnicos superiores.

Esta falta de meios humanos, aliada a uma já longa falta de equipamentos, nomeadamente viaturas, dificulta em muito o desenvolvimento do trabalho fundamental do Parque, nomeadamente no que concerne à fiscalização do caravanismo e campismo ilegais que assumem proporções cada vez mais preocupantes.

A extensa mancha de eucaliptos na área do Parque Natural, assim como a destruição e falta de proteção de muitas das charcas temporárias, verdadeiros viveiros do Parque e que tendem a desaparecer, foram outras questões levantadas pelo PEV na reunião.

Os Verdes irão continuar a acompanhar os problemas desta e outras áreas protegidas e desenvolver esforços no sentido de recentralizar as preocupações nas políticas de conservação da Natureza, quer seja em sede de Orçamento, com iniciativas parlamentares ou de outro cariz.

 

O Partido Ecologista "Os Verdes

 

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