Alívio do retorno: “Acabou o pesadelo da semana toda’’

De acordo com Diário de Natal, “Acabou o pesadelo da semana toda’’. Foi essa a frase, enfeitada por um sorriso no rosto, que a dona de casa e mãe da natalense Janaína Agostinho, impedida de entrar na Espanha na semana passada, disse no momento que o avião da companhia Air Comet tocou o solo potiguar. Na segunda-feira da semana passada, a natalense entrou nas estatísticas de brasileiros retidos na Espanha como o caso que mais chamou a atenção da imprensa espanhola. Com todos os documentos necessários para entrar no país, a garçonete foi impedida de conhecer a família e a cidade de origem de seu namorado, o espanhol Esteban Lupiañez. O vôo que trouxe Jananína chegou ao Aeroporto Augusto Severo depois de cinco horas de atraso.

Janaína Agostinho foi recepcionada pela mãe, a filha Wênia Ketelen, 5, alguns primos e um pequeno número e curiosos que foram atraídos pela presença da imprensa no local. Ao surgir no portão de desembarque, a pequena Wênia matou as saudades da mãe que não via há sete dias. ‘‘Agora eu estou bem. Foram sete dias presa como se fôssemos deliquentes. Obedecendo ordens, sendo maltratadas. Estou mutio mal psicologicamente’’, disse Janaína, sobre o período que ficou ‘‘presa’’ no aeroporto de Barajas, em Madri.

Humilhação

A natalense disse que sofreu muitas humilhações, que poderiam ser percebidas no modo que os policiais espanhóis falavam e olhavam para ela. ‘‘Na verdade eles nos vêem como se fôssemos um lixo. Isso é um tipo de humilhação’’, resumiu. Janaína Agostinho disse que nos primeiros dias que ficou presa, foi muito mal tratada. ‘‘Eles foram muito mal educados. Chegavam gritando e só nos últimos dias melhoraram o tratamento, depois da repercussão que teve na imprensa’’, destacou.

Sem saber o motivo da sua retenção, já que portava todos os documentos exigidos pelo governo espanhol, a garçonete não planeja voltar para a Espanha nem tão cedo. Janaína não teve a oportunidade de ver o namorado espanhol e o relacionamento vai depender da vontade dele retornar ao Brasil. ‘‘O namorado vai ter que esperar, se eu não for, ele vem. Agora estou muito mal psicologicamente’’, reclamou.

ACOMODAÇÕES

‘‘Só faltava as grades para parecer com uma prisão’’. Foi assim que Janaína descreveu o ambiente que chegou a dividir, em alguns momentos, com mais de 30 pessoas. Segundo Janaína, era uma sala grande com vários beliches. O máximo que pôde ver de Madri, foi através de uma janela que ventilava o banheiro.

‘‘Tínhamos hora para acordar e hora para dormir. As luzes eram apagadas de noite e, pela manhã, eles chegavam gritando para nos acordar’’, conta. Janaína ressalta que só tinha acesso aos telefones públicos instalados na sala que permaneceu durante os sete dias se comprasse cartão telefônico. Para se comunicar diariamente com a família, gastou mais de 100 euros.

Ela aproveita para fazer um apelo ao governo brasileiro: ‘‘Que o governo faça alguma coisa, se defenda. Já que eles chegam aqui facilmente, são bem recebidos, passam bem na nossa cidade e com a gente é diferente. Queria pedir um tipo de satisfação ao governo brasileiro’’, provoca.

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