Nos EUA foi inaugurada a maior exposição sobre Portugal que se chama «Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries. Na ceremônia da inauguração quarta-feira participou o Presidente da República, Cavaco Silva.
A mostra é organizada em duas galerias da Smithsonian Institution, uma importante instituição cultural que administra vários museus da capital norte-americana e integra pinturas, manuscritos, mapas, primeiras edições impressas, sedas e diversos objectos testemunhando a influência deixada por Portugal ao longo das rotas comerciais estabelecidas a partir da era dos Descobrimentos.
Segundo informa a Lusa, Portugal enviou para esta exposição 54 peças provenientes de vários museus, bibliotecas, colecções particulares e instituições como a Torre do Tombo ou a Igreja de São Luís dos Franceses, entre muitas outras.
De entre os muitos contributos de museus mais ou menos famosos, o Museu Hermitage (de São Petersburgo) cedeu um perfumador em prata destinado a queimar incenso, uma capa em seda chinesa e uma imagem chinesa de Nossa Senhora com o Menino feita em marfim.
Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) foi a instituição portuguesa com um dos contributos mais importantes para a exposição.
Foram 12 as obras que saíram do museu da Rua das Janelas Verdes, em Lisboa, rumo a Washington. Depois de um pedido formal de empréstimo de 19 obras por parte da equipa organizadora da exposição, a escolha foi reavaliada dado que algumas peças solicitadas são consideradas bens de interesse nacional e exigem uma protecção especial e outras são bastante frágeis - como é o caso dos Biombos de Namban - e acabaram por não viajar, disse à Lusa José Alberto Seabra, conservador da colecção de pintura do MNAA.
Das 12 peças deste museu que vão ser mostradas em Washington três são pinturas: uma vista de Goa, como uma espécie de mapa pintado em tela, de José Pinhão de Matos, (princípios do séc. XVIII), um retrato de Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia, e por último uma das pinturas mais importantes do museu, Ecce Homo, que data de finais do século XVI.
Uma salva de prata do século XV e uma ampulheta de vidro, prata e ouro são dois objectos de produção nacional que também marcam presença na mostra norte-americana. O MNAA emprestou também à Smithsonian várias peças de arte Namban (uma estante de missal, um polvorinho e um par de estribos) para além de um contador indo-português e um cofre em filigrana, que pertenceu a Matias de Albuquerque, feito na Índia, no século XVI.
O Museu do Traje cedeu à exposição uma capa indo-portuguesa em linho e fio de seda, o Museu Nacional de Alberto Sampaio emprestou uma cruz processional em prata de 1547, o Museu de Évora cedeu um oratório indo-português do século XVIII, o Museu Soares dos Reis enviou uma cruz de altar, também uma peça indo-portuguesa e do Museu Machado de Castro seguiu um relicário do século XVII.
É uma grande mostra de um passado grandioso e é também uma mensagem internacional da capacidade criadora e inovadora do Portugal contemporâneo, afirmou recentemente a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, no American Club, a propósito desta exposição que contou com o apoio do governo português.
As 260 obras que testemunham a influência cultural portuguesa nos séculos XVI e XVII vão ser mostradas ao público de 24 de Junho a 16 de Setembro, na Sackler Gallery e no Museu Nacional de Arte Africana, em Washington. Em Outubro, algumas das peças que integram o projecto «Encompassing the Globe» seguem para uma outra exposição em Bruxelas, onde deverão ficar patentes até ao final do ano.
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