Um anestesista espanhol Juan Maeso Velez, 65, foi condenado ontem (15) a quase 2.000 anos por contaminar 275 pacientes com o vírus da hepatite C em quatro hospitais de Valença entre 1988 e 1997.
De acordo com a jornal espanhol El Pais, a sentença considera Maeso culpado por 275 delitos de lesão corporal e quatro delitos de homicídio. Dos 275 infectados, quatro morreram.
Apesar de ter sido condenado a 1.993 anos de prisão, a pena máxima cumprida na Espanha é de 20 anos. Ele terá ainda de pagar indenização de 1 milhão de euros às vítimas.
O caso, que ficou conhecido na Espanha como "Caso Maeso", veio à tona somente em 1998, quando descobriu-se que pessoas que haviam sido submetidas a cirurgias em diferentes hospitais de Valença haviam contraído o vírus da hepatite C. Após meses de investigações, a polícia achou um elo entre os diferentes casos: o anestesista das cirurgias, que era Maeso.
Segundo o jornal espanhol, a complexidade das provas fez com que o processo, de 22 mil páginas, demorasse quase 20 anos. Cerca de 600 testemunhas depuseram no julgamento.
Em suas conclusões, a Justiça afirma que Maeso era o autor do "contágio massivo por hepatite C", e que ele deixou um "rastro de vírus' em vários hospitais ao utilizar a mesma agulha que usava para injetar ópio em si mesmo para sedar pacientes submetidos a cirurgias.
Maeso, que era viciado em morfina, é portador do vírus da hepatite C, que pode causar problemas crônicos no fígado. Ele negou saber que tinha a doença, e afirmou que deve ter contraído o vírus "de um de seus pacientes".
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