Menina britânica Madeline de três anos continua desaparecida

A menina britânica Madeline de três anos continua desaparecida no Algarve. Os polícias ingleses participam na investigação. No final da manhã de domingo, o director nacional adjunto e responsável pela directoria de Faro da PJ, Guilhermino Encarnação, avançou estar em situação de afirmar que Madeleine terá sido raptada.

 Dezenas de agentes da PJ inspeccionaram uma a uma as casas vizinhas do bloco de apartamentos onde estava a pequena Madeleine, conhecida por Maddie, com os seus país e mais dois irmãos. Munidos de plantas da zona, os agentes passam a pente fino as redondezas do apartamento, na Praia da Luz, batendo as ruas, casas e jardins em redor do Ocean Club.

 Os polícias têm-se mostrado particularmente atentos aos quintais, recantos e acessos da zona, não descurando os caixotes do lixo. A Polícia Judiciária (PJ) confirma a existência de um retrato-robot de um homem suspeito de ter raptado a pequena Madeleine e admite que o suspeito seja britânico. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã desta segunda-feira.

«É um indivíduo de estatura média e encorpado», afirmou ao Correio da Manhã fonte próxima das investigações. O DN acrescenta que a PJ procura um homem com 1,70 metros de altura, bem moreno, de casaco azul com gola esbranquiçada e cabelo curto. É este o retrato-robô do suspeito de rapto da criança britânica desaparecida na Praia da Luz que a PJ não quer divulgar mas apresenta nos interrogatórios que tem estado a efectuar junto de populares.

O Correio da Manhã escreve ainda que todos os britânicos que viajavam com os pais da menina foram investigados.

Entretanto, o comandante da Capitania dos Portos de Portimão e Lagos, Marques Pereira, afirmou ao DN que estão a procurar um «saco que poderá conter o corpo ou provas». A costa está a ser patrulhada duas a três milhas (o equivalente a quatro quilómetros) para cada lado da Praia da Luz, tendo ontem à tarde alargado as buscas à zona da Ponta da Piedade, nomeadamente as Grutas de Santo António. Aliás, por serem de «muito difícil acesso», foi solicitado o apoio de canoístas, a quem foi dado também o alerta de «atenção a todos os sacos que encontrarem, por mais pequenos que sejam».

Hábitos dos pais foram estudados

Também o criminalista Barra da Costa afirmou à Lusa ter informações de que o sequestrador da menina britânica deve ser um cidadão inglês. O ex-inspector chefe da Polícia Judiciária disse ter indicações de que o «retrato falado» aponta para que o sequestrador seja um «homem alto, de cabelo curto», e que provavelmente foi visto, de costas, naquela zona há alguns dias. Este retrato, acrescentou, «foi feito tendo em conta testemunhos falados sobre uma pessoa que terá sido vista na zona e com características de um cidadão inglês».

José Barra da Costa disse concordar com a teoria de que o sequestrador era conhecedor dos hábitos dos pais da criança, já que seria mais fácil a um cidadão britânico recolher essa informação, até por contacto com os progenitores.

O criminalista defende também que houve premeditação neste caso e um estudo sobre os hábitos dos pais. «Já devia saber que os pais saíam às vezes para jantar na zona e que as crianças estavam sozinhas em casa. Não é o caso de alguém que passa, espreita para dentro de casa e vê algo valioso para roubar e arromba a janela e entra. Era alguém que sabia que as crianças estavam sozinhas», defendeu.

Segundo Barra da Costa, que esteve cerca de 30 anos na PJ, «ninguém força uma janela de uma casa à noite sem ter a certeza de que lá dentro não está ninguém que lhe possa fazer frente».

O criminalista põe também a hipótese de o sequestrador conhecer a criança, já que assim seria mais fácil ela não resistir quando acordasse, pois poderia dizer-lhe que a iria levar aos pais.

O criminalista criticou o facto de as buscas feitas pelas autoridades se terem limitado a terra, lembrando quão fácil seria levar a menina até um barco que estivesse fundeado perto.

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