Um dos mais importantes festivais de música do Brasil, o Abril Pro Rock completa 15 anos ampliando seus horizontes.Na sexta-feira(13) a abertura do festival foi marcada em Pernambuco com o concerto dos grupos mais inventivos do rock brasileiro.
A maior parte do público era formada por garotos e garotas que nem sequer haviam nascido quando Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias excursionavam pelo país mostrando a mística e a psicodelia de suas canções, mas que aprenderam a gostar e admirar com pais, tios e amigos mais velhos, como Silmara Ferreira, de 20 anos, que saiu de João Pessoa (PB) e viajou 120km para ver os ídolos, que conheceu com 13 anos de idade.
Fantasiada de bruxa - numa alusão às fotos dos Mutantes, da qual Rita Lee aparece com um chapéu de bruxa - ela diz que a roupa é uma homenagem ao grupo. "Eu não tenho um disco favorito. Para mim, tudo que eles fazem é maravilhoso", comenta. "Mas estou ansiosa para ouvi-los tocar Fuga nº II" que é uma das minhas músicas favoritas", completa.
Os Mutantes - agora com Zélia Duncan no lugar de Rita - seguem à risca o DVD gravado ao vivo no ano passado, em Londres, quando da retomada da carreira, que já rendeu shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba e que a partir de julho vai estar nos Estados Unidos e na Europa, onde os brasileiros são bastante cultuados.
Ao vivo, o som dos Mutantes é muito mais vibrante que no DVD, puramente nostálgico. O show de pouco mais de uma hora não contempla todas as faixas. Ave Gengis Khan e Baby, por exemplo, não fizeram parte da apresentação da sexta-feira. "A gente deu uma enxugada para não ficar cansativo", justificou o guitarrista Sérgio Dias em uma pequena coletiva no final da apresentação.
Na primeira metade, os Mutantes fazem um repertório para os fãs. Tocam Caminhante Noturno e El Justiceiro, algumas, diferentemente do DVD, em português, como Virgínia. Na segunda metade, os grandes hits, regravados até hoje por meio mundo de gente, como Balada do louco e Ando meio desligado, que são cantadas em coro pelo público. No bis, Batmacumba e Panis et circenses. Entre uma música e outra, o público grita "Arnaldo... Arnaldo... Arnaldo....", que responde com sorrisos.
A química entre o público e o grupo é grande. "Foi um show maravilhoso", limitou-se a dizer Sérgio Dias. Ícone Tropicalista, o professor e escritor Jomard Muniz de Brito concorda. O pernambucano, que viu Os Mutantes em 1978, junto com Caetano Veloso, elogiou a performance de Zélia Duncan. "Ela deu conta do recado. Para mim, foi a grande revelação dessa retomada dos Mutantes", disse.
Fonte Terra
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