Movimento de magma em Yellowstone: sinais de atividade detectados

Um dos supervulcões mais famosos da Terra está localizado sob o Parque Nacional de Yellowstone. Após 160.000 anos de dormência, ele começa a apresentar sinais de atividade. Pesquisas recentes detectaram movimento de magma na região nordeste do parque, levantando questões sobre possíveis implicações.

Sinais de atividade: o que está acontecendo em Yellowstone?

Estudos modernos indicam que o magma está se movendo sob a superfície na parte nordeste de Yellowstone. As últimas evidências de atividade vulcânica datam de 160.000 anos atrás, mas dados do Observatório Vulcânico de Yellowstone (YVO) mostram mudanças no comportamento do supervulcão. Grandes reservatórios de magma indicam que todo o sistema vulcânico permanece ativo e sujeito a constantes transformações.

Cientistas utilizam equipamentos avançados para monitorar essa atividade, incluindo medições de sismos e movimentos verticais. Em 2023, mais de 2.300 terremotos foram registrados na região, com o maior deles alcançando magnitude 4,0 perto de West Yellowstone, Montana. Além disso, análises geoquímicas dos gases emitidos por fumarolas e medições térmicas fornecem informações cruciais sobre o sistema hidrotermal.

A história vulcânica de Yellowstone

O supervulcão de Yellowstone é conhecido por três grandes erupções que ocorreram nos últimos 2,1 milhões de anos. A última erupção, há 640.000 anos, resultou na formação da atual caldeira, que define a paisagem do parque. Embora erupções dessa magnitude sejam raras, atividades vulcânicas menores, como fluxos de lava e explosões hidrotermais, ocorrem com muito mais frequência.

A atividade hidrotermal mais recente foi registrada há cerca de 70.000 anos, demonstrando que Yellowstone continua sendo um vulcão ativo. Pesquisadores monitoram atentamente qualquer mudança significativa no sistema para antecipar possíveis eventos futuros.

Consequências do movimento de magma: o que poderia mudar?

O deslocamento de magma na direção nordeste pode alterar a pressão em outras partes do sistema vulcânico, potencialmente ativando áreas anteriormente inativas. Embora especialistas afirmem que uma erupção não é iminente, os dados sugerem que o sistema está em transformação, e suas implicações ainda não são totalmente compreendidas.

Em janeiro de 2024, dois terremotos foram registrados na região, com magnitudes de 3,1 e 2,5. Esses eventos, embora não sejam incomuns, fazem parte de um padrão que os cientistas analisam cuidadosamente para prever possíveis mudanças no comportamento do supervulcão.

A controvérsia do perfuramento: é possível prevenir uma erupção?

Perfurar para aliviar a pressão nas câmaras magmáticas de Yellowstone já foi sugerido como solução, mas, segundo Michael Poland, chefe do Observatório Vulcânico de Yellowstone, essa abordagem é inviável. As câmaras magmáticas não são reservatórios simples, e liberar pressão dessa forma não funcionaria como esperado.

O dilema da energia geotérmica

A exploração de energia geotérmica no Parque Nacional de Yellowstone é proibida por lei nos Estados Unidos. O Ato de Vapor Geotérmico de 1970 exige que o Departamento do Interior proteja as características hidrotermais nas unidades do Serviço Nacional de Parques. A exploração energética poderia prejudicar as características únicas e históricas de Yellowstone.

O futuro de Yellowstone

A movimentação de magma em Yellowstone destaca a complexidade e os riscos de um dos sistemas vulcânicos mais perigosos do mundo. Embora uma erupção não seja esperada no curto prazo, suas possíveis consequências seriam catastróficas, afetando o clima e os ecossistemas globais.

A melhor forma de enfrentar a imprevisibilidade vulcânica de Yellowstone é continuar monitorando e realizando estudos aprofundados. Com o avanço das tecnologias para analisar sistemas magmáticos, cientistas e governos podem melhorar a gestão dos riscos associados a esse poderoso fenômeno natural.

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Author`s name Petr Ermilin