Brasil quer preservar sementes no banco global de preservação de espécies

Na terça-feira (26), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) informou que pretende garantir a preservação de sementes típicas do país depositando-as na Caixa-Forte Internacional de Sementes de Svalbard, inaugurada na Noruega para conservar espécies vegetais de todo o mundo, segundo a Efe.

O banco de sementes, no Círculo Polar Ártico, foi apresentado por seus criadores noruegueses como um depósito seguro de bancos de exemplares de sementes de cultivos alimentícios, o que garantiria sua sobrevivência.

A Embrapa informou que seu plano é duplicar as sementes das quase 400 espécies armazenadas em câmaras frigoríficas em Brasília para enviá-las ao banco global de sementes de Svalbard. O diretor-geral da Embrapa, José Manuel Cabral, citado no comunicado, disse que a empresa recebeu no ano passado um convite da Noruega para participar do depósito global.

Cabral acrescentou que a empresa está interessada em enviar cópias das sementes à Noruega porque o banco é o "mais seguro em termos físicos e ambientais" e é capaz de resistir a "catástrofes climáticas, inclusive a uma explosão nuclear".

A Embrapa anunciou que, por enquanto, está analisando a possibilidade de transferir tanto espécies originalmente brasileiras quanto outras que se adaptaram ao habitat da nossa região e constituem a base da alimentação no país.

A estatal também está analisando as condições legais do contrato com a Noruega, assim como a legislação brasileira.

Salvação

O banco de conservação de sementes está situado perto de Longyearbyen, em uma ilha do arquipélago norueguês de Svalbard, e foi apelidada de arca do "fim do mundo" e "Arca de Noé".

O objetivo é conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 bilhões de sementes de todas as espécies cultivadas pelo ser humano. Esse patrimônio, mantido em segurança máxima, estará protegido de catástrofes naturais e até mesmo de guerras nucleares.

A nova Arca de Noé fica escondida no final de um túnel de 120 metros, escavado em rochas geladas a 70 metros de profundidade e será mantida a -18ºC. Essa caverna de alta tecnologia, construída nos últimos 11 meses numa montanha de Longyearbyen --uma das cidades do arquipélago-- é equipada com portas de aço blindadas, câmeras e detectores de movimentos e será monitorada remotamente, da Suécia.

As mudanças climáticas foram inicialmente o que impulsionou o projeto, mas não foram o único motivo. Nos últimos anos, mais de 40 países tiveram os seus bancos de sementes destruídos: em guerras como no Iraque e no Afeganistão, ou em inundações e outros desastres ecológicos, como o recente tufão nas Filipinas.

O projeto é apoiado pelo governo norueguês, pelo Fundo Mundial para a Diversidade de Cultivos e pelo Banco Genético Nórdico.

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