Beslan revisitado

As cenas a volta da Escola Número Um em Beslan (Bieslán), Ossétia Norte, há precisamente um ano atrás entre quarta-feira dia 1 e sexta-feira dia 3 de Setembro de 2004, depois de dois dias de sequestro de 1.300 pessoas, foram um pesadelo vivido por centenas de crianças aterrorizadas, correndo para salvarem suas vidas na sequência deste acto de pura maldade nesta cidade.

As cenas a volta da Escola Número Um em Beslan (Bieslán), Ossétia Norte, há precisamente um ano atrás entre quarta-feira dia 1 e sexta-feira dia 3 de Setembro de 2004, depois de dois dias de sequestro de 1.300 pessoas, foram um pesadelo vivido por centenas de crianças aterrorizadas, correndo para salvarem suas vidas na sequência deste acto de pura maldade nesta cidade.

As cifras nos dizem que 344 pessoas morreram, 172 das quais foram crianças. Estas crianças não foram escolhidas como alvos porque se chamavam Yuri ou Anna ou Natalia ou Nikolai mas porque eram russos.

Crianças inocentes escolhidas como alvos por terroristas, uma opção mais fácil para uma cambada de covardes. “Se tiverem sede, bebam mijo!” “Calem-se!!” (um berro apoiado por uma rajada de metralhadora). “Se tentarem escapar, vamos rebentar...estas!” (luva branca a apontar para as bombas).

Com certeza, um dos actos mais chocantes na história da maldade humana?

De acordo com certas fontes de notícias ocidentais, parece que não. Hoje, como sempre, a mensagem é uma de insolência e intrusão, que foca mais nas acusações levantadas por algumas mães de Beslan contra as autoridades da Rússia do que na tragédia em si. Basta lembrar a exigência arrogante feita pela União Europeia para a Rússia explicar o uso de força na ocasião deste acto de terrorismo para vermos quão divorciado está o psique ocidental da realidade na Rússia, prova duma política de lavagem ao cérebro que infectou gerações de pessoas que se afirmam inteligentes.

Nestas fontes ocidentais, a linha de fundo é basicamente, encontrar qualquer coisa que seja que é negativa ou que envergonha a Rússia, e vender o produto ao consumidor. Esta sinistra manipulação da verdade não é jornalismo, é propagandismo e quantas publicações, quantos “jornalistas” são culpados de apresentar o produto acabado que a imprensa comprada precisa de apresentar? Utilizar Beslan como utensílio nesta procura é totalmente inaceitável.

O acto de maldade perpetrado pelos extremistas islamistas, que simpatizavam com a causa dos terroristas chechenos (lutadores pela liberdade, no vocabulário de alguns) colocou Beslan na mapa mundial pelo pior das razões. A aparente simpatia expressa pela comunidade internacional, que critica as autoridades russas pelo uso de força e que agora chafurda na lama atirada por uma mão cheia de familiares dos vítimas, nos dá uma amostra perfeita sobre onde jazem os corações e mentes desta comunidade, ressaqueada da Guerra Fria e determinada a não mudar de atitude, porque fazê-lo seria limpar as razões pela existência da OTAN da face da terra.

O horror de Beslan é para os russos lembrarem neste primeiro aniversário de luto, tão doloroso. Não é para os estrangeiros largarem sentenças.

Depois de dois dias de sequestro, as autoridades fizeram o que puderam fazer com os meios ao seu dispor. Morreram 344 pessoas. A milagre é que não morreram todos os 1.300 reféns. O quê é que as autoridades eram supostas a fazer? Pedirem desculpa aos terroristas e providenciar mais crianças para eles matarem?

Quanto à comunidade internacional, a abordagem correcta seria lamentar profundamente o que aconteceu, lembrar o dia 1 de Setembro como o Dia de Conhecimento e relegar esse incidente horrífico para os anais da história, especificamente para as páginas que documentam os casos em que a maldade do ser humano ocasionalmente ganha proporções exponenciais.

Utilizar esse incidente para atacar as autoridades da Rússia é apoiar tacitamente os elementos maldosos que perpetraram esse ultraje contra a civilização humana.

Da PRAVDA.Ru, desejamos um ano feliz para todas as crianças na Federação Russa que hoje celebram o Dia do Conhecimento, o dia de regresso às aulas. Bem haja.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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