As novas normas permitirão aumentar a precisão de comparação automática de fotografias e prevenir tanto a falsificação das mesmas nos documentos de identificação, como o seu uso ilícito.
No início da Primavera, o novo padrão já teve o apoio do comité norte-americano M1 de biometria. Isto significa que, dentro em breve, os bilhetes de identidade e passaportes terão fotos tridimensionais. Curioso será notar que por detrás desta inovação estão dois finalistas de uma escola superior russa.
No mundo actual de altas tecnologias a Rússia mantém posições muito modestas. Segundo as estimativas do Ministério das Tecnologias Informativas e Comunicações, o mercado mundial de inovações factura agora 1 trilião de dólares. No segmento de "software", a Rússia ganha 200 vezes menos do que os EUA e o Japão e 40 vezes menos do que a China. É muito fácil explicar os insucessos da Rússia. Em 2004, no sector das tecnologias de informação foram aplicados um pouco mais de 1 bilião de dólares, enquanto que na China os investimentos internos análogos atingiram 20 biliões.
Por isso, a história da "conquista" dos EUA por dois finalistas russos que inventaram uma tecnologia singular de identificação faz-nos lembrar uma ilustração clássica do famigerado sonho americano. Todavia, esta história feliz tem uma nuance não americana. Artiom
Iukhin e Andrei Klimov (são estes os nomes dos programadores) passaram a simbolizar também o sonho russo, tendo construído a partir do zero uma próspera empresa transnacional. E agora, graças ao seu esforço, todo o país se colocou à espera de avultados investimentos estrangeiros no sector.
A companhia A4vision, criada por Artiom Iukhin e Andrei Klimov, surgiu no mercado mundial de tecnologias de informação há 5 anos. Tendo começado a partir do zero, a empresa obteve já 30 milhões de dólares de investimentos e tornou-se líder mundial neste segmento. Um início impetuoso semelhante tiveram outrora a Apple, Microsoft, Oracle, Google, Ebay e muitas outras empresas de renome mundial.
Foi, talvez, por isso que os criadores da A4vision em Moscovo se mostraram convencidos do "êxito garantido dos seus produtos", a ser comparado, na melhor das hipóteses, com o desenvolvimento rápido das maiores empresas informáticas.
Na realidade, o sucesso da A4vision não tem nada a ver com contos de fadas. O objectivo pretendido foi alcançado através de meticulosos cálculos e previsões acertadas.
Após os trágicos atentados de 11 de Setembro de 2001, os fundadores da A4vision decidiram apostar na "segurança" como uma das mais prometedoras linhas de desenvolvimento. Durante um ano, eles financiaram sozinhos o seu "projecto de identificação". Os investidores foram convidados a trabalhar quando surgiu um "protótipo tecnológico". E quando em Março de 2003, 188 países assinaram, sob a égide da ONU, o Acordo de Nova Orleans (na sequência do qual o principal método de identificação nos bilhetes de identidade passou a ser a invenção feita por uma companhia pouco conhecida), tornou-se claro ter chegado a hora feliz para os dois programadores. Actualmente, o consórcio A4vision integra famosas companhias como a ID Techonogy Partners, a Logitech, a Motorola, a Oracle e a Unisys Corporation.
Convém notar ainda que os fundadores, "em vez de "pulverizar" os meios obtidos, investiram-nos em novos projectos de desenvolvimento da empresa", assinala a propósito Alena Los, secretária de imprensa da A4vision. Assim, Artiom Iukhin conservou a sua parte de acções. Mais do que isso, nenhum dos fundadores foi expulso do novo consórcio. Eles prosseguem a cooperação com os seus parceiros estrangeiros. Claro que não se trata ainda do "happy end", sendo esse um fenómeno excepcional no mundo de negócios. Uma coisa está clara: o projecto A4vision tornou-se um projecto tecnológico exemplar criado na Rússia.
Perante este vertiginoso sucesso, os investidores devem ter presente que 1 milhão de investigadores russos, que actualmente são obrigados a trabalhar em vários ramos económicos "distantes" das altas tecnologias, possuem uma enorme experiência e potencialidades.
Aleksandr Iurov observador político RIA "Novosti"
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