Dois livros bilingues russo-português Cultura Angolana: Visões Complementares e Agostinho Neto Poeta Presidente foram lançados em Moscovo no âmbito das actividades comemorativas do 44º Aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional em Angola, em 1961.
O lançamento dos dois livros enquadra-se numa tradição adoptada pela Embaixada de Angola na Rússia de publicar os materiais das conferências cientifico-práticas, realizadas neste país do leste europeu, visando expandir os valores culturais angolanos.
O primeiro livro Cultura Angolana: Visões Complementares, insere materiais sobre questões atinentes ao movimento editorial angolano, a condição do livreiro e dos seus agentes direitos, apresentado pelo escritor e professor universitário, Abreu Paxe, e sobre a música popular angolana, tema dissertado, em 2004, em Moscovo, pelo jornalista e crítico de música, Jomo Fortunato, no quadro das comemorações do 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional. Por outro lado, essa importante obra sobre a cultura angolana integra ainda outras reflexões culturais angolanas nas terras gélidas da Rússia interpretadas pelos pintores e escultores António Tomas Ana Etona e António Gomes Gonga, que dissertaram sobre as características das artes plásticas angolanas num evento que marcou a abertura de uma exposição denominada Reencontro de Culturas, organizada pela missão diplomática a margem da efeméride do 11 de Novembro, também em 2004, que simbolizou o 29º aniversário da Independência de Angola.
Entretanto, outras referencias culturais são apontadas neste livro através das comunicações (uma sobre o marqueting cultural e, a outra, sobre diplomacia cultural e turismo), apresentadas em dois workshops, em Luanda, no ano transacto, pelo Adido de Imprensa e Cultura da Embaixada de Angola na Rússia, aquando dos festejos dos 429 anos da fundação da cidade de Luanda.
No prefácio deste livro, o Embaixador de Angola na Rússia, General Roberto Leal Ramos Monteiro Ngongo, afirma que, com a publicação sistemática destas obras, em russo e português, a Embaixada de Angola pretende incrementar o trabalho de divulgação da cultura angolana na Rússia e nos demais países da Comunidade de Estados Independentes, CEI.
A obra Agostinho Neto Poeta Presidente, lançada a 8 de Fevereiro de 2005, no Instituto África da Academia de Ciências da Rússia, em Moscovo, como indicara ao apresentá-la, o diplomata Francisco Mateta, é a expressão literária dos testemunhos de vários especialistas angolanos e russos, que no colóquio internacional dedicado à vida e obra do primeiro presidente de Angola, realizado em Setembro de 2001, no mesmo recinto científico dissertaram sobre o primeiro estadista angolano nas suas diferentes facetas de homem político, guerrilheiro, médico profundamente humano, internacionalista, diplomata e poeta.
Para além do acto do lançamento do livro Agostinho Neto Poeta Presidente, decorreu, também, um outro colóquio sobre o tema A importância histórica do 4 de Fevereiro, em que foi o principal orador o veterano de guerra, Salvador Sebastião, para além de africanistas russos, especializados em questões angolanas.
As comunicações então apresentadas em 2001 pelos conferencistas estiveram na origem da edição do Agostinho Neto- Poeta Presidente. O entusiasmo, a atenção e o interesse que nortearam os debates, demonstraram, mais uma vez, que o desaparecimento físico de do Dr. Agostinho Neto, ocorrido em 1979, na capital russa, não o apagou da memória dos povos que trilham o mesmo caminho. O caminho do progresso e do bem-estar social...
Recorde-se que, realizada no âmbito das Jornadas de Amizade Angola-Rússia, organizadas pela Missão Diplomática angolana neste país, a Conferência internacional sobre a vida e obra de Agostinho Neto, decorrida em 2001, foi também marcada pelo lançamento, na altura, dos dois primeiros ensaios biográficos, compilados em um só tomo, em língua russa.
O lançamento dos dois livros, Cultura Angolana: Visões Complementares na Universidade de Amizade entre os Povos, e Agostinho Neto Poeta Presidente, no Instituto África, foi presenciado pelo veterano do 4 de Fevereiro de 1961, Salvador Sebastião, que à convite da Embaixada de Angola na Rússia, veio a Moscovo dissertar sobre a importância histórica e dos feitos dessa data, actualizando assim a comunidade estudantil angolana e os africanistas russos sobre as verdadeiras causas da insurreição armada às cadeias da PIDE.
É de lembrar que, o programa das comemorações do 4 de Fevereiro envolveu também actividades culturais onde actuaram os grupos de dança tradicional angolana, compostos por estudantes e filhos de diplomatas, que animaram ao vivo a festa de libertação de Angola.
Embaixada da Angola em Moscovo
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter