Sergei Lavrov, o Ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, chocou a sociedade russa com a declaração que Moscovo quer seguir a declaração de 1956 sobre a intenção de entregar duas ilhas das Curilhas ao Japão.
Sob este acordo, as Ilhas de Khabomai e Shikotan seriam entregues ao Japão e troca dum tratado definitivo de paz, o que provocou uma reacção ruidosa da sociedade russa.
Porém quais são as consequências? Poucas, porque o Japão nunca irá aceitar a oferta de entregar duas das quatro ilhas disputadas e há décadas que se fala na entrega de Khabomai e Shikotan. No entanto, a Federação Russa demonstrou mais uma vez boa vontade e a oferta dum acordo que vai ao encontro da paz.
Sergei Karaganov, Presidente do Conselho da Política Estrangeira e de Defesa, considera que a iniciativa parte do Kremlin, não do MRE, porque o retorno destas duas ilhas manteria fechado o Mar de Okhotsk.
A notar, o governo soviético estava a contemplar retornar as ilhas em 1960 e só não o fez porque Washington e Tóquio prolongaram o seu tratado de segurança e Moscovo considerou perigoso, porque mísseis norte-americanos poderiam ter sido colocados nestas ilhas.
As sondagens apontam para uma resistência contra a entrega de quaisquer ilhas ao Japão no seio da opinião pública russa. A entrega de duas ilhas recentemente à China sob os acordos da demarcação da fronteira foi recebida negativamente quando a notícia veio à luz, embora que esta acção pôs fim ao clima de hostilidade no contendo histórico de territórios com a China.
A questão é delicada, pois a Finlândia quererá a Karélia de volta e a Alemanha o Kaliningrado?
Vasily BUBNOV PRAVDA.Ru
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