Principais questões sobre a existência da OTAN

General Andrei Nikolayev falou com a agência noticiosa RIA Novosti, explicando as linhas de pensamento sobre a OTAN na Federação Russa.

General Andrei Nikolayev é Presidente da Comissão de Defesa da DUMA Estatal, explicou que há duas vertentes de opinião na Rússia em questões de defesa, uma claramente contra a existência da OTAN, reclamando que a organização é um vestígio da guerra fria e a outra que aceita que a OTAN existe e há que conviver com ela.

O general citou claramente a força da OTAN antes do primeiro alargamento com a inclusão da República Checa, Polónia e Hungria: 35 divisões, 100 brigadas, 1.5 milhões de tropas, 4,500 aviões de combate, 2,000 helicópteros de combate, 500 navios de guerra, 14,000 tanques e 23,000 peças de artilharia. A inclusão destes três países acrescentou 5 divisões, 10 brigadas, 200,000 tropas, 500 aviões, 50 navios, 3,500 tanques e 5,500 peças de artilharia.

Agora com o segundo alargamento de mais sete países, haverá um reforço de 45 brigadas, 300,000 tropas, 500 aviões e 50 navios. Assim se poderá colocar uma força bem superior ao grupo ocidental do exército da Rússia nos países bálticos e se estes decidirem colocar armas nucleares no seu território, estão dentro da lei. Além disso, explicou o general, as três repúblicas bálticas têm capacidade de oferecer uma gama completa de serviços à aviação da OTAN.

Aumentaram os exercícios militares das forças da OTAN de 600 em 1997 a 820 em 2001, concentrando em isolar a zona de batalha, suprimir a capacidade eletrônica do inimigo, destruir o sistema de controlo e apoiar grupos políticos e étnicos “amigáveis” para fazerem uma sublevação ou pelo menos não cooperar.

Fica claro que a OTAN quer estabelecer uma força militar mundial, assumindo as funções de policiamento da ONU. Todo o mundo sabe que a OTAN é gerida pelos EUA, que precisa da organização para aumentar a sua influência fora da Europa.

No entanto, a Federação Russa tem abordado a questão com pragmatismo, assinando o tratado Acto de Fundação sobre Relações Bilaterais, Cooperação e Segurança em 1997, que serviu de base para o Conselho Permanente Conjunto, que discute assuntos de preocupação mútua para evitar tensões.

No entanto, general Andrei Nikolayev opina que este Conselho precisa de realizar trabalhos e não só existir no papel. O interesse e as preocupações em conjunto não foram discutidas durante a guerra no Iraque e as consequências trágicas desta guerra fazem com que existe a ameaça duma guerra global, da qual nem os EUA podem esconder. É a função da Rússia não vergar perante os atos dos estados Unidos da América, mas prevenir que este país cometa erros, salvando-o e salvando os seus cidadãos das consequências.

Embora haja colaboração entre a Federação Russa e a OTAN, ainda não se conseguiu criar uma força de segurança comum, nem uma força de segurança Europeia. Por isso, disse o general, há que rever as seguintes áreas de preocupação:

1. Cooperação em missões de manutenção de paz na gestão das crises.

2. Cooperação no resgate de tripulações de submarinos

3. Cooperação na área dos sistemas não estratégicos de Mísseis Balísticos

4. Diálogo na implementação da nova doutrina militar da Federação Russa, incluindo a reforma das suas forças armadas e o desenvolvimento de infra-estruturas militares.

5. Sistemas de treino para soldados russos desmobilizados

6. Diálogo sobre o controlo de armamentos

7. Colaboração na aviação militar e de transporte

8. Cooperação na área de ciências e tecnologias

9. Cooperação na não-proliferação de armas de destruição em massa

Konstantin KODENETS PRAVDA.Ru

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