Presidente Ucraniano acusado de ser traidor

Fica cada vez mais absurdo o escândalo à volta da construção duma barragem pela Rússia no Estreito de Kerch. Os construtores russos estão a metros da fronteira da Ucrânia e embora os dois países tentem diminuir a gravidade do assunto, ninguém nega que é grave.

Começou quando a Rússia iniciou a construção duma barragem para proteger a Península de Taman. A Ucrânia reclamou imediatamente que a sua integridade territorial estava a ser ameaçada, embora a Rússia estava a trabalhar no seu próprio território.

O Presidente ucraniano Leonid Kuchma fez declarações negativas contra a Rússia na cidade de Dnepropetrovsk depois de membros do seu parlamento terem lançado o ceptro contra Moscovo. Presidente Kuchma disse que a Rússia comprometeu-se a garantir a integridade territorial da Ucrânia quando este país, contra sua vontade, aceitou desfazer seu armamento nuclear e afirmou-se contra a construção da barragem, que disse ser planeado pelas autoridades centrais em Moscovo e não pela administração local em Krasnodar.

As suas declarações vieram tarde demais para a maioria dos jornais ucranianos, que disseram que um período de três semanas sem tomar posição foi inaceitável. Agora a opinião pública na Ucrânia está a ser fustigada pela imprensa contra o presidente e contra a Rússia.

A edição de Internet ucraniano da MIGnews.com.ua, declara que o porta-voz da administração presidencial em Moscovo, Aleksandr Voloshin, disse a jornalistas ucranianos no Kremlin que “Já basta que a Crimeia pertence à Ucrânia…Basta de fazer pouco de nós! Faremos tudo para defender as nossas posições. Se necessário, deitaremos uma bomba no local!”

Se é que Voloshin mencionou uma bomba, é evidente que não falava a sério. O assunto está a ser propulsionado pelos jornalistas, que querem ver uma explosão de emoção. Também as declarações de Pyotr Simonenko, líder do Partido Comunista da Ucrânia, que acusou presidente Kuchma de ter abandonado o país na sua deslocação à América Latina, sendo “um traidor e desertor que abandona a Ucrânia numa época pre-guerra” não fizeram nada para acalmar os ânimos.

Andrey Lubensky PRAVDA.Ru

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