A troca de espiões

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

Correspondente do Pravda

NOVA YORK/EUA - A confissão de dez pessoas presas nos Estados Unidos de espionarem para a Rússia fecha um acordo entre a Casa Branca e o Kremlin de troca de prisioneiros, visando garantir os esforços dos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev de por fim à Guerra Fria entre os dois países.

O acordo já está sendo considerado a maior e mais cuidadosa troca de espiões entre Rússia e Estados Unidos desde o auge da Fria entre Moscou e Washington. Tudo isso porque após anos de atritos, Estados Unidos e Rússia estão vivendo um bom momento de reaproximação, e não desejam que o incidente provoque um novo afastamento.

Todos os dez detidos e acusados de espionarem para a Rússia em território americano se declararam culpados perante um tribunal de Nova York do crime de conspiração por operar como agente estrangeiro nos EUA sem informar as autoridades do país.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que a Rússia concordou em soltar quatro prisioneiros acusados de terem contatos com agências de inteligência ocidentais.

Em carta enviada ao juiz responsável pelo caso, promotores do Departamento de Justiça afirmaram que três dos presos na Rússia foram condenados por traição e estavam cumprindo longas sentenças de condenação, estando, alguns deles, em más condições de saúde, e o governo russo concordou em libertá-los junto com suas famílias.

Ainda de acordo com os promotores do caso, alguns dos prisioneiros trabalhavam para o Exército russo ou agências de inteligência, e três deles foram acusados de contatarem agências de espionagem ocidentais.

O juiz do Tribunal de Nova York que julgou os dez suspeitos anunciou a deportação de todos eles após a confissão e sentenciou que "nunca mais devem tentar voltar aos EUA". Os agentes russos foram presos pelas autoridades americanas no fim de junho e trabalhavam para o serviço secreto de Moscou sem o conhecimento e consentimento de Washington.

Os acusados são a jornalista peruana Vicky Peláez; seu marido, conhecido como Juan Lázaro; Cynthia e Richard Murphy, também casados; a russa Anna Chapman; Mikhail Kutsik (conhecido como Michael Zottoli); Natalia Pereverzeva (conhecida como Patricia Mills); e mais duas pessoas sob a identidade de Tracey Lee Ann Foley e Donald Howard Heathfield.

Cada um deles se declarou culpado do crime de conspiração por operar como agente estrangeiro nos EUA sem informar as autoridades do país, enquanto oito deles aceitaram sua culpa no crime de lavagem de dinheiro.

Além dos dez, há um 11º acusado, Chris Metsos, de 54 nos, que utilizava um passaporte canadense e está foragido após ter sido detido no Chipre e colocado em liberdade após pagamento de fiança.

ANTONIO CARLOS LACERDA

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