Os representantes da Igreja Ortodoxa Russa não assinaram o documento onde o papa é reconhecido como o primeiro patriarca dos cristãos. A decisão de reconhecer o papa está em um texto elaborado pela Comissão Mista para o Diálogo Teológico entre Católicos e Ortodoxos, que se reuniu em outubro, na Itália.
A delegação da Igreja Ortodoxa Russa abandonou a reunião em protesto contra a presença da Igreja Apostólica da Estônia, que não é reconhecida pelo Patriarcado de Moscou. Mas poderia ser um pretexto, porque as divergências entre Igreja Ortodoxa Russa e Igreja Católica são tão graves que em qualquer caso o documento não seria assinado pelos russos. A igreja Ortodoxa russa acusa Roma de tentar se expandir por territórios que estão sob seu controle.
Os ortodoxos se separaram dos católicos no século 11.
Os católicos afirmam ter hoje 1,1 bilhão de fiéis no mundo. Os ortodoxos, 250 milhões. Os dois grupos cristãos estão divididos desde o cisma (cisão) de 1054 entre o Oriente (Constantinopla) e o Ocidente (Roma).
A situação do papa sempre foi o principal obstáculo para a reunificação.
O documento divulgado ontem foi redigido por uma delegação da Igreja Católica, liderada pelo cardeal Walter Kasper, e por outra das igrejas ortodoxas, presidida pelo metropolita (arcebispo) Zizioulas, do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
Também participaram do encontro representantes das igrejas ortodoxas grega e cipriota. O texto será publicado ao mesmo tempo em Roma, Atenas, Chipre e Istambul, sede do patriarcado ecumênico de Constantinopla.
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