A Rússia informou nesta terça-feira que pediu ajuda às autoridades do Iraque e à coalizão internacional no país árabe para achar e repatriar os corpos dos quatro diplomatas russos seqüestrados e assassinados por um grupo extremista iraquiano. "Mobilizamos todas as nossas forças a fim de que (...) os parentes de nossos companheiros possam recuperar seus corpos e sepultá-los", disse o ministro de Assuntos Exteriores russo, Serguei Lavrov.
O chanceler acrescentou que outro objetivo de tais contatos é "que os criminosos que cometeram este horrível assassinato sejam capturados e julgados, para que não escapem do castigo". O chefe da diplomacia russa qualificou a execução dos reféns de "um ato desafiador e covarde que não tem justificação nem perdão" e se mostrou convencido de que "os terroristas não têm futuro". Lavrov ressaltou que "a manutenção da ordem púbica no Iraque está a cargo do governo do país e das forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos", à qual exigiu o reforço das medidas de segurança e da proteção das missões estrangeiras.
O Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia confirmou na segunda-feira a morte dos quatro diplomatas russos seqüestrados no início de mês em Bagdá por um grupo extremista vinculado à rede terrorista Al-Qaeda.
Os quatro funcionários da embaixada russa em Bagdá foram interceptados por um grupo armado no último dia 3 a cerca de 400 metros da sede de legação diplomática, em um ataque no qual morreu um agente de segurança da embaixada. Antes de divulgar a confirmação oficial da morte, os analistas estudaram minuciosamente o vídeo da execução de várias pessoas divulgado em um site para tentar estabelecer se eram os cidadãos russos seqüestrados. A notícia sobre a execução, acompanhada por um vídeo no qual se vê claramente a decapitação de uma pessoa e a execução com um tiro de outra, foi divulgada no site do chamado Conselho da Shura dos Mujahedin do Iraque. A câmera mostra também um terceiro corpo decapitado, enquanto o texto que acompanha o vídeo afirma que os mortos são os diplomatas russos.
Fontes russas indicam que o Conselho da Shura dos Mujahedin do Iraque agrupa vários dos grupos terroristas mais violentos do país árabe, entre eles o braço iraquiano da rede internacional Al-Qaeda, e são os mesmos que há uma semana assumiram o assassinato de dois soldados americanos. Em troca da libertação dos diplomatas, os seqüestradores tinham exigido à Rússia a retirada de suas tropas da Chechênia e a libertação de "todos os combatentes islâmicos aprisionados" em um prazo de 48 horas, ultimato que Moscou rejeitou categoricamente.
Segundo "Estadão.com.br"
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter