Hiroshima: O cúmulo do terrorismo internacional

08.15, 6 de Agosto de 1945. O B-29 Enola Gay deita Little Boy (Rapazinho), uma bomba atómica, programada a detonar a 576 metros acima da cidade para provocar danos máximos, com uma força de 13 quilotoneladas, que iria chacinar 71.000 pessoas imediatamente e mais 129.000 durante os cinco anos seguintes. Duzentos mil civis, inocentes e indefesas.

Esse precursor à diplomacia de choque e pavor que vemos hoje, ganhando corações e mentes enquanto se espalha a liberdade e democracia pelo globo fora com actos de tortura e assassínio em grande escala, foi o primeiro acto de terrorismo internacional em grande escala, que seria seguido por outro dentro de dias, em Nagasaki.

Há quem defende que esses actos tinham o efeito desejado, porque em tirar as vidas a poucas centenas de civis, poupou as vidas de milhões, eventualmente, visto que a guerra iria durar muito mais tempo.

Tais argumentos são válidos para aqueles que apoiam o princípio que o terrorismo internacional justifica-se se tiver os efeitos desejados, que é precisamente o tipo de pensamento maquiavélico seguido por Washington que hoje é agarrado por um clique de elitistas capitalistas monetaristas cripto-fascistas cuja obsessão assassina com a linha de fundo das corporações com as quais são associados é visível amiúde.

Contudo, o que é justo, é justo e o que é errado, é injustificável. Milhares de pessoas deram suas vidas no decorrer da história, tentando construir uma comunidade internacional em que o fim não justifica os meios a qualquer preço.

Chacinar centenas de milhares de pessoas que não estão envolvidos em conflito directo nunca pode ser legal sob quaisquer regras de combate e deixar largos tractos de território radio-activos, principalmente fora duma zona de combate, contraria ao Tratados de Genebra. E ponto final. Não há nenhuma cláusula que diz que é viável assassinar centenas de milhares de civis inocentes se isso terminar um conflito.

De facto, estes actos covardes de assassínio maciço pelos EUA numa escala sem precedentes, serviram de experiência interessante, pois milhares de cientistas norte-americanos começaram a estudar os efeitos da radiação sobre o ser humano, tornando assim centenas de milhares de japoneses em cobaias, talvez em antecipação duma troca nuclear com a União Soviética de Josef Stalin, ou servindo como ameaça a ele. É típico do modus operandi de Washington.

Embora seja verdade que as bombas atómicas foram lançadas durante um período de conflito, em que milhares de pessoas morriam diariamente, não é aceitável justificar o injustificável por qualquer tipo ou fonte de argumentação.

Basicamente, os tratados internacionais são elaborados para serem respeitados e os que os quebram, quebram a lei. 60 anos depois, vamos lembrar Hiróshima como o maior acto de terrorismo internacional na história do nosso planeta.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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