Pouco depois da revolta gerada no Peru pelo vídeo da companhia aérea chilena Lan (que mostrou durante seus vôos a sujeira na cidade de Lima), o dono desta companhia convulsionou a cena política do seu país ao lançar-se à presidência.
A "Renovação Nacional" - que apoiava a candidatura de Lavín (ex-prefeito de Santiago) e mantém com o seu partido (UDI) a "Aliança pelo Chile" - lançou neste fim de semana a candidatura de Piñera, magnata da Lan e da TV Chilevisión que se opõe a Pinochet.
Esta postura reflete o interesse do liberalismo chileno de afastar-se do ex-ditador, cada vez mais desprestigiado por denúncias de corrupção e crimes. Lavín, apesar de criticar Pinochet, é percebido como seu herdeiro e, portanto, teria poucas chances de evitar a reeleição da situação.
Nas pesquisas, a socialista Bachellet está muito a frente de Lavín. Piñera poderia aceitar uma eleição interna para que a direita tenha apenas um candidato (assim como a coalizão governista). Mas ele teme perder para Lavín e pode, por isso, optar por manter sua candidatura até o primeiro turno, em dezembro. Esta segunda estratégia pode render-lhe votos anti-Pinochet da centro-esquerda. Em resposta, a UDI deve reafirmar seu discurso populista e seu distanciamento com o "partido dos empresários".
Prof. Dr. Isaac BIGIO
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter