A Semana Revista

A GRANDE GUERRA DA PÁTRIA, PARTE I 60 anos depois do fim do maior, mais sangrento e mais importante conflito da história Em 8 de maio de 1945, os alemães assinaram a rendição incondicional, dando fim à Segunda Guerra Mundial na Europa, que havia começado pouco menos de 6 anos antes, em 1 de setembro de 1939, com a invasão da Polônia.

Em 8 de maio de 1945, os alemães assinaram a rendição incondicional, dando fim à Segunda Guerra Mundial na Europa, que havia começado pouco menos de 6 anos antes, em 1 de setembro de 1939, com a invasão da Polônia. Os aliados ocidentais comemoram o fim da guerra no dia 8 de maio, mas os da Europa oriental no dia 9: essa pequena diferença ocorreu porque o plano original era que a rendição alemã só deveria ser divulgada no dia seguinte à de sua assinatura, mas jornalistas ocidentais tiveram acesso à informação antes e a publicaram. Os soviéticos, porém, mantiveram a data original.

Todos os países do continente se envolveram, direta ou indiretamente, na guerra, e poucos foram os que não participaram militarmente. E mesmo países distantes, como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul enviaram tropas e tomaram parte nas hostilidades.

Apenas na Europa, morreram 50 milhões de pessoas. A Alemanha foi completamente arrasada, a União Soviética teve grande parte de seu território europeu destruído, e grande parte das vítimas foram civis. Foi uma guerra de proporções jamais vistas antes, tanto no número de mortos quando em devastação. Fato ainda mais assustador quando se considera que no conflito europeu nem se chegou a usar armas nucleares (como ocorreu no Japão).

Até hoje a Segunda Guerra Mundial é importantíssima: as fronteiras de Europa atual, apesar do fim da URSS e da divisão da Iugoslávia, foram todas delimitadas após esse conflito – pois a URSS e a Iugoslávia tomaram sua forma final em 1945, e suas fronteiras internas foram traçadas na mesma época. A Organização das Nações Unidas surgiram para evitar novas guerras, embora um dos principais países fundadores, aquele no qual se encontra sua sede, seja atualmente o que menos respeita a ONU. E a polaridade e hostilidade entre EUA e URSS também surgem com o fim da guerra: polaridade e hostilidade que ainda subsistem, embora o equilíbrio de poder tenha se alterado drasticamente com o fim da URSS, em desfavor da Rússia, sua herdeira.

Na União Soviética, e ainda hoje em quase todas as repúblicas que a compunham, o conflito é conhecido como Grande Guerra Pátria, e a data de seu término é uma das principais comemorações. O nome pode parecer estranho a muitos, mas é perfeitamente compreensível: a maioria dos países ocupados pelos nazistas lutaram por sua soberania, para manter seu estado independente. Os povos eslavos, principalmente os soviéticos, lutavam não apenas por seu estado, mas por sua existência mesma: pois a vitória de Hitler, que considerava os eslavos como povos inferiores, no mesmo patamar que os judeus, e devendo portanto ser exterminados por completo, significaria o total desaparecimento de polacos, tchecos, sérvios, russos, ucranianos e bielorussos. Em vista disso, o nome de Grande Guerra Pátria se justifica completamente, considerando que pátria é algo muito maior e mais importante que estado, pois envolve a população, a cultura, a etnia, a língua, os costumes locais, as tradições e os monumentos.

Hitler se esforçou por arrasar completamente todo esse patrimônio dos eslavos, e quase conseguiu, se não fosse pela luta heróica desses povos. Polônia, Tchecoslováquia e Sérvia, por serem pequenos e militarmente fracos, não puderam impedir a invasão de seus países, mas mantiveram uma forte resistência e nunca capitularam por completo. A URSS, por ser de longe o maior, mais rico, mais populoso e mais forte dos países eslavos, foi o único que pôde fazer frente a Hitler, e por fim derrotá-lo. O custo, porém, foi imenso, e requereu um sacrifício inconcebível: entre 20 a 27 milhões de soviéticos mortos; ou seja, aproximadamente metade das vítimas de todo o teatro europeu da guerra eram cidadãos de um único país.

Seguir-se-ão nessa semana outros quatro artigos sobre a Grande Guerra Patriótica, suas causas e suas conseqüências, reflexões pessoais de uma pessoa que nasceu mais de 30 anos depois do fim da Guerra, mas que busca apreender sua importância, e também seu horror. Espero que nós e as gerações futuras, que tivemos a sorte de haver nascido depois da imensa barbárie, destruição e sofrimento gerados por essa guerra numa escala jamais vista antes, nunca tenhamos que vivenciar nada de semelhante.

PARTE II

Se não fosse por Stalin, a URSS teria vencido muito mais facilmente a Alemanha nazista A União Soviética foi a principal responsável pela derrota do nazismo na Europa, apesar de quase ter sido derrotada por Hitler. Se a URSS tivesse sido conquistada, a Alemanha teria acesso a imensos territórios e recursos naturais (que eram as suas principais limitações), o que a tornaria invencível.

A União Soviética foi a principal responsável pela derrota do nazismo na Europa, apesar de quase ter sido derrotada por Hitler. Se a URSS tivesse sido conquistada, a Alemanha teria acesso a imensos territórios e recursos naturais (que eram as suas principais limitações), o que a tornaria invencível. Além disso, os maiores e mais decisivos combates ocorreram no fronte oriental: as imensas batalhas de Stalingrad e Kursk fazem com que a invasão da Normandia e a batalha do Bulge pareçam pequenos conflitos de pouca importância no curso da guerra.

Iosif Vissarionovitch Djugashvili (mais conhecido como Stalin) habilmente usou a vitória soviética como auto-propaganda, mostrando a si mesmo como um líder genial que soube conduzir seu povo à vitória. Esta é uma das principais características da ditadura stalinista: o culto à personalidade, que o mostra como um ser iluminado que controla todas as esferas do país (e não apenas as que se referem à administração do estado).

Stalin gostava de imiscuir-se em várias setores. Impunha suas idéias sobre estratégia, embora não tivesse formação ou experiência militar; dava sugestões sobre novos projetos de aviões e tanques, mas não era engenheiro; acusava várias obras do compositor Shostakovitch e do cineasta Eisenstein de serem contrárias ao “realismo socialista”, conquanto não fosse artista; criticava as pesquisas genéticas de Vavilov, considerando-as contrárias ao materialismo histórico, porém ele não era nem biólogo nem especialista em filosofia marxista. Seu governo, que procurava entrar e controlar toda os aspectos da vida de seus cidadãos, é uma das expressões máximas do totalitarismo.

Stalin não tem nenhum mérito na vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Pelo contrário, quase tudo o que ele fez foi causar problemas, com suas intromissões. Se não fosse por ele, a vitória soviética teria sido muito mais rápida e fácil. Enumeraremos seus principais erros na condução da guerra.

Na década de 30, Stalin começou a eliminar todos aqueles que pudessem ameaçar seu poder absoluto sobre a União Soviética. Quase toda a antiga liderança do partido comunista foi eliminada – inclusive Trotski, que se encontrava no México, foi assassinado. Os expurgos stalinistas não vitimaram apenas a liderança política, mas também a militar: oficiais experientes, que haviam participado da Primeira Guerra Mundial e da guerra civil do lado bolchevique, também foram exterminados. E esses oficiais fizeram muita falta à URSS quando do ataque nazista em 1941.

O caso mais emblemático é o do marechal Mikhail Tukhatchevski. Ele foi oficial da Rússia tsarista na Primeira Guerra Mundial, e depois da revolução de 1917 passou para o lado dos bolcheviques. Ele foi o líder militar que, junto com a liderança política de Trotski, transformou um grupo de campesinos e operários no vitorioso Exército Vermelho, que derrotou as forças pró-tsaristas na guerra civil e expulsou os exércitos estrangeiros que tentaram derrubar a jovem Rússia Soviética. Na década de 30, ele escreveu importantes livros sobre estratégia, onde recomendava o uso em larga escala da aviação e de veículos blindados em uma guerra móvel e rápida: conceito que depois se tornaria famoso com o nome de “Blitzkrieg” (guerra relâmpago), amplamente usado pelas tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Porém, dada a sua antiga ligação com Trotski, sua popularidade e suas idéias sobre estratégia (que entravam em conflito com as de Stalin, que achava que as guerras ainda seriam de trincheiras, como a Primeira Guerra Mundial), Tukhatchevski foi injustamente acusado de conspirar com a Alemanha, e morto em 1937. Um marechal com ampla experiência e conhecimentos sobre as novas táticas seria essencial para liderar as forças soviéticas contra os nazistas, e seria considerada por qualquer governante sensato como um chefe militar insubstituível.

Além disso, os expurgos stalinistas também atingiram cientistas, engenheiros e técnicos que desenvolviam novos armamentos para as forças soviéticas. Stalin valorizava os recursos intelectuais do país, e por isso não chegou a matá-los, mas prendeu muitos deles também com base em acusações falsas. Por isso, vários programas estavam atrasados, outro fator que deixou a URSS despreparada diante das forças armadas alemãs, na época as mais modernas do mundo.

Por fim, Stalin ignorou as informações passadas por Richard Sorge, espião alemão a serviço da União Soviética, consideradas como o maior golpe de espionagem de todos os tempos. Sorge era um jornalista alemão, comunista, que, depois da ascensão de Hitler, alistou-se no partido nazista apenas para conseguir a confiança das autoridades, e foi enviado como funcionário da embaixada alemã em Tóquio. Como aliado dos alemães, os japoneses receberam os dados completos sobre a Operação Barbarossa – a invasão nazista da URSS. Richard Sorge teve acesso aos planos, e conseguiu passá-los à União Soviética, mas foi em vão. Stalin confiava no pacto de não-agressão firmado com a Alemanha em 1939, e acreditava que seria o Japão que atacaria a URSS.

Havia outras indicações do iminente ataque nazista – além dos dados passados por Sorge, os soviéticos também sabiam da grande concentração de tropas e armamentos alemães próximos à fronteira (como a Alemanha havia ocupado a Polônia em 1939, na época ela tinha fronteiras com a União Soviética). Mas Stalin ignorou tudo isso, e manteve a maioria de suas tropas no Extremo Oriente, aguardando uma invasão japonesa que nunca aconteceu. Quando Hitler atacou no dia 22 de junho de 1941, exatamente como Sorge havia avisado, basicamente o que as tropas alemãs tiveram que fazer foi matar policiais de fronteira e destruir aviões estacionados em seus aeroportos - as forças soviéticas estavam completamente desprevenidas.

Os japoneses começaram a desconfiar de Sorge, e no final de 1941 o prenderam. Stalin recusou-se a negociar uma troca de prisioneiros para conseguir a libertação do espião, e Sorge foi enforcado em 1944. O espião, que prestou um imenso serviço à URSS que lhe custou a vida, nunca recebeu nenhum tipo de reconhecimento, pois isso equivaleria a admitir o erro de Stalin ao ignorar as informações. Apenas em 1964, depois de Khruschov haver denunciado o stalinismo, Sorge recebeu postumamente a medalha de Herói da União Soviética.

Todos esses erros não impediram que a União Soviética ganhasse a Segunda Guerra Mundial, mas implicaram em um imenso sacrifício de vidas. É impossível calcular o número de mortos soviéticos na Segunda Guerra Mundial, mas sabe-se que foi entre 20 a 27 milhões de pessoas. Nenhum país jamais perdeu tantas vidas em uma guerra.

Se não fosse por Stalin, se o país fosse governado por qualquer outro líder minimamente sensato, a URSS teria forças armadas modernas e preparadas, comandadas por oficiais experientes e conhecedores das novas táticas, e estaria preparada para o ataque. Sem dúvida, tudo isso faria com que a URSS (um país muito maior e mais rico que a Alemanha) pudesse derrotar os nazistas mais rapidamente e, o mais importante de tudo, com menor perda de vidas. A vitória se deve unicamente ao empenho e sacrifício dos povos da URSS, e não à liderança equivocada e tacanha de Stalin.

PARTE III O mais importante conflito da história visto por um dos piores meios de comunicação brasileiros A revista Veja, da Editora Abril, é conhecida por sua militância exagerada em nome do neoliberalismo econômico e da influência "benéfica" dos EUA na arena internacional.

Basta abrir qualquer edição para dar-se conta que essa revista, a de maior circulação do Brasil e considerada um confiável meio de comunicação, nada mais é do que uma peça de propaganda semanal.

A edição 1093, de 4 de maio do presente ano, contém uma série de reportagens especiais sobre os 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (embora sejam relativamente pouco importantes, se comparados ao artigo para demonizar o presidente venezuelano, que aparece na capa). É notável a russofobia desses artículos, que constituem verdadeiras pérolas da imprensa da desinformação e da parcialidade.

Logo na página 131, encontramos uma foto de Bush e Putin, com a legenda: "O presidente russo ainda alimenta sonhos imperiais". O texto, na mesma página, esclarece: "O presidente Vladimir Putin nutre a ambição de reunir os retalhos da extinta União Soviética e formar com eles uma zona de influência que simule, de forma trôpega, a antiga grandeza do império vermelho."

Nenhum fato, pura russofobia. A Rússia não quer reconstituir um império, que na verdade terminou em 1917 (a URSS não era um império, mas uma associação espontânea de povos, unidos por um estado único mas que mantinham sua língua, cultura e tradições). O que se visa é um projeto multilateral de integração política e econômica vantajoso para todas as partes, e principalmente para os países menores.

A Ucrânia e a Geórgia são dois casos emblemáticos: o primeiro é um país com indústria e agricultura muito desenvolvidas, mas dependente da importação de petróleo, gás e eletricidade. A economia ucraniana, depois que assinou o tratado de adesão à zona de livre comércio com a Rússia, experimentou um notável crescimento: compra recursos energéticos da Rússia, muito mais baratos que os preços internacionais, e tem mercado consumidor garantido para seus produtos na Rússia. Viktor Yuschenko, porém, foi colocado no poder no fim do ano passado por um golpe de estado disfarçado de "rebelião popular por democracia", patrocinado pelos EUA e pela União Européia, com o propósito de afastar seu país da Rússia. Mas, embora tenha aproximado bastante seu país do Ocidente, até agora ele preferiu não confrontar a Rússia nem revogar os acordos anteriores.

Provavelmente, o que o levou a isso foi o exemplo da Geórgia, país que também passou por um golpe disfarçado, em 2003, nas mesmas condições. Mas o novo presidente, Mikhail Saakshvili, preferiu erigir-se como o "grande herói contra as ambições imperiais russas", apoiando até mesmo os terroristas tchetchenos. Resultado: a economia está em frangalhos, com falta constante de gás, combustíveis e eletricidade, pela decisão equivocada de afastar seu país da Rússia.

Putin não quer constituir um império, e a prova disso é sua total falta de ação, e até de críticas diretas, contra as intervenções dos EUA e da UE nos países soviéticos. A Rússia está convencida (e os fatos estão demonstrando) que aproximar-se do Ocidente às custas do distanciamento e do enfrentamento com o maior país da antiga URSS é um erro: mas não tratará de impedir isso à força ou através de pressões.

Depois de falar sobre as ambições imperiais da Rússia, a Veja admite que os EUA também são imperialistas, mas pondera: "Os Estados Unidos são outro tipo de império, mais sutil, cuja força está no poder econômico e na influência cultural." Claro, sutilíssimo, como o que vimos e vemos no Iraque: bombas de fragmentação caindo sobre civis, tortura de prisioneiros, asssassinatos indiscriminados, prisões arbitrárias.

Mas passemos à parte sobre a Segunda Guerra Mundial. Nas páginas 134 e 135, encontramos um artigo sobre o massacre dos judeus por parte dos nazistas. É verdade que foi um dos crimes mais bárbaros de todos os tempos, mas também este artigo peca pela parcialidade. Depois de contabilizar os massacres contra os judeus, o jornalista escreve: "Não estão incluídas nessas contas as matanças ocasionais de civis na Polônia, na Rússia e em outros países ocupados." O problema é que as matanças na Polônia e na Rússia não foram "ocasionais": foi um plano deliberado para exterminar os povos eslavos (uma "raça inferior, sub-humana", no mesmo nível que os judeus) e colonizar seus territórios com alemães "superiores". Este projeto até tinha um nome, Generalplan Ost, sobre o qual falaremos mais no próximo artigo.

A parte mais interessante é a entrevista com o historiador inglês Antony Beevor, autor dos livros "Stalingrado" e "Berlim 1945: A Queda". As afirmações de Beevor contém uma contradição sutil, difícil de ser percebida, mas que mostra também sua parcialidade e russofobia. Primeiro ele fala sobre as atrocidades cometidas pelos soviéticos contra os civis alemães, principalmente os estupros de mulheres berlinenses. Os alemães foram, segundo ele, vítimas dos soviéticos.

Logo depois, porém, lhe perguntam sobre o bombardeio das cidades alemãs por aviões ingleses e norte-americanos, que vitimaram centenas de milhares, senão milhões, de civis alemães. Aí a postura de Beevor muda completamente: isso não foi atrocidade, foi uma estratégia necessária para derrotar Hitler. Alguns civis podem ter morrido, ele reconhece, mas "foram vítimas não dos aliados, mas do regime nazista."

Intereressante essa postura: os nazistas começaram a guerra contra a URSS, invadindo-a, exterminando deliberadamente civis na maior campanha de limpeza étnica, deixando prisioneiros morrer de fome, usando-os em trabalhos pesados até a morte, tratando os soviéticos segundo seus caprichos mais sádicos; mas depois, quando os soviéticos vingaram-se em parte dos alemães, estes foram "vítimas da barbárie russa". Mas quando os ingleses e norte-americanos, que não sofreram nem um milésimo do que sofreram os soviéticos, arrasam completamente cidades sem nenhum alvo militar e matam quase todos os civis que viviam nelas, aí não é uma atrocidade, e a culpa é dos nazistas.

Beevor afirma: "A dificuldade russa de lidar com a própria história é maior do que a alemã. A imagem que prevaleceu é a de que o Exército Vermelho libertou a Europa." Isso poderia ser igualmente aplicado aos ingleses e estadunidenses. Não houve santos na Segunda Guerra Mundial: foi o mais cruel conflito de toda a história, e nenhuma das partes pode afirmar não haver cometido nenhuma atrocidade (embora ninguém tenha superado os nazistas, como veremos no próximo artigo). Muitos russos hoje reconhecem suas atrocidades, embora admitindo que a culpa maior é dos nazistas, e com razão; mas até hoje os ingleses e estadunidenses dificilmente aceitam isso, considerando-se como os grandes e únicos heróis, os verdadeiros libertadores.

Além do extermínio de civis alemães, os aliados ocidentais também massacraram os guerrilheiros comunistas na Itália e na Grécia, que há pouco os haviam ajudado contra os nazistas. Apesar da sua imensa participação na derrota do nazismo e do facismo (os partisans italianos chegaram mesmo a derrocar, capturar e matar Mussolini, sem nenhuma ajuda externa), foram traídos por Churchill e Roosevelt, que não queriam que esses países saíssem de sua esfera de influência. A vontade de italianos e gregos não foi respeitada na época: pode-se dizer que ingleses e norte-americanos libertaram a Grécia e a Itália, ou simplesmente erigiram-se como seus novos senhores?

Mas, claro, para os EUA, a Europa Ocidental e os países que vivem sob sua esfera de influência, a guerra foi vencida pelos norte-americanos e ingleses, que libertaram a Europa, foram perfeitamente justos e até caridosos com os alemães. Todas as atrocidades foram cometidas pela União Soviética, o país "bárbaro e tirânico". Alguns vão mais além, e dizem até que a URSS era pior do que a Alemanha nazista.

No próximo artigo, veremos com mais detalhe as atrocidades de todos os lados do conflito, e no seguinte o erro de colocar o nazismo como "o mal menor", comparado ao comunismo. Por agora, fica a lição: não confiem na revista Veja, que poderia muito bem receber o esclarecedor subtítulo "Publicação Oficial do Departamento de Estado dos EUA".

PARTE IV

Todos os países que participaram do conflito cometeram atrocidades em massa, mas nenhum igualou a Alemanha nazista Antes da Segunda Guerra Mundial, a guerra era um assunto a ser resolvido entre militares: os países formavam exércitos, que lutavam entre si, e o que derrotasse o outro (ou pelo menos o forçasse a recuar) vencia.

Antes da Segunda Guerra Mundial, a guerra era um assunto a ser resolvido entre militares: os países formavam exércitos, que lutavam entre si, e o que derrotasse o outro (ou pelo menos o forçasse a recuar) vencia. Depois vinham os diplomatas, acertavam um acordo de paz, territórios e riquezas trocavam de mão, e tudo estava arrumado. Claro que os civis muitas vezes sofriam, com destruição de suas propriedades e perdas de suas vidas. Mas esses eram danos colaterais, e mesmo Napoleão, considerado como um conquistador bastante brutal em sua época, evitava, sempre que possível, provocar sofrimentos aos civis.

A Segunda Guerra Mundial, porém, viu uma grande mudança na condução de hostilidades armadas: os civis se tornaram um alvo deliberado, e matá-los ou arruinar suas posses passou a ser parte importante para a vitória. É impossível manter um exército, quando os civis são dizimados e não há mão-de-obra, e as cidades, as fábricas, a agricultura e a infra-estrutura estão em ruínas.

Todos os países que participaram da Segunda Guerra Mundial levaram adiante esta estratégia, desde que tivessem os recursos para isso. Obviamente, países pequenos ou militarmente fracos como Noruega, Bélgica, Holanda, Polônia e até a França, simplesmente não puderam fazer nada diante do ataque alemão. A acusação do tribunal de Nuremberg, que julgou os crimes nazistas depois da guerra, de que a Alemanha deliberadamente vitimou civis, poderia muito bem ser aplicada aos Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a União Soviética.

Estados Unidos e Grã-Bretanha tiveram uma participação relativamente pequena no conflito terrestre europeu; a maior contribuição desses países à vitória foi a campanha de ataques aéreos maciços contra territórios ocupados pelos alemães. No final da guerra, imensas frotas aéreas, de milhares de bombardeiros pesados, atacavam quase que continuamente as cidades alemãs, de dia e de noite.

Alguns alvos eram bases militares e fábricas de armamentos; mas o objetivo principal era simplesmente arrasar as cidades alemãs, matar civis, destruir toda a infra-estrutura do país, deixá-lo completamente exangüe e sem capacidade para continuar a guerra. E funcionou: cidades sem alvos militares importantes, como Berlim, Hamburgo, Dresden e Frankfurt, foram quase que completamente destruídas. Em apenas uma noite, a de 28 de julho de 1943, bombardeiros ingleses causaram a morte de 42.000 civis hamburgueses.

Os soviéticos não fizeram uso em larga escala do bombardeios de cidades, pois sua força aérea tinha muitos poucos aviões bombardeiros de longo alcance. Mas os soviéticos também cometeram atrocidades, principalmente matando civis nas cidades ocupadas, expulsando-os de antigos territórios alemães que passaram para outros países (como a Prússia Oriental, que foi dividida entre a URSS e a Polônia), e estuprando quase todas as mulheres que encontraram ao tomar Berlim.

A política oficial do Estado-Maior soviético, diferentemente do norte-americano e inglês, era de evitar ao máximo qualquer malefício aos civis alemães, e não permitir que seus soldados lhes causassem qualquer dano. Na prática, porém, as coisas foram muito diferentes: soldados soviéticos maltratavam alemães, e os oficiais fingiam que não viam.

Depois da guerra, a população alemã que vivia em territorios orientais do país, como a Prússia, foi expulsa de suas cidades e perdeu todas suas propriedades. Tal prática é considerada crime de guerra pela Convenção de Genebra, mas é justificável porque a URSS fez isso para redesenhar as fronteiras da Europa oriental, objetivando evitar guerras futuras.

A Alemanha tinha conflitos de fronteira com quase todos seus vizinhos: disputava as províncias da Alsácia e da Lorena com a França, a região dos Sudetos com a Tchecoslováquia, e territórios no Báltico com a Polônia e a URSS. Como os alemães foram os únicos responsáveis pela Segunda Guerra Mundial, o critério utilizado para resolver todos esses conflitos foi bastante simples: nenhum dos territórios disputados ficaria com a Alemanha.

Interessante é notar que a população alemã dos territórios orientais muitas vezes fugia das regiões tchecas e polacas para entregar-se aos soviéticos, pois estes eram os únicos que providenciavam meios minimamente humanos para deportação, e algumas vezes até davam indenizações por propriedades perdidas.

Teria sido melhor se os militares soviéticos tivessem se abstido de causar danos propositais aos civis alemães; mas isso requeriria uma magnanimidade e uma capacidade de perdoar impossível à maioria das pessoas. Depois de quase 4 anos lutando em uma guerra cruenta, iniciada pelos alemães (pois a URSS fez todo o possível para evitar o conflito, inclusive assinando um tratado de não-agressão com Hitler, que rapidamente o rompeu), e de ter testemunhado as tremendas atrocidades cometidas pelos nazistas contra seu próprio povo, é compreensível que os soldados soviéticos tivessem um irreprimível desejo de vingança.

Pois foram exatamente os nazistas que cometeram o maior número e as mais cruéis atrocidades, o que faz com que seja de certa maneira justificável o uso da violência em larga escala por parte dos aliados, embora não moralmente correto. Os alemães foram os primeiros a usar ataques deliberados contra civis como estratégia militar, ao bombardear e arrasar quase completamente Varsóvia, em setembro de 1939.

Hitler tratava com certa decência os franceses, noruegueses, belgas e holandeses que não participavam de movimentos de resistência. Mas tinha um enorme desprezo pelos eslavos, e foi muito brutal contra poloneses, tchecos, sérvios e povos soviéticos. Os nazistas não apenas queriam exterminar todos os judeus, como todos sabem: os ciganos e os eslavos, tidos também como “inferiores”, deveriam ter o mesmo destino dos judeus.

A Alemanha tinha um grande plano para os países eslavos, chamado Generalplan Ost (Plano Geral Leste), a ser posto em prática após a derrota da URSS: eliminar quase toda a população eslava, e substitui-la por colonos alemães. Os poucos sobreviventes seriam usados como mão-de-obras escrava para a nova população germânica. O plano incluía ainda a demolição completa de Moscou, e em seu lugar seria contruída a nova capital do III Reich, Germânia.

Tal política, porém, foi bastante contraproducente para os alemães na guerra soviética. Alguns ucranianos, por exemplo, receberam alegremente as tropas nazistas, acreditando que elas os libertariam do jugo stalinista. Porém, logo vieram as SS (tropas especiais, fanaticamente leais a Hitler, usadas para os trabalhos mais sujos, como administrar campos de concentração), e os ucranianos viram que Hitler não era um libertador, mas um tirano muito pior que Stalin.

Erich Korch, administrador da Ucrânia nomeado por Hitler, fez um discurso aos seus subordinados, dizendo: “Sou conhecido como um cão brutal. Nosso trabalho é sugar da Ucrânia todos os bens que pudermos. Espero dos senhores a mais extrema severidade contra a população nativa.” Por conta da brutalidade ilimitada dos nazistas, muito mais cruel que a de Stalin, rapidamente se formou na Ucrânia um movimento de resistência que lutou do lado das tropas soviéticas.

Extermínio e escravização de todos os civis que encontravam, rapto de crianças e de mulheres para serem usadas como escravos sexuais, mal trato de prisioneiros (que muitas vezes eram trancados em campos de concentração e morriam de fome, pois os alemães não lhes davam alimentos) foram práticas correntes dos nazistas no fronte oriental.

Por considerarem os eslavos um povo inferior, muitos de seus patrimônios culturais foram propositadamente destruídos: na Rússia, a tumba do escritor Lev Tolstoi foi violada; os palácios de Catarina e o de Petrodvorets, próximos a São Petersburgo, foram arrasados (e reconstruídos depois da guerra); várias contruções medievais na antiga cidade de Novgorod também foram destruídas, além de incontáveis outros monumentos e obras importantes que simplesmente foram perdidos para sempre.

A URSS perdeu, na Segunda Guerra Mundial, entre 20 a 27 milhões de pessoas, por conta da tremenda barbárie nazista. A Alemanha foi a precursora e a maior realizadora de atrocidades, que de certa maneira justifica aquelas que foram cometidas pelos aliados: pois os nazistas eram tão brutais, e sua vitória representaria uma catástrofe humana tão imensa, que qualquer meio era aceitável para derrotá-los. As atrocidades que os alemães sofreram então nada mais foi do que uma resposta em menor escala às que eles próprios haviam gerado, seja participando ativamente delas, seja apoiando Adolf Hitler.

PARTE V

Dizer que o comunismo foi pior que o nazismo é um erro crasso, que permite o ressurgimento das idéias de Hitler Depois do fim da União Soviética, tornou-se comum comparar o comunismo e o nazismo, dizendo que ambos regimes foram igualmente brutais e belicosos.

Depois do fim da União Soviética, tornou-se comum comparar o comunismo e o nazismo, dizendo que ambos regimes foram igualmente brutais e belicosos. Alguns historiadores vão além, e dizem que o comunismo foi muito pior: historiadores franceses, que escreveram a coletânea “O Livro Negro do Comunismo”, afirmam que o comunismo matou 100 milhões de pessoas, e o nazismo apenas 10 milhões.

Afirmar que um regime é pior que outro com base no número de vítimas é algo sem sentido. Execuções sumárias são sempre um crime, independente de quantos sejam mortos. Mas o número de 100 milhões de vítimas do comunismo é simplesmente absurdo: segundo o cálculo desses historiadores, Stalin matou 30 milhões de pessoas na URSS. Este número é um disparate; a população soviética então era de bastante menos que 200 milhões - matar 30 milhões de pessoas equivaleria a exterminar mais de 15% de toda a população do país, o que é simplesmente impossível. Claro que, se Stalin tivesse matado tantas pessoas antes da Segunda Guerra Mundial, teria sido impossível a vitória soviética.

Além disso, todos os historiadores russos sérios de hoje, que não têm a menor simpatia por Stalin, concordam que o número de suas vítimas foi de não mais que 4 milhões: uma cifra imensa. Stalin foi, indubitavelmente, um dos tiranos mais brutais e violentos de todos os tempos. Simplesmente não há necessidade de exagerar o número de suas vítimas, com o propósito único de propaganda.

É esse tipo de desvario que permite o que ocorre na Letônia e na Estônia, que erguem monumentos e organizam paradas para seus “libertadores”, os veteranos da SS nazista, e reprimem com violência os que lutaram do lado soviéticos. Suásticas nazistas são orgulhosamente exibidas nesse países, membros da União Européia, enquanto os burocratas de Bruxelas, que se consideram um exemplo de democracia, liberdade e tolerância para o resto do mundo, fingem não ver a escalada neonazista e dão razão à Letônia e à Estônia, por terem sido vítimas da “ocupação” soviética.

Além disso, o número de vítimas de Hitler, segundo o livro citado, leva em conta apenas os opositores do regime nazista e os judeus. Ora, Hitler foi a única causa da Segunda Guerra Mundial: Grã-Bretanha, França e União Soviética fizeram tudo o que podiam para evitá-la, muitas vezes assinando tratados desonrosos, como o de Munique, em que a França e a Grã-Bretanha deram de presente a Tchecoslováquia a Hitler, tentando apaziguá-lo; e o pacto de não-agressão entre a URSS e a Alemanha.

É justo colocar entre as vítimas do nazismo todos os mortos no teatro europeu e norte-africano da Segunda Guerra Mundial, 50 milhões de pessoas de dezenas de nacionalidades: britânicos, franceses, belgas, holandeses, sérvios, poloneses, gregos, tchecoslovacos, noruegueses, dinamarqueses, romenos, húngaros, búlgaros, italianos, egípcios, líbios, argelinos, estadunidenses, canadenses, brasileiros, e principalmente soviéticos: 27 milhões. E, obviamente, todos os militares e civis alemães e austríacos que foram vitimados pela guerra do Führer.

A grande diferença entre o nazismo e o comunismo, porém, começa bem antes dos expurgos stalinistas e da Segunda Guerra Mundial. O comunismo é uma teoria que resultou de intensas investigações filosóficas, econômicas, sociológicas e políticas de Karl Marx e Friedrich Engels, no século XIX. E, embora hoje tudo indique que suas teorias, principalmente a da queda inevitável do capitalismo e do surgimento de um novo modo de produção, estão equivocadas, não se pode negar que Marx e Engels foram dois homens de imensa inteligência, que fizeram pesquisas sérias, e são dois dos mais importantes pensadores de todos os tempos.

E quem era Hitler? Um soldadinho austríaco da Primeira Guerra e um pintor frustrado. Se a Academia de Artes de Viena o tivesse aceitado como membro, ele provavelmente não teria a ambição de ser o grande líder germânico. Mas, pintor medíocre que era, acreditando que os outros não podiam reconhecer sua “genialidade”, começou a ter idéias absurdas de grandeza pessoal e nacional.

O nacional-socialismo é uma mistura sem pé nem cabeça de pseudo-história e pseudo-antropologia: afirma, sem nenhum respaldo histórico ou arqueológico, que os germânicos são um povo superior, descendentes diretos dos arianos, povo indo-europeu que conquistou a Índia há 3000 anos. Como povo superior, tinha o direito de conquistar todos os demais, para conseguir território e matérias-primas (o “espaço vital”), e mão-de-obra explorada: todos os demais povos existiam apenas para servirem aos germânicos.

Uma pseudo-antropologia se encarregava de fazer uma hierarquia dos povos: alemães e austríacos no ápice, nórdicos depois, seguidos por ingleses, franceses, belgas, holandeses; depois os latinos; e por fim, judeus, eslavos e ciganos. Estes últimos são tão inferiores, que sua própria existência corrompe a superioridade germana, e devem ser exterminados. Apenas uns poucos devem ser mantidos, para servirem como mão-de-obra escrava nos trabalhos mais perigosos e degrandantes.

Aqui está a grande diferença entre comunismo e nazismo: este é, desde a origem, inevitavelmente uma doutrina de ódio, discriminação, racismo e guerra. Logo, os povos superiores exterminam os inferiores, e não há nenhum problema nisso: pelo contrário, o problema surge quando isso não é feito. Que os alemães exterminem judeus e russos não é apenas um direito, é uma necessidade.

O comunismo era o oposto: a doutrina da igualdade de todos os homens, dos direitos iguais, e contra a exploração, a miséria, o ultranacionalismo, o ódio étnico e racial. Pode ter falhado em criar uma sociedade justa, igualitária e economicamente mais desenvolvida, mas foi bem sucedido em eliminar a xenofobia, a intolerância religiosa e os excessos nacionalistas. Basta ver que regiões assoladas por esses problemas durante séculos, como os Bálcãs e o Cáucaso, só tiveram paz e estabilidade quando estiveram sob o regime comunista; e imediatamente após a queda deste, os antigos problemas regressaram.

Além disso, a URSS sempre foi a favor da paz, e nunca iniciou uma guerra: apenas se defendeu na guerra civil, na intervenção estrangeira na década de 20, e na Segunda Guerra Mundial. Depois, quando do enfrentamento com os EUA no pós-guerra, todas as iniciativas para redução de armamentos e diminuição das tensões partiram da União Soviética. Nenhuma foi proposta pelos Estados Unidos, que sempre tiveram (e ainda têm) uma atitude belicosa.

Stalin era um reconhecido e confesso anti-semita: muito de seu rancor contra Trotski, por exemplo, provinha das origens hebraicas deste. Porém, nunca houve na URSS nada que se comparasse ao Holocausto judeu praticado pelos nazistas. Por mais que Stalin fosse anti-semita, nunca planejou eliminar os judeus, e para os que viviam na Europa oriental a escolha era simples: Hitler significava a morte certa, e Stalin era a única esperança de salvação.

Os imensos extermínios de Stalin podem ser considerados um acidente de percurso no comunismo: Lenin, apesar dos erros que cometeu, era contra o terrorismo indiscriminado, o culto de personalidade e o excesso de poder nas mãos de um só. Stalin praticou tudo isso buscando unicamente o aumento de seu poder pessoal. E depois de sua morte, o regime soviético, embora longe de ser uma democracia e uma sociedade aberta, abrandou-se bastante, e nunca mais houve extermínios ou repressões massivas.

A guerra, o ódio, a discriminação, o escravismo, o totalitarismo e o genocídio não eram um acidente do nazismo; pelo contrário, eram sua própria essência. É impossível um regime nazista pacífico e tolerante. Porém, um comunismo aberto, justo, igualitário e livre não é apenas concebível: é o grande sonho de todos as pessoas compassivas, independente de suas ideologias políticas e econômicas.

O nazismo é a encarnação política de tudo o que existe de mal, degenerado e demoníaco no ser humano. É a mais brutal e tenebrosa ideologia já surgida no mundo. O comunismo (apesar dos imensos problemas da sua variante marxista e de vários ditadores que abusaram de tais idéias para justificar seus crimes, como Stalin, Mao Tsé Tung e Pol Pot), é uma bússola, um fim ainda distante que talvez possamos alcançar: um mundo onde todos tenham oportunidades iguais, onde não haja abuso, exploração, intolerância, ódio ou violência.

Ao afirmar que o nazismo era um “mal menor”, comparado com o comunismo, pessoas irresponsáveis e ignorantes da história estão preparando o caminho para uma reabilitação dos ideais de Hitler em um futuro não muito distante. O gérmen do nazismo, que cresce forte na Letônia e na Estônia, logo pode começar a se espalhar, com conseqüências difíceis de imaginar, mas com uma certeza: serão terríveis.

Carlo MOIANA PRAVDA.Ru BUENOS AIRES ARGENTINA

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