A Semana Revista

Lavrov responde à intromissão e à insolência com tacto e diplomacia

A União Europeia gosta de lançar comentários farpados contra a Rússia e em favor dos terroristas chechenos, um belo exemplo sendo aquele acto de extrema arrogância quando Bruxelas pediu explicações pelo uso de força contra os terroristas em Beslan, que chacinaram centenas de crianças. O quê é que as autoridades eram supostas a fazer, fazê-lhes cócegas com um espanador de penas?

Esta semana, o Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa deu a resposta adequada à União Europeia que tinha falado sobre os direitos humanos na Chechénia mas como sempre nem sequer tinha pensado nos direitos humanos dos russos nos estados bálticos, agora países-membros da União.

Respondendo a este acto claro de intromissão nos assuntos internos e soberanos da Federação Russa, o MRE da Federação Russa declarou “Os representantes da União Europeia foram fornecidos com informação detalhada e circunstancial sobre a situação dos direitos humanos na Rússia. Além disso, a atenção dos nossos parceiros europeus foi focada na futilidade e natureza contraproducente das tentativas de explorar o tema da situação dos direitos humanos na Chechénia”.

No entanto a mensagem não foi uma de arrogância, mas de diplomacia: “As consultas passaram num espírito construtivo e franco e foram marcadas por um clima de cooperação”. Diplomacia como resposta a aqueles que gostam de apoiar terroristas, que tomam escolas e assassinam crianças, e depois são os coitadinhos da União Europeia. Talvez quisessem receber esses elementos em Londres, Paris e Bruxelas? Querem? Por favor, venham buscá-los. Moscovo até paga a passagem de avião, em classe executiva. Mas é passagem de ida só.

Como se não bastasse a posição da Europa, veio outra vez uma onda de idiotice dos EUA, cada vez mais frequente hoje em dia, desta vez do Departamento de Estado, cujo relatório referiu incidentes contra direitos humanos na Rússia.

Mais uma vez, Sergei Lavrov respondeu a essa provocação com classe, com calma, com diplomacia e considerável perícia.

Chamando o relatório “politicamente construído”, o MRE da Federação Russa declarou que “A Rússia está a ser sujeito a críticas massivas mas ao mesmo tempo ninguém deu o trabalho de examinar as políticas discriminatórias das autoridades oficiais da Letónia e Estónia contra as populações russófonas destes países”.

“É claro que, tradicionalmente deixado por fora é o registo misto nos Estados Unidos que causa grave preocupação entre organizações de direitos humanos internacionais, incluindo o tratamento desumano de prisioneiros no Iraque, colisões em eleições presidenciais e a contínua discriminação contra minorias étnicas”.

Mais uma vez, um addendum diplomático: “Estamos abertos a discussão e uma troca franca de pontos de vista sobre os problemas dos direitos humanos”. Moscovo dá cada lição de diplomacia a Washington, que teima em não aprender a lição. Tem lá um Presidente estúpido, ou quê?

Sócrates, o Pensador

Não surpreendeu tanto aquela decisão de José Sócrates, socialista, de colocar o ex-dirigente e co-fundador do conservador CDS/PP, Diogo Freitas do Amaral, como Ministro de Assuntos estrangeiros de Portugal. Foi um acto de grande astúcia, coragem política, visão e uma demonstração de inteligência na formação duma equipa que pela primeira vez em Portugal coloca os titulares das pastas com base em competência e não amizades pessoais ou favores partidárias ou políticas.

Além de ter sido já MNE e Primeiro-Ministro Interino de Portugal, Diogo Freitas do Amaral passou o ano de 1995 como Presidente da Assembleia Geral da ONU, organismo cujos recantos ele conhece intimamente.

O Gabinete de Ministros de José Sócrates tem 8 membros do PS e oito independentes. Sete dos oito membros do PS já desempenharam funções governamentais como ministros ou secretários de estado dos governos de António Guterres.

Cada vez que Portugal fica perto do precipício, consegue salvar-se. Com este governo, com a visão deste Primeiro Ministro, começa a reinar um clima que dá o benefício da dúvida ao governo do PS, mas não há que descartar a responsabilidade dos dois partidos da esquerda, a Coligação Democrática Unitária e o Bloco de Esquerda, como dois partidos de grande responsabilidade e espírito de trabalho, de manter o comboio nos carris por intervenções no foro social.

Da direita, alguns comentários mas depois do desgoverno do PSD/PP, seria melhor se calarem, para não caírem no absurdo. A José Sócrates, damos uma folha branca para ele preencher. Vamos ver como e com quê.

Tropas norte-americanas assassinam mais um civil

“Acidente horrífico” é como a Casa Branca descreve o acto de assassínio dum civil italiano por militares norte-americanos.

Acidente horrífico? Como pode ser “acidente” se os italianos estavam a levar uma jornalista que acabara de ser libertada para o aeroporto em carros civis, se os italianos não eram armados e os militares de Washington sim? “Acidente” parece não ser a palavra adequada.

Pelo menos, vamos começar com “grande incompetência”, “falta de preparação”, “cobardia”, “péssimos soldados”, “ausência de carácter militar” e “irresponsáveis” e vamos chamar “acidente horrífico” à nascença de George Bush.

O trauma vivido pela jornalista libertada Guiliana Sgrena e a família do agente dos serviços de inteligência italianos, Nicola Calipari, que protegeu a jornalista com seu corpo, morrendo como um herói, é a consequência directa da decisão de Bush de quebrar a lei internacional e cometer crimes de guerra no Iraque.

George Bush é aqui acusado de ser um criminoso de guerra e um assassino. Quando vai ser levado para um tribunal para ser julgado?

CPLP e RP China mais próximos

A reunião no final de Fevereiro em Luanda entre representantes da CPLP e a RP China trouxe um clima de grande esperança para acordos bilaterais, que viu nove documentos assinados entre Angola e China e a abertura de sérias perspectivas para grandes investimentos deste gigante asiático no mundo lusófono.

Este tipo de reunião terá lugar anualmente e terá uma organização rotativa, tendo lugar em diferentes países membros da CPLP.

AFRICA TODAY

Esta revista é uma evolução da conhecida Africa Hoje, pioneiro em dignificar o continente africano com histórias e informações que não focaram só em gafanhotos e guerras, doenças e desastres. O grande e importantíssimo trabalho de Albérico Cardoso continua vivo na revista Africa Today, prestes a ser lançado para o mercado em português com um fascículo mensal em inglês, que reflecte a internacionalização da revista que acompanha a globalização africana.

A Revista AFRICA TODAY terá uma edição trimestral bilingue. É editada pela Xangai Editora e conta com uma equipa altamente profissionalizada, coesa e determinada a trazer a África mais perto dos cidadãos não só lusófonos mas aos cidadãos do mundo.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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