As uniões vermelhas do platô e dos industriários do leste (a região a mais poderosa do país) disputam agora... quem pode mobilizar mais pessoas com suas paralisações.
Os capitalistas locais estão aprendendo uma coisa muito típica na Bolívia. Para conseguir mostrar seu descontentamento com os aumentos dos combustíveis (feitos por tabela há 3 semanas) eles conclamam manifestações civis. Seu objetivo é impedir que os socialistas lhes tirem a audiência e apoiar que os empresários se mobilizem pedindo mais autonomia e apoio à sua classe empresarial.
Sob a pressão combinada de direita e esquerda, foi necessário diminuir o aumento do preço do petróleo de 23% para 15%. A fim de sobreviver, o governo deve fazer algumas concessões ou atender aos reclames do comitê Pró-Santa Cruz por um referendo pró-autonomia.
Regionalização boliviana
A Bolívia, república mais instável, multinacional e heterogênea da América do Sul tem uma das constituições mais centralizadas do continente. Suas nove províncias são governadas por um prefeito nomeado pelo presidente. Hoje, Santa Cruz, o Estado mais próspero do país, está perto de declarar sua autonomia. Suas demandas são rechaçadas por muitos, sobretudo por parte do governo, que teme uma revanche separatista.
Se Santa Cruz fosse eleger sua própria assembléia e governo, isso poderia fazer com que a Bolívia acabasse adotando algum sistema regional já existente no Perú, Argentina, Brasil ou Espanha.
Setores indígenas de Santa Cruz podem conseguir sua própria autonomia nessa província. Na bacia do Rio Titicaca (também conhecido como Gran Omasuyos) há um forte movimento nacionalista chamado Aymara, onde o governo central se encontra posto de lado.
O modelo canadense de territórios semi-soberanos para os nativos e esquimós pode ser uma atração para o nacionalismo indígena e pode incidir sobre o Perú, Chile, Argentina, Equador e Colômbia.
Prof. Isaac BIGIO
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