Forças Especiais dos EUA no Irão?

A história famosa do jornalista famoso nomeado pelo famoso Prémio Pulitzer por uma infame carga de disparates está para sempre presente nas mentes dos jornalistas que procuram a Verdade. Hoje, temos a história que forças especiais estão no Irão há seis meses.

Seymour Hersch, que escreve para a revista New Yorker, cita antigos oficiais sem nome dos serviços de inteligência e consultores anónimos que trabalham com o Pentágono. Que fontes fidedignos.

E se fosse “Fontes sem nome, que insistem em ficar anónimos, supostamente pertos da Casa Branca de acordo com declarações não oficiais de bisbilhoteiros na rua, afirmam terem visto o rapto do Presidente Bush, vestido com uma farda laranja com swastikas, da Oval Office por ETs, que o levaram para um OVNI onde o pobre Presidente foi violado em série por seres com três mamas e com perucas violetas, gritando ‘nós odiamos o baseball’ “.

Ou então “Secretário de Estado dos EUA mostra fotografias tiradas por satélite da ADM do Iraque no Conselho de Segurança da ONU, rotuladas e com setas, afirmando que Washington sabe onde estão estes sistemas mas que está a espera de Hans Blix os encontrar”. Mais tarde, quando foi confrontado com as provas de que Saddam Hussein tinha destruído a ADM há já uma década, Colin Powell defendeu-se, dizendo que sabia que os sistemas estavam a ser levados pelo deserto fora, “em veículos”.

Depois houve aquela em que o Niger era suposto ter vendido urânio yellowcake a Bagdade para Saddam Hussein fazer bombas nucleares, até havia documentos que foram apresentados a Mohammed El Baradei, que reconheceu de imediato que as assinaturas tinham sido forjadas. Só a PRAVDA.Ru tem estado a levantar essa questão desde então.

Parece uma série de anedotas.

A questão é que qualquer pessoa com acesso à Internet pode escrever o que entender e pode afirmar que é credível até que alguém prove o contrário. A Segunda questão é se alguém está interessado ou então se alguém lê a peça. Neste caso, as provas parecem pouco substanciadas, devido ao facto que a peça de Seymour Hersch cai na categoria “fontes anónimos disseram”. Vale agora quantas pessoas lêem a peça e quantos destes acreditam nela e vale o bom nome do veículo de comunicação, aumentando o sentido de responsabilidade do jornalista.

Com certeza, Seymour Hersch não é nenhum Zé Ninguém, mas por sua vez isso não quer dizer nada – a fraude jornalística não é nada de novo.

Também ninguém ficaria tão surpreendido ao saber que os EUA tinha estado a intrometer-se nos assuntos internos duma nação soberana ou que estava a escolher alvos para ataques cirúrgicos militares. Mas durante seis meses? Se bem que agentes da CIA hoje em dia não andam com gabardines brancos, óculos escuros e uma seta nas costas dizendo “agente secreto”, e que esses agentes estariam recrutados entre a população iraniana trabalhando no local, seis meses é muito tempo para uma operação tão desnecessário, porque seria suficiente olhar para as fotografias tiradas por satélite.

As autoridades iranianas negam a veracidade dessa história citando uma fonte, esta vez com nome, Masood Khan, Porta-voz no Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, que por sua vez afirma que não há qualquer cooperação entre o Paquistão e os EUA, como afirma Hersch e suas fontes anónimos.

“Não há colaboração. Rejeito categoricamente esse relatório”, disse o porta-voz.

Quanto a Washington, o porta-voz da Casa Branca, Dan Bartlett, disse que o relatório de Hersch está “cheio de erros”. Depois da teia de mentiras que teceu sobre o Iraque, Washington hoje em dia dá mais realce à necessidade da abordagem diplomática, que por louvável que seja, deveria Ter sido feito antes do primeiro tiro e a primeira morte. Bastava ouvir a voz da comunidade internacional.

Finalmente, se operativos da CIA estivessem no Irão rodeando as centrais nucleares, Moscovo teria recebido esta notícia há muito tempo, dado que se trata duma região onde Moscovo tem tradicionalmente muita influência.

O consenso na comunidade jornalística é que Seymour Hersch tem um nome conhecido e já deu um grande contribuição ao jornalismo mundial com suas histórias originais, entre as quais os abusos em Abu Ghraib. Porém, desta vez, talvez suas fontes anónimos viram o OVNI e os extra-terrestres com três mamas errados. Mais parece “poop” que “scoop”.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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