Em Israel, todo o governo precisa estar baseado numa coligação de partidos que deve deter a maioria dos 120 congressistas do país. Inicialmente, o Likud teve como seus sócios os ultra-nacionalistas (tão hostis a qualquer concessão aos palestinos que prefeririam expulsar a 3 milhões deles) e o Shinui (o partido mais anti-clerical).
Sharon, depois de ter ficado sem aliados, está formando agora um gabinete com forças exatamente inversas às alas que inicialmente lhe apoiaram: o trabalhismo (disposto a fazer a retirada de quase todas as zonas palestinas ocupadas em 1967, inclusive Jerusalém) e os ultra-religiosos.
Sharon procurará se valer do novo governo de unidade nacional e da eleição de Abbas como presidente palestino para negociar o fim da Intifada. A questão é que agora está se formando uma terceira Intifada, impulsionada pelos colonos sionistas que não querem abandonar seus assentamentos. Essa pressão poderia acabar derrubando Sharon se chegasse a dividir o Likud e seus novos sócios ultra-ortodoxos. Isaac BIGIO
Isaac Bigio é analista internacional. Foi professor de política brasileira e latino-americana na London School of Economics. Tem uma coluna diária no jornal Correo, o diário em espanhol de maior circulação no hemisfério sul, e escreve para dezenas de meios de comunicação dos cinco continentes. Link: www.bigio.org
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