O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Jack Straw, admitiu no parlamento na semana passada que Londres sabia dos planos para efectuar um golpe de estado contra o governo de Presidente Teodoro Obiang Nguema em Guiné Equatorial, um país rico em petróleo, cinco semanas antes da prisão dum grupo de mercenários em Zimbabwe, que planearam um golpe de estado.
A questão se põe, se o Reino Unido sabia disso e não disse nada ao governo em Malabo, até que ponto é implicado o Foreign Office?
Quanto mais se pesquisa, mais interessante fica o caso. Entre a lista de mercenários figura o nome de Mark Thatcher, filho da ex-Primeira ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher. Mark Thatcher está a ser julgado em absentia, enquanto luta contra a extradição da África do Sul, onde ele também vai ser julgado por quebrar as leis sobre actividade mercenária.
Por quê esse interesse em Guiné Equitorial? Porque o país está riquíssimo em jazigos de petróleo. Uma empresa muito ligada ao governo de Presidente Nguema, que tem sido acusado dum estilo ditatorial de governar o país e de ter roubado seus recursos minerais, é a Noble Energy, ao qual foi adjudicado o Bloco I nas operações de exploração offshore. Noble Energy está baseada no Estado de Texas, EUA.
Noble Energy prossegue as operações num joint venture com GEPetrol, propriedade do Presidente Teodoro Nguema. Bloco I é previsto providenciar resultados muito positivos, pois é adjacente ao Bloco O, também adjudicado a Noble, como também foi o campo Alba, que tem recursos de cerca de um bilhão de barris.
Presidente Obiang Nguema chegou ao poder num golpe de estado militar em 1979 e desde então tem distribuído a maioria dos postos governamentais aos seus amigos e familiares.
Interessante. Temos Londres a reter informações acerca dum golpe de estado e temos Washington a fazer negócios com um ditador.
Chama-se liberdade e democracia.
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter