Presidente Arafat: Gripe sim, cancro não

Como o Estado de Israel pode confinar uma pessoa adoentada, de 75 anos, Presidente reconhecido pela ONU, a um conjunto de edifícios destruídos durante mais que dois anos, desafia a lógica, mas também, quando o mesmo Estado comete actos de chacina como por exemplo aqueles que foram vistos hoje, em Gaza, onde insurgentes (rapazes de 11 anos) foram assassinados…nada surpreende.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Yasser Arafat, é vítima de gripe, do tipo gastroenterite, que grassa este Outono no Médio Oriente e na Europa e consequentemente teve os sintomas de dores abdominais e vómitos.

Qualquer outro Presidente, reconhecido pela ONU, em qualquer outra paragem do Mundo, teria tido o tratamento apropriado na instituição de saúde apropriada e sem qualquer oposição. A Yassar Arafat, não. Teve de ter uma endoscopia nos confins dos edifícios em Ramallah, onde é virtualmente preso há mais que dois anos.

O pedido para tratamento hospitalar foi feito por oficiais da Autoridade Palestiniana e aceite pelo Ministro de Defesa de Israel, Shaul Mofaz. De acordo com as nossas fontes no Médio Oriente, Yasser Arafat não precisou desta vez de tratamento hospitalar.

Porém, como se pode justificar que um Presidente tem de pedinchar a permissão para receber tratamento à entidade que o rapta e o mantém preso nessas condições? E já agora, por que razão é que mais ninguém na imprensa internacional segue esta linha de pensamento?

Como os Estados Unidos de Bush, Israel está assumindo cada vez mais uma maneira única de encarar os eventos internacionais, virando cada vez mais para o colo do unilateralismo numa altura em que é preciso dialogarmos.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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