A Semana Revista

BUSH COLOCA BLAIR EM PÉ DE DEFESA

EUA pede ajuda ao Reino Unido

O Ministro de Defesa do Reino Unido confirmou hoje que Londres vai considerar o grito por socorro dos Estados Unidos da América, depois de receber um pedido para ajudar as forças armadas de Washington, apanhados no pesadelo que criaram, tendo perdido várias cidades à Resistência Iraquiana.

Geoffrey Hoon, o Ministro de Defesa do Reino Unido, confirmou hoje no parlamento que o Exército Britânico irá enviar uma equipa de pesquisa para decidir se tem condições para um envio de 650 tropas de Basra para Bagdade.

Os EUA afirmam que a medida irá libertar suas tropas para operações de combate em outras áreas do Iraque, onde o controlo no terreno se perdeu à população local, que Washington continua a denominar como “terroristas”. Com cada vez mais frequência, os canais de TV fora dos Estados Unidos mostram cenas de bebés e crianças mutiladas pelas forças armadas dos EUA, que os chamam de “insurgentes”.

Haverá considerável pressão sobre Geoffrey Hoon para levar a decisão de enviar tropas para o parlamento, visto que há grande preocupação em Londres que se tropas britânicas forem apanhados em acções em conjunto com as forças dos EUA, poderão ser julgados perante a lei britânica por crimes de guerra.

Os peritos afirmam que o modo de operar no terreno utilizado pelos americanos, colocando a ênfase em risco zero, quer dizer que são tomadas decisões de obliterar toda a área a volta dum alvo, se for considerado que tal acção irá livrar as suas tropas de perigo mas sem ter em conta se coloca as vidas de civis, de bébés, de crianças em risco, mesmo se isso quer dizer rebentar uma escola ou um hospital ou uma creche ou uma sala cheio de jovens mães e suas crianças, ou então deitar bombas de fragmentação em áreas civis.

Eles chamam isso de “danos colaterais”. O resto do mundo o rotula de crimes de guerra e assassínio.

CARTA ABERTA AOS CIDADÃOS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Nunca na história do Homem teve tanta importância uma eleição presidencial

Caros e prezados amigos,

Como jornalista que tem a sorte de escrever para um jornal internacional que tem mais que três milhões de leitores diários, número que cresce com cada dia que passa, tenho a responsabilidade individual de vos informar do sentimento na comunidade internacional relativamente ao resultado da eleição em 2 de Novembro.

Como cidadãos dos Estados Unidos da América, vocês têm o poder de demitir ou endossar as políticas do regime de Bush e além disso, têm a responsabilidade colectiva perante a vossa nação e perante o mundo, que irá responsabilizá-los pela decisão que tomarem.

Eu escrevo esta carta de amizade como cidadão desta comunidade internacional e como jornalista do jornal cujo nome em russo é PRAVDA (verdade, em inglês) e por isso tenho a obrigação sempre de contar a verdade, toda a verdade e nada senão a verdade.

Posso dizer, para começar, que a vasta maioria das pessoas na comunidade internacional concordará comigo nos meus pensamentos e pedidos nesta carta aberta. Como prova disso, é preciso simplesmente ver o resultado das sondagens públicas que foram realizadas a volta do mundo, em que uma pequena percentagem de pessoas numa minoria de estados favorecia uma re-eleição de George Bush a uma mudança de regime em Washington.

É claro que não cabe a estrangeiros dizerem aos cidadãos dos EUA como hão-de votar. No entanto, visto que os mídia nos Estados Unidos são controlados e visto que os cidadãos não têm acesso à corrente de opinião na comunidade internacional, será um acto de amizade informar tais cidadãos nos EUA como pensa a comunidade internacional, sendo também o nosso direito como cidadãos do mundo exprimirmos as nossas preocupações, porque a administração de Bush não se contém nos confins das suas fronteiras. Por isso logicamente, qualquer regime que transborda os limites legais do seu território, e de forma tão agressiva, fica sujeito a ouvir as opiniões dos cidadãos da comunidade internacional.

Os eventos do 9 de Setembro de 2001 foram horríficos, tais como os em Beslan este ano. Contudo, por terríveis que fossem esses eventos, há que encará-los com maturidade e responsabilidade e tirar as conclusões devidas, não utilizá-los para justificar e perpetrar outros actos de maldade.

Infelizmente foi exactamente isso que o regime de Bush fez. Enquanto o ataque contra o Afeganistão foi perfeitamente compreensível nas circunstâncias, também é verdade que tal ataque tinha sido programado há muitos anos antes do 9/11, não por causa dos Talebã (que o pai de George Bush criou), mas sim por causa do gasoduto de Turquemenistão a Paquistão. Se terroristas internacionais viviam em Afeganistão, de certeza não estavam no Iraque.

A guerra contra o Iraque nunca teve nada a ver com o terrorismo internacional. Dum ponto de vista moral, o regime de Bush não pode ter descido mais baixo. Mentiras, documentos forjados, chantagem, prepotência e beligerância ficaram o modus operandi da diplomacia norte-americana, em vez de discussão, diálogo e debate, os fundamentais da democracia, que Bush e seu clique de elitistas corporativos atiraram pela janela fora na sua pressa de agarrem os recursos do Iraque, país que não tinha armas nucleares, nem químicos, nem biológicos, apesar das afirmações que tinha.

A verdade nua e crua é que Saddam Hussein dizia a verdade e George Bush foi o que mentia.

Os preceitos fundamentais que justificavam a guerra foram desde há muito tempo negados, precisamente pelas pessoas que olharam de frente para as câmeras e mentiam entre os dentes, dizendo que sabiam onde estavam escondidas as Armas de Destruição Maciça e onde as provas estavam enterradas.

Estas pessoas que mentiram e que perpetraram esse ultraje contra a humanidade são os membros do regime de Bush – não um ou dois membros, mas todos. Não é só o George Bush que quer ser eleito no dia 2 de Novembro – também é o grupo de pressão judeu, substancialmente importante, dentro dos EUA. Não é só Capitol Hill que controla a política externa dos EUA; é também, e cada vez mais, o Knesset, em Tel Aviv.

George Bush pode ter tentado ser um bom presidente e ninguém duvida que teria querido dar o seu melhor, porém, seus discursos, sua porte e suas limitações, bem evidentes há quatro anos, demonstram claramente que ele infelizmente não tem as qualidades necessárias. Nunca antes um Presidente dos EUA conseguiu divorciar em tão pouco tempo, seu país da comunidade internacional.

Como o Texas em que foi governador, o legado de George Bush é, e sempre será, o Lone Ranger.

George Bush foi o único chefe de estado a visitar número 10, Downing Street, no coração do seu aliado mais fiel em Londres, que teve de fugir da porta de trás por causa das manifestações na porta de frente. Aliás, nem se atreve a sair dum avião na grande maioria dos países.

Será esta a imagem de estadista em que querem votar no dia 2 de Novembro?

George Bush e sua administração passaram quatro longos anos a quebrar cada fibra de decência e cada norma em prática na comunidade diplomática. Se Nova York é anfitrião à Organização das Nações Unidas, como é que se pode justificar a quebra da Carta da ONU por atacar o Iraque fora da autoridade do Conselho de Segurança da ONU, quando cada e todas as Resoluções desta Organização, e sob a sua Carta, exigem que qualquer acto de guerra tem de ser sujeito a uma resolução separada do Conselho de Segurança?

Se Washington e Londres não percebiam que seria essa a realidade, por quê é que passaram tanto tempo e gastaram tantas energias a tentarem assegurar o voto do Conselho de Segurança? Só desistiram quando viram que a diplomacia não ganhava o dia. Por isso, deu-se origem à frase que reverbera a volta da comunidade internacional: EUA fora da ONU, ou ONU fora dos EUA.

George Bush conseguiu tornar o seu país num estado paria na comunidade internacional e perante os olhos dos cidadãos do mundo.

O legado de George Bush é infelizmente o falhanço total em tudo o que ele tentou fazer. Dentro dos Estados Unidos, cabe aos cidadãos dizerem se ele conseguiu melhorar o sistema de saúde, de educação, das pensões, se criou mais emprego, e por aí fora, porque isso não tem nada a ver com mais ninguém. No entanto, no exterior, ele entrou numa região onde foi avisado a nunca entrar e a desestabilizou.

Mas não vamos esquecermos do Afeganistão, onde reina o caos, onde reinam os Talebã, onde reina o comércio da heroína mais uma vez. Quem bonito para as cidades russas e europeias…vamos dar graças a George Bush cada vez que uma pensionista é morta aos ponta-pés porque um tóxico-dependente precisa da pensão dela para financiar sua próxima dose.

O Iraque nunca foi um bastião de terrorismo, como agora admite o Rumsfeld. Hoje em dia é, só depois das forças armadas de George Bush terem destruído o tecido social deste país. Mais que um ano depois da invasão, cidades como a Fallujah estão nas mãos das forças de libertação do Iraque, provocando um pedido de socorro das forças norte-americanas ao exército britânico, criando uma tempestade política em Londres, porque algumas das práticas militares dos tropas norte-americanos são consideras como crimes de guerra perante a lei britânica.

A tortura em Abu Graib foi uma das sintomas da doença chamada o regime de George Bush e seu grupo de amigos neo-conservadores, elitistas e extremistas, basicamente um clube de miúdos super-ricos, já crescidos, que nem pensaram duas vezes quando gastaram duzentos mil milhões de dólares do vosso dinheiro num acto de chacina…dinheiro que, de certeza, vocês irão pagar e bem caro. Elejam o Bush outra vez, e haverá ainda mais a pagar.

Vocês, os eleitores, serão aqueles que pagam, não Bush, nem Cheney, nem Rice, nem Rumsfeld, nem Wolfowitz, cujas contas bancárias já estão repletas. Depois do dia 2 de Novembro, esses nem vão querer pensar em vocês, que se limitarão a ver com horror o desenvolver dos eventos, se optarem por esse clique outra vez.

A conclusão a este conto sórdido, que foi o legado de George Bush, é que existe nos corações e mentes da comunidade internacional um ódio profundo por causa dos crimes de guerra do Pentágono. O choque e pavor que sentimos, ao aprender que deitaram bombas de fragmentação em áreas civis, para as crianças iraquianas apanharem, a pensarem que eram rebuçados, para a seguir perderem seus olhos e caras e futuros e vidas, faz-nos ficar juntos e fazer um pedido solene e sério aos nossos amigos, ou a aqueles que queremos contar como os nossos amigos, no outro lado do Atlântico.

Por favor, considerem muito bem o que estão a fazer no dia 2 de Novembro. Nós queremos ter os Estados Unidos da América de volta como membro da Comunidade Internacional. Votar por Bush é votar por mais guerras, mais terrorismo, mais violência, um passo fora dos braços da comunidade internacional, que quer viver juntamente com vocês em amizade, não em ódio.

Matar e mutilar dezenas de milhares de pessoas inocentes não é um acto cristão…é um acto de maldade e basta ouvir as declarações do regime de Bush acerca deste pesadelo que acontece todos os dias há mais que um ano, para ver a frieza nos seus corações e mentes, o que provoca choque e pavor nos corações e mentes na comunidade das nações. Na Ásia, na Europa, na América Latina, em África, em Canadá.

Se não quiserem votar por outro candidato, pedimos que pelo menos não votem em George Bush, pelo que dizemos acima. Basicamente, matar ou mutilar dezenas de milhares de pessoas inocentes tem duas expressões atribuíveis: assassínio e crimes de guerra. Nunca se viu tais actos de tortura, de estupro, de violência, de assassínio desde os campos de concentração de Hitler.

Votar por George Bush é votar por um criminoso de guerra e um assassino em grande escala.

No nome da comunidade internacional

Pelo amor de Deus

Respeitosamente e com grande amizade,

Timothy BANCROFT-HINCHEY NOSSA EQUIPA NA VERSÃO PORTUGUESA

Vadim GORSHENIN Presidente e Chefe da Redacção da versão russa

Inna NOVIKOVA Vice-Presidente e Chefe da Redacção da versão inglesa

Timothy BANCROFT-HINCHEY Director e Chefe da Redacção da versão portuguesa

Márcia MIRANDA Vice-directora da versão portuguesa e Editora da página Brasil

Inocêncio COSTA Director, África e Correspondente em São Tomé e Príncipe

Equipa no Brasil: Márcia Miranda (Editora). Correspondentes: Carlo MOIANA, Wilson RODRIGUES, Melton NASCIMENTO, Nelson MATIAS, Michele MATOS, José SCHETTINI, Gustavo BARRETO, José ORQUIZA, Andreia QUAIAT, Petrônio Sousa GONÇALVES, Fábio ROSSANO, Alexandre MATIAS, Urariano MOTA, Adriano COSTA, J. C. Monjardim CAVALCANTI, Walter Caetano COSTA

Agradecemos a colaboração valiosa do Partido dos Trabalhadores, P-SOL, PC do B, MST, PSB, PSDB, PDT, Dep. Babá, Luciana GENRO, Jandira FEGHALI, AFERJ, entre muitos outros colaboradores.

Equipa em Portugal:

João SANTOS (Porto), Cristina GARCIA (Coimbra), João RESENDE (Braga), Ekaterina SANTOS, Natália SANTOS, Olga Natália EVSEEVA (Lisboa)

Agradecemos a colaboração valiosa do Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português, Renovação Comunista, ACED, SOS Imigrante, Solidariedade Imigrante, Sobreiro 19, SOS Prisões, CM Cascais, CM Coimbra, G.A. Olivença, entre outros.

Acácio BANJA Correspondente, Angola

Bento MOREIRA Correspondente, Moçambique

Djibril MUSSA Correspondente, Guiné-Bissau

John LOPES Correspondente, Cabo Verde

Leonor MARTINS Correspondente, departamento África

Giselle GUEDES Correspondente, departamento África

Fátima CHANTRE Correspondente, departamento África

Lao MENDES Correspondente, Timor Leste

Shailendra XAVIER Correspondente, Goa

Ahmed ASSOUD Correspondente, Médio Oriente

Javier HORTA Correspondente, Espanha

Juan BLANCO Correspondente, Colômbia

John ASHTEAD Correspondente, Reino Unido

Agradecemos a colaboração de todos os intervenientes internacionais que nos enviam material original e interessante: Minist.rio de Negócios Estrangeiros da República de Cuba, Los Verdes, FARC, INPA, Ria Novosti, Embaixada de Angola em Moscovo, ACTYMA, Mariela INGOLD, Prof. Jos. PITTAMIGLIO; Ralitsa ZAITSEVA e os muitos outros colaboradores ocasionais da PRAVDA.Ru, cujo trabalho e interesse é muito apreciado.

Nosso Director

Timothy Bancroft-Hinchey nasceu no sul da Inglaterra em 21 de Julho de 1958 e trabalha no jornalismo há 30 anos, desde os 16 anos. Trabalhou em regime de tempo inteiro e part-time por um número de publicacões antes de se juntar à equipa da PRAVDA.Ru em 2000, pouco depois do lançamento da versão on-line em russo.

Viu nascer a versão inglesa em 2001 e em Setembro de 2002, abriu a versão portuguesa como Director e Chefe da Redacção.

“Considero a palavra “nacionalidade” como mais uma etiqueta que utilizam para rotular e controlar uma pessoa. Isso determina se se tem direito, ao nascer, a um computador, se tem direito a água potável, se tem direito a comida, se tem direito a medicamentos grátis, ou então se tem de caminhar 20 quilómetros para buscar a água, ou se tem uma esperança de vida acima dos 5 anos. Dita se poderá entrar ou não num país livremente, ou se vai ser tratado como um leproso dum estado paria na fronteira.

“Sinto a obrigação de utilizar minha boa sorte em colaborar com um jornal que tem mais que três milhões de leitores, para contribuir um pouco para que o mundo seja mais igual, para que todas as crianças no mundo tenham os mesmos direitos no acidente do local e altura do nascimento. “Providenciar as pessoas com as informações verdadeiras faz parte deste projecto, porque a grande maioria dos cidadãos do mundo não se apercebem que são vítimas dum controlo tipo “cenoura e pau”, utilizado pelos barões invisíveis que controlam os negócios mundiais e as corporações dos mídia. PRAVDA.Ru, sendo independente, está livre para honrar seu nome (Pravda quer dizer Verdade, em russo).

“A versão portuguesa da Pravda.Ru colabora em vários programas de benefício social. Temos um programa de consultadoria gratuito para imigrantes na Europa, aconselhando os que tiverem dúvidas ou problemas e direccionando-os às respectivas entidades com as quais temos relações.

“Temos também uma consultadoria, Russia Trading, que ajuda as firmas russas a investirem nos países de expressão portuguesa e ajudando as firmas estrangeiras a entrarem na Rússia.”

Timothy Bancroft-Hinchey vive entre Portugal e Brasil e divide seu tempo entre o jornalismo (escrever e editar) e consultadoria. Colabora também com várias publicações impressas, jornais e revistas em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde, guias de viagens, e contribui para várias publicações institucionais russas, entre as quais o Jornal de Assuntos Internacionais, do Ministério de Negócios Estrangeiros da Federação Russa

“Os avós no meu filho mais velho nascerem em quatro países diferentes, em três continentes. No lado da mãe, seu avô nasceu em Portugal, sua avó nasceu em Angola, ela sendo filha dum árabe e duma senhora natural de Lobito. Na parte do pai, seu avô nasceu em Allahabad, Índia, no seio duma família irlandesa e a avó perto de Londres.

“Vamos todos lembrar que vivemos como uma comunidade de irmãos a volta dum lago comum, o mar. Em vez de deitarmos bombas em cima dos nossos vizinhos, não seria melhor estendermos as mãos em amizade?

“As lágrimas têm sabor a sal, seja onde for que caiam. Vamos todos colocar um sorriso nos olhos das crianças do mundo, não só nos lábios e vamos dar-lhes uma oportunidade de terem uma vida igual aos outros, onde quer que nasçam."

QUÉM É MÁRCIA MIRANDA?

Vi que houve alterações na página Brasil

Gostaria de saber um pouco acerca da nova editora, Márcia Miranda. Márcia Miranda é brasileira, vem de Fortaleza e é minha esposa. Longe de ser um ato de nepotismo, é uma alteração que reflecte a linha do nosso jornal, que é de seguir uma linha independente.

Isso se faz nas versões em russo e em inglês e também na versão portuguesa. Enquanto alguns entendem que qualquer referência ao PT é sinal que PRAVDA.Ru é um jornal da direita, nós entendemos que qualquer página BRASIL tem de ter artigos acerca do partido no governo, mas como referiu, não só.

Uma rápida leitura da página responderá a quaisquer dúvidas acerca disso.

Márcia Miranda tem 34 anos, nasceu em Fortaleza e é formada em psicologia, que a preparou muito bem para o mundo do jornalismo, devo dizer.

Colabora há 3 anos com a PRAVDA.Ru, tendo feito cursos de jornalismo em Ceará, mas até agora tem estado atrás das cenas aqui no escritório fazendo o muito trabalho administrativo e buscando colaboradores entre seus conhecidos no Brasil, além de escrever artigos de vez em quando acerca da realidade naquele (seu) país.

Filha duma família de activistas políticos, que conheceu a realidade política da ditadura, tendo vários exilados políticos, Márcia acredita no ideal de pluralidade, o que quer dizer permitindo um inter-câmbio de ideias nas páginas da PRAVDA.Ru como jornal independente e não colono de ninguém.

Márcia tem várias páginas de referências no site GOOGLE. Se quiser ver algum do seu trabalho, faça uma pesquisa Márcia Miranda Pravda neste site: www.google.com

OUTRA VERSÃO DA SREBRENICA

PRAVDA.Ru apresenta relatório “perdido” sobre Srebrenica para os nossos leitores Paddy Ashdown, o designado Alto Representante e Representante especial da U.E. para Bósnia e Herzegovina, irá lembrar da palavra “Srebrenica” (sre-bre-ní-tsa) porque basicamente apresentou ao mundo a sua versão dos eventos. Paddy Ashdown, o designado Alto Representante e Representante especial da U.E. para Bósnia e Herzegovina, irá lembrar da palavra “Srebrenica” (sre-bre-ní-tsa) porque basicamente apresentou ao mundo a sua versão dos eventos. Contudo, hoje, ele poderá ter alguma dificuldade em digerir o seu jantar, se porventura ler este artigo (na versão inglesa da PRAVDA.Ru). Adquirimos o relatório “perdido” sobre o que aconteceu verdadeiramente em Srebrenica a disponibilizamo-lo para os nossos leitores.

Provavelmente PRAVDA.Ru será vítima de hackers durante a tarde de hoje e quase com certeza, o e-mail privado, secreto e pessoal do autor deste artigo (não o dos contactos) será recipiente de ameaças de morte. Não será a primeira vez, e com certeza não será a última. Bem vindos à liberdade de expressão. Porém, enquanto estamos on-line, temos o prazer de mostrar aos nossos leitores algum material importante e único enviado para nós pelos colegas que defendem a lei internacional e tomam uma posição contra o encarceramento ilegal de Slobodan Milosevic e contra a tendência de encher o livro de história com mentiras, uma mania ocidental no final do segundo milénio e princípio do terceiro.

Interessados a produzir um relatório independente e verdadeiro acerca do massacre de Srebrenica, em que os Sérvios foram culpados pelo Ocidente, em Setembro de 2002, o Departamento para a Cooperação da Republika Srpska produziu um relatório independente e objectivo sobre o que aconteceu nessa cidade. O relatório foi baseado em documentos da ONU, documentos do Exército da Bósnia-Herzegovina, da Cruz Vermelha Internacional e fotografias – e expõe a teoria do massacre pelos Sérvios como um fraude, ou seja, mentira, reclamando que armaram uma cilada aos Sérvios.

Paddy Ashdown, antigamente líder do Partido Liberal Democrata no Reino Unido, mas agindo duma maneira pouco liberal e nada democrata, demitiu os líderes da comissão que escreveu esse relatório, do qual só se fizeram 500 cópias, e nomeou uma nova comissão, escolhida a mão, que iria apoiar a sua versão particular dos eventos, assombrados por fantasmas políticas internacionais, que afirmaria que os Sérvios eram os assassinos e os Muçulmanos, as vítimas. A lembrar, foi na altura dos Estados Unidos da América andarem de mãos dadas com terroristas albaneses, Mujaheddin, mercenários islamistas - a criarem o monstro que iria morder a mão do mestre.

Com um número tão reduzido de cópias do relatório, e muitas destas “desaparecidas” (foram destruídas), sem outra versão dos eventos, a versão de Ashdown não tinha concorrente e esse político falhado e seus amos em Washington e Londres, podiam dizer que eram dono da verdade sobre Srebrenica. Contudo, caro senhor Ashdown, chega a altura de colocar as cartas na mesa.

Com a colaboração de www.slobodan-milosevic.org, PRAVDA.Ru tem o prazer de produzir uma cópia do relatório da Republika Srpska de 139 páginas para os nossos leitores analisarem.

http://www.slobodan-milosevic.org/documents/srebrenica.pdf

O relatório afirma categoricamente que devem ser identificados todos os criminosos de guerra, seja qual for a sua nacionalidade, para que o processo de paz e reconciliação possa começar e documenta todos os eventos entre 1992 e 1995, em que os Sérvios, na grande maioria dos casos, eram as vítimas. Também segue a história dos residentes Sérvios em Srebrenica...”da maioria até à minoria”.

O relatório é interessante de ler, se aqueles que advogam a liberdade de expressão e liberdade da imprensa queriam dar uma olhada. Quanto a Paddy Ashdown, cujas habilidades diplomáticas, como as políticas, não existem, ele condenou esse relatório sem sequer o ler.

Qual liberal, qual democrata. Portugal a passo de caracol

Portugal sofre dum ataque de lentidão institucional crónica e aguda

Esta semana, foi decidido que o caso Casa Pia iria reabrir, mas atrás de portas fechadas. A lembrar, é um dos casos mais sórdidos na história judicial portuguesa, envolvendo abusos sexuais homossexuais contra menores no orfanato/internato do estado Casa Pia, em Lisboa, muitas vezes por figuras públicas.

Se fosse um caso recente, a notícia não surpreenderia. No entanto, este caso remonta a uma série de detenções feitos em 2002 e 2003, por práticas que ocorreram em alguns casos nos anos noventa.

Mais, o jardim frente à Casa Pia em Belém é conhecido há décadas por ser um sítio onde um cliente pode ir arranjar um menor para práticas sexuais em troca de bom dinheiro. Se o caso Casa Pia, que veio à luz do dia só agora, durante o que é discutivelmente a pior governação de Portugal, tirando os olhos do povo português da desgovernação da coligação PSD/PP (centro-direita e conservadores), ou é sinal de tamanha lentidão do sistema judicial português ou algo mais sinistro, nomeadamente manipulação da lei por fins políticos.

Por quê é que o caso não foi resolvido logo e já há muitos anos?

Curiosamente, ou não, também esta semana vem um comentário críptico sobre outro caso que envolve influência política, o caso do Big Brother, o Primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que subiu ao cargo quando seu amigo/rival José Barroso fugiu de Lisboa para Bruxelas (para esquecer a porcaria que deixava para trás) a tentar silenciar o companheiro/inimigo Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo, ex-líder do PSD e opositor crónico a Santana Lopes, há mais que quatro anos falava aos domingos a tarde na estação televisiva TVI, fazendo comentários políticos. Há duas semanas, foi calado – houve uma reunião com o proprietário do canal, que pediu que se abstivesse de ser tão crítico ao governo, facto que provocou a demissão.

Qual foi o espanto, então, quando na quinta-feira passada, Miguel Pães de Amaral, Presidente da Media Capital, que é proprietária da TVI, declarou à Alta Autoridade para a Comunicação Social que “daqui a seis ou nove meses” vamos perceber a razão por Marcelo Rebelo de Sousa ser afastado dos ecrãs?

Por quê é que não se explica já o caso? Falando da televisão, o que anda o Ministro da Presidência, Morais Sarmento, a fazer na RTP, estação estatal? Pois, anda por aí há dois anos a desempregar centenas de pessoas, juntando RTP e RDP num só edifício, obrigando milhares de pessoas a mudarem da sua rotina diária e agora declara que nunca interferiu na RTP. Então o que anda a fazer durante dois anos?

Ó Senhor Ministro, ou faça alguma coisa, ou saia da mulher!

Temos ainda um grande número de professores que ainda desconhecem qual será o local de trabalho em Portugal, depois do ano lectivo ter sido aberto com 40.000 por colocar. O Ministério da Educação ainda anda a braços sobre a quem atribuir a culpa, tendo decidido por um discurso que vai: “Não fui eu, foi o software”.

O “software” em questão pertenceu à firma COMPTA, que, claro, tinha ligações políticas e pessoais à coligação PSD/PP…bem vindos à União Europeia, ou ao cu dela. O Ministério, ou seja, a Ministra, Carmo Seabra, atira toda a culpa contra esta firma e contra a Direcção Geral de Educação.

Só que, de acordo com os fundamentos do concurso, na atribuição desta obra, o software tinha de ser entregue no Ministério até 31 de Dezembro de 2003. Por quê, então, é que a questão não foi resolvido logo em Janeiro ou Fevereiro e por quê é que há ainda milhares de alunos portugueses sem professores?

Depois não surpreende as estatísticas chocantes, por exemplo, do Concelho de Baião, onde a desistência escolar antes do 9º ano (15 anos de idade) tem uma taxa de 72%. Não é só na periferia onde há lacunas. No Liceu Camões, no coração de Lisboa, uma escola secundária para alunos do 10º, 11º e 12º anos, há aulas inteiras que não entendem nada do início do 10º ano em Matemática, porque o programa do 8º e 9º ano não foi completado.

Quando um Ministério e uma Ministra se mostram rotundamente incompetentes, há que ter alguma esperança que a liderança política salve a situação. A reacção de Pedro Santana Lopes? Sugeriu que os professores sem turmas fossem aproveitados para assessores de juízes.

Para acelerarem o caso Casa Pia? Ou para ensinarem as crianças abusadas desta instituição a não terem confiança nenhuma na classe política do PSD, PP ou PSD no seu país?

Para fechar a semana, e acabar com a paciência, o túnel do Rossio vai ser fechado por falta de insegurança, durante 60 dias. Esta estação liga Rossio, no centro de Lisboa, a Sintra e serve 35 quilómetros de subúrbios, transportando milhões de pessoas por ano de casa ao trabalho.

Construído em 1889, este túnel de 2.600 metros conheceu os primeiros problemas em 1926, quando ao quilómetro 2.020, foi detectado uma deficiência estrutural grave. 78 anos mais tarde, no mesmo local, se encontra a mesma situação, que provocou em 1979 uma ordem de reparação.

Por quê é que não foi tratado logo?

Por quê é que Portugal sofre desta doença de lentidão institucional crónica e aguda? Será por causa do vento?

Portuguesmente escrevendo…quando cágado sai cagado

Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Tenham dó de nós, que aprendemos a língua de Camões e de Jorge Amado como língua estrangeira, e mesmo assim, 25 anos depois, ainda vamos tropeçando e soluçando, provocando múltiplas sugestões dos dois lados do Atlântico na nossa caixa de e-mail…ou seja, correio eletrônico, dizendo que haveria de escrever “lembrei-me” ou teria de botar “me lembrei”. Me acostumei a isso, acostumei-me mesmo.

Não fico chateado por isso, nem ninguém me enche o saco.

Tenham dó de nós, neo-lusófonos que vivemos nos dois lados do Atlântico, que temos de lembrar a pedir o cardápio ou ementa e pagar com a cédula ou nota, que temos de perguntar à menina de três anos “Você gostou do T-shirt vermelho” ou “Gostaste da camisola encarnada”, no sítio certo, para evitar um banho de choro. Isso para meninas mais pequenas ou seja, menores.

O T-shirt ou camisola em questão pode ser muita bacana ou bué de fixe, mas se for uma prenda (ou um presente) a uma rapariga (ai desculpem!) a uma moça mais velha, poder-se-ia, ou se podia, estar a falar ou estar falando dum fato, ou será facto, lingüística ou linguística?

O facto é que fato pode ser duas coisas, ou duas coisa, como se fala, ou se diz, em certas regiões do Brasil. Ou será que o fato é um acto ou ato de falar, ou dizer?

Cê Pede/Peça ao empregado de mesa ou ao garçom para trazer um sumo ou um suco, de limão ou de lima e depois veja a tamanha confusão a ver o que o coitado traz ao botar/por na mesa, dependendo em qual lado do Oceano ele estiver. Se estiver em Lisboa, poderá perguntar-lhe o que quer dizer o “bus” na faixa de trânsito. Ele diria “para os autocarros”, não “ônibus” e de qualquer forma a faixa de trânsito no Brasil é a passagem dos peões…desculpem, pedestres.

Resolvam lá essa/esta batalha, ponham fim a esse/este contendo, pelo amor de deus para sabermos como havemos de escrever e o que temos de dizer/falar às pessoas. Me dirijo/Dirijo-me à Academia Brasileira de Letras e à Academia das Ciências de Lisboa, que desde 1980 se vêem a braços com esse/este assunto.

Qual será o objetivo/objectivo do novo acordo? Dizermos que temos de escrever sem letras mudas/letra muda?

Como então é que havemos de saber se um facto é um fato ou um…fato, se o acto de atar é um ato de atar ou um…ato, ou então se o cágado que tenho no quintal sai cagado? Seria então uma questão se irmos à casa de banho, ou ao banheiro?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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Author`s name Pravda.Ru Jornal
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