K.. DE KIOTO

A resposta é sobrenaturalmente simples. Porque a mãe natureza costuma punir os povos de países que contribuem para o aumento da poluição no mundo. É por esta razão também, que há outros fenômenos climáticos igualmente devastadores no país, como as nevascas no nordeste, tornados no centro-leste, terremotos e tsinami no oeste. Entretanto, a principal razão pela qual há tantos furacões é que a natureza também costuma punir povos de países cujas lideranças não se importam com questões ambientais.

O presidente norte-americano George W. Bush é uma dessas pessoas. Ele até mesmo sugeriu que se cortassem mais árvores para diminuir o risco de incêndios. Na verdade se seu conselho tivesse sido seguido, o incêndio que assolou as florestas do estado da Califórnia no ano passado, não teria acontecido. Bush também demonstrou seu desprezo por tais assuntos ignorando por completo a conferência de Kioto. Por esta razão as forças da natureza têm sido tão impiedosas com os Estados |Unidos, recentemente. Infelizmente, há alguns efeitos colaterais e povos de países que apenas estão geograficamente mal localizados estão sendo afetados como as ilhas do Caribe, por exemplo. A propósito, uma vez que um eventual próximo furacão iniciará seu nome com a letra K, seria interessante que fosse denominado de Kioto como uma lição para o presidente Bush.

De qualquer forma, assuntos ambientais são os últimos na agenda da maioria dos lideres do mundo. É mais importante para o governo americano, por exemplo, discutir sobre a diminuição da máquina do terrorismo do que da redução da camada de ozônio e, não importa para os países que estão sofrendo com a crise do petróleo, se há um aumento da emissão de monóxido de carbono na atmosfera. Também não importa a países como o Irã se há a possibilidade de vazamento de material nuclear, considerando na instabilidade de seu solo, eis que se precisa primeiramente, solucionar o problema de energia. Além disso, ninguém vence ou perde uma eleição defendendo o meio-ambiente. É por esta razão que conferências como a Eco-92, realizada no Brasil e a de Kioto, mesmo que haja um protocolo assinado por todos os seus integrantes, objetivando a redução dos níveis de poluição, o compromisso só continuará até confrontar os interesses próprios de cada país..

O presidente francês Jacques Chirac, por exemplo, que hoje até mesmo quer ajudar o presidente Lula em sua cruzada contra a fome e a pobreza, não hesitou quando ordenou a realização dos testes nucleares no atol de Mururoa, em 1996, o que ocasionou protestos por todo o mundo. Felizmente, Chirac e outros inimigos ambientais têm um grande aliado: a memória fraca da população. Chirac claramente, tirou vantagem disto pois a França em 1998 foi sede da copa do mundo de futebol e não houve sequer um único protesto.

Os ambientalistas organizados estão, aparentemente, desistindo de seus protestos. O Greenpeace, por exemplo, parece agora estar mais preocupado em administrar o grande orçamento proveniente das doações de seus colaboradores por todo o mundo, que continuar com suas usuais lutas. Quanto aos partido verde que se iniciou na Alemanha e agora está em outros países, foi uma boa iniciativa, no começo, pois entrar na política é a única forma de se obter resultados efetivos em questões ambientais, entretanto, como quase todos os que entram na política são contaminados pelo câncer da demagogia, os verdes não mais têm qualquer representatividade.

A natureza sempre funcionou como um relógio. As estações sempre se alternavam regularmente. Contudo, desde os anos 1970, com a dependência crescente do mundo do petróleo, a expansão da indústria automobilística, novas tecnologias e a devastação indiscriminada das florestas, o mundo começou a testemunhar distorções climáticas. Começou-se então, a ouvir-se falar em superaquecimento global, derretimento da calota polar e diminuição da camada de ozônio. Juntamente com todas estas terríveis perspectivas havia também a possibilidade de falta de água potável, o que, provavelmente, causará da internacionalização da Amazônia brasileira, contudo, estas perspectivas, aparentemente, não preocupam homens como o presidente norte-americano George W. Bush que, por enquanto ainda pode passear pelas ruas de Manhatan pois o nível dos oceanos não está alto o bastante. Ele também, ainda pode ir a praia num dia de verão, pois ainda temos ozônio o suficiente na atmosfera.

Os furacões que estão atingindo os Estados Unidos podem ser interpretados como um aviso de que cuidar dos recursos naturais um dia será tão ou mais importante que a guerra contra terror.

Jose Schettini Petrópolis RJ BRASIL

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