Impostos e religião

Adilson Roberto Gonçalves

 

            No Brasil, o poder religioso está tornando o país próximo a uma teocracia. A própria constituição Federal possui um preâmbulo, afirmando que ela fora promulgada sob a proteção de Deus. Sim, escrevo em maiúscula por ser nome próprio, por estar assim na Carta Magna e também ciente que é um deus específico de que a constituição trata, dentre milhares que nós criamos.

            As menções à religião, aos cultos ou, principalmente, à imunidade e isenção fiscal a que igrejas estão submetidas, aparecem em nove dispositivos constitucionais. A título de exemplo, engenharia aparece apenas uma vez e o adjetivo científico, 18 vezes, quase sempre atrelada a outras questões, como educação e indústria.

            A discussão acerca de isenções ou imunidades tributárias às igrejas está sendo deturpada, pois não é mais o caso de uma pequena paróquia interiorana que precisa manter seu espaço para acomodar fiéis e, portanto, os impostos que seriam pagos podem viabilizar a materialidade da existência de uma instituição que se pressupõe ser espiritual. A igreja virou uma baita de uma indústria econômica e política que está deteriorando o que foi construído socialmente no país. Assim, templo é dinheiro, se não a deus, aos meus.

 

Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp – Rio Claro-SP

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