As recentes declarações de Donald Trump sobre retomar o controle do Canal do Panamá e renomear o Golfo do México geraram reações contundentes do presidente panamenho, que reafirmou a soberania do país sobre o canal. Diplomatas e intelectuais condenaram as ameaças, enquanto a ONU reforçou que o canal continuará sob administração panamenha. Entenda como essas declarações podem impactar a política externa e as relações entre os dois países.
O presidente do Panamá respondeu de forma contundente às declarações feitas por Donald Trump durante seu discurso de posse, em que o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que pretende "retomar o controle" do Canal do Panamá. Em sua declaração, o líder panamenho garantiu que o canal continuará sob administração panamenha, reafirmando a soberania do país sobre uma das mais importantes rotas comerciais do mundo.
O presidente panamenho destacou que o Canal do Panamá é uma conquista histórica do país e sua administração será mantida pelo Panamá de forma soberana:
"O Canal é e continuará a pertencer ao Panamá, e sua administração permanecerá sob controle panamenho, assegurando sua neutralidade permanente."
Ele lembrou que a gestão do canal foi resultado de décadas de lutas, que culminaram em 1999 com a implementação do tratado Torrijos-Carter. Desde então, o Panamá vem administrando o canal de forma eficiente, beneficiando o comércio global, incluindo os Estados Unidos.
O presidente ainda acrescentou:
"Contamos com o Direito Internacional e a dignidade de nossa soberania para defender o Canal de qualquer interferência, sempre mantendo relações baseadas no respeito mútuo com países aliados e amigos, como os Estados Unidos."
No discurso de posse, Trump declarou que os Estados Unidos "gastaram mais dinheiro do que nunca em um projeto" ao construir o Canal do Panamá e mencionou a perda de 38 mil vidas durante a sua construção. Ele criticou as taxas cobradas pelo Panamá, classificando-as como "excessivas", e sugeriu que o controle do canal foi "mal administrado", citando a presença de empresas chinesas operando nos portos da região.
"Os navios americanos estão sendo tratados injustamente, incluindo nossa Marinha. E, acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá. Vamos recuperá-lo", afirmou Trump.
Desde dezembro de 2024, Trump já vinha fazendo declarações públicas sobre o canal. Em uma publicação na rede social Truth Social, ele afirmou que as taxas cobradas pelo Panamá eram "ridículas", considerando o investimento e a generosidade demonstrada pelos Estados Unidos ao país. Trump sugeriu que o canal poderia ser reivindicado pelos EUA caso as condições atuais não fossem revistas.
"Se os princípios morais e legais não forem seguidos, exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido integralmente aos Estados Unidos", escreveu Trump.
Especialistas apontam que as declarações podem estar relacionadas à crescente influência da China na região, uma vez que uma subsidiária da empresa de Hong Kong CK Hutchison Holdings administra portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico.
O presidente panamenho reafirmou a soberania nacional, destacando que as taxas cobradas pelo uso do canal são baseadas em critérios econômicos e não em "caprichos". Ele também rejeitou qualquer possibilidade de negociações sobre o controle do canal:
"Cada metro quadrado do Canal do Panamá pertence ao Panamá e continuará pertencendo a ele. Nossa soberania e independência não são negociáveis."
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