A Semana Revista

Dia Internacional da Criança

Dia 1 de Junho foi o Dia Internacional da Criança, celebrado com alegria ou sofrido em silêncio, dependendo do acidente chamado “local de nascimento”

Através do mundo “desenvolvido”, houve eventos ontem a celebrar o Dia Internacional da Criança. Deram-se e receberam-se presentes, organizaram-se viagens escolares a feiras de livros, cinemas e teatros, eventos desportivos e das artes plásticas. Porém, não foi assim em todo o mundo.

Através do mundo “desenvolvido”, houve eventos ontem a celebrar o Dia Internacional da Criança. Deram-se e receberam-se presentes, organizaram-se viagens escolares a feiras de livros, cinemas e teatros, eventos desportivos e das artes plásticas. Porém, não foi assim em todo o mundo.

Se foi um Dia Internacional da Criança em alguns países, noutros, foi o Dia Internacional da Vergonha da Humanidade. O nome do local de nascimento – um acidente – guardado com ciúmes contra imigrantes por alguns, soletra a diferença entre a celebração dum Dia Internacional ou um encolher de ombros, porque noutro lado do mundo, não quer dizer nada. É apenas mais um dia de sofrimento.

Um olhar a volta do mundo nos diz quanto temos ainda a fazer e mostra claramente que aqueles que pensam que a Humanidade chegou a um nível que se pode denominar de Civilização ou Desenvolvimento, se enganaram rotundamente.

Graves faltas de comida em quase três dúzias de países significam que uma refeição na mesa todos os dias é um sonho para muitos milhões de crianças, não uma certeza. No Sudão ocidental, a tentativa da ONU de alimentar o milhão de pessoas deslocadas sofre dificuldades porque até agora só conseguiu angariar 3 milhões dos 8,8 milhões de dólares necessários. Isso, enquanto George Bush desperdiça duzentos mil milhões de dólares no Iraque. Em guerra. Em actos de chacina. Matando civis, matando crianças.

Na Colômbia, mais que um milhão de crianças com menos que 17 anos de idade trabalham. A exploração sexual das crianças nas terras do Fascista Álvaro Uribe aumenta. No Brasil, 1,1 milhões de crianças (na idade escolar) com menos que 17 anos de idade não conseguem ler nem escrever. Nascer em Angola quer dizer logo a nascença que a esperança de vida é 40 anos. Metade das crianças com idade escolar não estão na escola, 45% das crianças sofrem de desnutrição crónica e um quarto das crianças neste país morrem antes de chegarem ao quinto aniversário.

Em Ruanda, centenas de milhares de crianças sofrem de VIH/SIDA, ou são adversamente afectadas pela guerra e pelo genocídio. No Afeganistão, a mortalidade infantil é 165 por 1,000 nados vivos à nascença e a taxa de mortalidade infantil é 257 por 1.000 para a faixa etária entre 1 e 5 anos. Em Bangladesh, 900 crianças morrem todos os dias (325.000 por ano) de doença, desnutrição e acidentes.

Estas estatísticas não chegam às primeiras páginas dos jornais. Chegam sim as notícias da morte de um americano, ou dois, ou três, mortos no Iraque durante a invasão ou durante a ocupação dum país estrangeiro, onde torturaram, onde deitaram bombas de fragmentação em áreas residenciais. É esse o mundo que criámos, o mundo em que vivemos. Vivemos num mundo dominado por chefes corporativos monetaristas, capitalistas, neo-conservadores, que estão interessados em ficar cada vez mais ricos e poderosos a custo dos que constituem o grupo dos cada vez mais pobres. Mais nada.

Como é que nós podemos chamar-nos Civilizados ou Desenvolvidos quando centenas de milhares de milhões de dólares são gastos numa guerra enquanto noutras paragens as crianças, nossa responsabilidade colectiva e nosso futuro, nem sequer têm acesso a um copo de água em condições de beber?

O Dia Internacional da Criança foi um evento alegre e engraçado para aqueles que tiveram a sorte de nascer em determinado sítio em determinada altura. Vamos no entanto pensar naqueles que não tiveram essa sorte, que nasceram num sítio infernal pelo acidente chamado o local de nascimento e vamos tentar remediar o problema.

Os interesses dos grupos dos direitos humanos na Rússia

Há grupos que zelam por direitos humanos mas que servem interesses estrangeiros, diz Moscovo.

Os russos sabem muito bem como está o estado da sua democracia jovem e não precisam de ler o relatório (aborrecido) do Departamento de Estado dos EUA para saberem isso.

É verdade que pessoas morrem e desaparecem na Chechénia às vezes sem razões, que as eleições, desde os parlamentares até aos regionais, não são perfeitas e que os tribunais deveriam ser mais independentes das autoridades.

Porém se lembrarmos que mal passaram dez anos desde os tempos soviéticos e sua falta de lei, veremos que a democracia russa, mesmo que seja imperfeita, é fonte de optimismo e até orgulho.

Por isso o que diz o Departamento de Estado dos EUA passa despercebido na Rússia. No entanto, não é assim com o considerável número de organizações públicas e privadas, comissões, fundações e órgãos de média que trabalham na Rússia a mando de, e pagos por, os Estados Unidos.

Estes organismos alegadamente querem estimular práticas democráticas na Rússia. “Vamos ensinar aos pobres ignorantes como se derrota os magnatas ladrões” é a atitude. E essa lição está a ser dada aos russos a partir do orçamento dos Estados Unidos da América.

O relatório elaborado pelos serviços russos demonstra que num dos casos, um “parceiro” (organização russa financiada pelos EUA) treinou 1.000 alunos de 200 centros regionais de TV em gestão, jornalismo, marketing e tecnologias de produção.

Há mais que 2.000 ONGs na Rússia financiadas por bolsas norte-americanas, somando 79,2 milhões de USD no ano passado, incluindo 48 milhões em programas de inter-câmbio, deixando 31,2 milhões gastos directamente na Rússia pelos Estados Unidos para impulsionar as causa de “liberdades civis”.

No entanto, será que os EUA, no desenvolvimento de “democracia” no estrangeiro, estão a negligenciar os interesses dos seus próprios cidadãos? Não deveriam estar mais preocupados com o estado de democracia no seu próprio país?

Os relatórios do Departamento de Estado não incluem as necessidades nos EUA, onde um olhar pelas muitas folhas de relatórios independentes, por exemplo no relatório da Amnistia Internacional, é chocante.

Por quê é que os EUA estão tão preocupados com a situação na Chechénia quando no ano passado 16, 110 pessoas foram mortas nos EUA (fonte: Departamento de Justiça dos EUA), um recorde mundial em termos de crimes letais? Por quê é que decide não registar as mortes de 16.000 iraquianos, incluindo 10.000 civis, quando bombardeou em manta edifícios residenciais e centros comerciais?

Por quê é que os EUA teima em leccionar os russos quando o estado de liberdade de imprensa está num ponto tão baixo na América, de acordo com um estudo feito pela Universidade Estatal de Sonoma?

Parece a altura em que Washington falava dos direitos humanos na URSS quando muitos negros estavam a ser linchados nos EUA.

Como diz o Presidente Putin: “as organizações e fundações não irão morder a mão que os alimenta”. Em linguagem clara. Os direitos humanos são utilizados frequentemente como meio de pagamento para actividades mercenários por grupos estrangeiros na Rússia.

Portugal no centro das atenções

Depois de ter mostrado o que vale em termos de poderes de organização durante a EXPO 98, Portugal mereceu ganhar a oportunidade de realizar um grande evento desportivo. Na UEFA 2004, tem esta oportunidade. Finalmente, deve acabar aquela situação em que cartas são enviadas a Portugal com os elementos enferior no envelope "Portugal, Espanha".

É o terceiro evento com mais impacto mediático ao nível mundial, depois do Campeonato do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos. 16 equipas vêm para Portugal disputar a fase final do Campeonato da Europa, entre as quais a selecção da Rússia. Georgi Yartsev, o treinador da selecção nacional, já anunciou sua esquadra:

Guarda-redes: Vyacheslav Malafeyev (Zenit São Petersburgo), Sergei Ovchinnikov (Lokomotiv Moskva), Igor Akinfeyev (CSKA Moskva)

Defesas: Vadim Yevseyev, Dmitry Sennikov (Lokomotiv Moskva), Roman Sharonov (Kazan), Alexei Bugayev (Torpedo Moskva), Alexander Anyukov (Krylya Sovetov Samara)

Médios: Alexei Smertin (Portsmouth, Inglaterra), Vladimir Bystrov, Vladislav Radimov (Zenit São Petersburgo), Dmitry Loskov, Marat Izmailov (Lokomotiv Moskva), Andrei Karyaka (Krylya Sovetov Samara), Rolan Gusev, Yevgeny Aldonin (CSKA Moskva), Igor Semshov (Torpedo Moskva), Alexander Mostovoi (Celta Vigo, Espanha), Dmitry Alenichev (FC Porto, Portugal)

Avançados: Dmitry Bulykin (Dynamo Moskva), Dmitry Sychev (Lokomotiv Moskva), Alexander Kerzhakov (Zenit São Petersburgo), Dmitry Kirichenko (CSKA Moskva).

No Grupo A com Portugal, Espanha e Grécia, Rússia jogará contra Espanha no dia 12 de Junho, contra Portugal no dia 16 e contra a Grécia no dia 20.

Eleições na Europa…votar para quê?

Exactamente. Se houvesse um Partido de Abstenção, iria ganhar estas eleições em todos os países da União. Os europeus são supostos a votar para um organismo que não tem poder legislativo, só consultivo, cuja função não tem sido explicado de forma coerente ao eleitorado, que não tem impacto directo na vida diária dos cidadãos. Os Partidos políticos fazem suas campanhas utilizando símbolos e argumentos nacionais mas que não têm qualquer relevância a nível europeu e nada têm a ver com o organismo em questão, o Parlamento Europeu.

Não se explicou ao eleitorado quais são as linhas-guia dos agrupamentos dos partidos políticos a nível continental e de facto, há muitos candidatos a Deputado do Parlamento Europeu que nem sequer sabem nomear os 25 países membros.

São estes Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suécia.

Mais um bloco que zela pelos seus interesses mas que prega uma coisa e pratica outra, que quer uma Rússia que providencia energia a baixo custo mas que não se ousa a competir abertamente, que subsidia seus produtores e levanta tarifas sobre as importações…em fim, um organismo que segue os passos da Organização Mundial do Comércio, que controla em conjunto com os EUA, que prega o comércio livre mas não o pratica também.

A União Europeia é talvez um dos organismos menos democráticos em existência hoje. Não surpreende por isso que nem convence seus próprios cidadãos a votar.

Já houve uma União Europeia, com moeda única, com organismos centralizados, com uma Força Armada própria, sistema fiscal único, com união monetária e económica, até com língua única, nos tempos da Roma Antiga. Charlemagne, os Hapsburgos, Napoleão e mais tarde, Hitler, tentaram revitalizar o sonho europeu, com os resultados tão bem conhecidos.

A ver se os tecnocratas de hoje não estão a tentar fazer algo insustentável, que é uma Federação entre países cujas populações nunca quiseram mais do que uma União económica com laços culturais e monetários fortes, mas muito flexíveis, não interferindo no tecido nacional, que foi a razão pelos fracassos anteriores.

Entre 10 e 13 de Junho, os Europeus irão dizer nas urnas se o autor tem razão ou não.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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