Povos indígenas descrevem tratamento humilhante do governo brasileiro
Brasília, 21 de julho (Prensa Latina) A articulação dos povos indígenas do Brasil (APIB) descreveu como humilhante o tratamento recebido por uma câmara do governo, uma espécie de gabinete de crise, para debater a luta que está sendo travada hoje contra o Covid-19 entre os nativos.
A APIB comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que sofreu durante aquela conversa degradante, palavras loucas e discursos ameaçadores.
Esse gabinete foi criado após a decisão do ministro do STF, Luis Roberto Barroso, de proteger a saúde dos povos indígenas e impedir a propagação do Covid-19.
'A experiência foi desastrosa, humilhante e vergonhosa, situação que nenhum cidadão merece passar, principalmente diante das autoridades do governo brasileiro', denunciou a entidade.
A mídia jornalística assegura que, no caso dos aborígines, o encontro aparentemente teve o objetivo de atacá-los e tentar intimidá-los, com um discurso discriminatório e incitação ao ódio contra seus povos.
Nesse sentido, a junta cita o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o secretário especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva.
Para a APIB, o discurso de Heleno durante a reunião pode ser classificado como 'altamente conflituoso'. Na troca, ele deixou claro que o governo de Jair Bolsonaro atenderá apenas os indígenas nas terras demarcadas e que o restante será tratado como 'produtor rural'.
'Um discurso totalmente inadequado para os objetivos da sala de situação, que visa discutir situações de emergência de povos indígenas isolados e o contato recente nesse contexto da pandemia de Covid-19', diz o texto enviado a Barroso.
A representação indígena denuncia da mesma maneira que Santos da Silva usou um tom ameaçador e vexatório, além de chamá-los de 'cínicos, frívolos e covardes'.
Para o conjunto, o gesto significa que o governo não estaria 'nem interessado' em ouvir colaborações técnicas sugeridas pelos povos indígenas.
Até o início de julho, a APIB registrou mais de 10.300 casos confirmados de coronavírus em suas comunidades. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, apresentou um número menor na época: 6.800 infectados.
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